Oxcarbazepina para epilepsia refratária

revisão sistemática da literatura

Autores

  • Humberto Saconato Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Gilmar Fernandes do Prado Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Maria Eduarda dos Santos Puga Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Álvaro Nagib Atallah Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Palavras-chave:

Anticonvulsivos, Epilepsia, Revisão [Tipo de Publicação], Convulsões, Carbamazepina

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Estima-se que 50 milhões de pessoas no mundo sofrem de epilepsia e cerca de 30% não obterão controle adequado da doença. O objetivo foi de avaliar a efetividade de oxcarbazepina na epilepsia parcial ou generalizada refratária. MÉTODOS: Revisão sistemática. A busca foi nas bases de dados PubMed, Lilacs, EMBASE e CENTRAL. Os estudos foram analisados segundo a metodologia da Cochrane Colaboration. RESULTADOS: Foram incluídos quatro ensaios clínicos aleatórios de média a má qualidade. Entre os pacientes adultos as chances de obterem redução de 50% na frequência de convulsões foram maiores após uso de oxcarbazepina na dose de 600 mg (risco relativo, RR 2.11; intervalo de confiança, IC 95% 1,32 a 3,35; na dose de 1.200 mg (RR 3,24; IC 95% 2,11 a 4,98) e na dose de 2.400 mg (RR 3,83; IC 95% 2,59 a 5,97). Entre as crianças a resposta no grupo usando oxcarbazepina também foi significativamente maior (RR 2,11; IC 95% 1,32 a 3,35). Oxcarbazepina mostrou probabilidade dos pacientes ficarem livre de convulsões, ser eficaz nas doses de 1.200 mg (RR 17,59; IC 95% 2.37 a 130,35) e 2.400 mg (RR 25,41; IC 95% 6,26 a 103,10) não foi eficaz na dose de 600 mg. Não houve diferença estatística significante entre oxcarbazepina e carbamazepina no controle das crises. CONCLUSÕES: Há evidências moderada de que a oxcarbazepina é um tratamento eficaz como alternativa para os casos de epilepsia parcial ou generalizada em crianças e adultos que tenham sido refratários a tratamento prévio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Humberto Saconato, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, PhD. Adjunct professor in the Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, Rio Grande do Norte, Brazil.

Gilmar Fernandes do Prado, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, PhD. Professor in the Discipline of Emergency Medicine and Evidence-Based Medicine, Department of Medicine, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Maria Eduarda dos Santos Puga, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MHS. Affiliated researcher at Brazilian Cochrane Center and postgraduate student in the Discipline of Emergency Medicine and Evidence-Based Medicine, Department of Medicine, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Álvaro Nagib Atallah, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, PhD. Full professor of the Discipline of Emergency Medicine and Evidence-Based Medicine, Department of Medicine, Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Referências

Fisher RS, van Emde Boas W, Blume W, et al. Epileptic seizures and epilepsy: definitions proposed by the International League Against Epilepsy (ILAE) and the International Bureau for Epilepsy (IBE). Epilepsia. 2005;46(4):470-2.

Smith PE; UK Oxcarbazepine Advisory Board. Clinical recommendations for oxcarbazepine. Seizure. 2001;10(2):87-91.

Glauser T, Ben-Menachem E, Bourgeois B, et al. ILAE treatment guidelines: evidence-based analysis of antiepileptic drug efficacy and effectiveness as initial monotherapy for epileptic seizures and syndromes. Epilepsia. 2006;47(7):1094-120.

Schmidt D, Sachdeo R. Oxcarbazepine for Treatment of Partial Epilepsy: A Review and Recommendations for Clinical Use. Epilepsy Behav. 2000;1(6): 396-405.

Schmidt D. How reliable is early treatment response in predicting long-term seizure outcome? Epilepsy Behav. 2007;10(4):588-94.

Schulz KF, Chalmers I, Hayes RJ, Altman DG. Empirical evidence of bias. Di- mensions of methodological quality associated with estimates of treatment effects in controlled trials. JAMA. 1995;273(5):408-12.

Higgins JPT, Green S (editors). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions Version 5.0.1 [updated September 2008]. The Cochrane Collaboration, 2008. Available from: http://www.cochrane.org/resources/ handbook/. Accessed in 2009 (Jun 24).

Christe W, Krämer G, Vigonius U, et al. A double-blind controlled clinical trial: oxcarbazepine versus sodium valproate in adults with newly diagnosed epilepsy. Epilepsy Res. 1997;26(3):451-60.

Guerreiro MM, Vigonius U, Pohlmann H, et al. A double-blind controlled clini- cal trial of oxcarbazepine versus phenytoin in children and adolescents with epilepsy. Epilepsy Res. 1997;27(3):205-13.

Kutluay E, McCaque K, D’Souza J, Beydoun A. Safety and tolerability of ox- carbazepine in elderly patients with epilepsy. Epilepsy Behav. 2003;4(2): 175-80.

Passarella B, Nozzoli C. Long-term treatment with oxcarbazepine in clinical practice. Funct Neurol. 2005;20(3):131-3.

Albani F, Grassi B, Ferrara R, et al. Immediate (overnight) switching from carbamazepine to oxcarbazepine monotherapy is equivalent to a progressive switch. Seizure. 2004;13(4):254-63.

Albani F, Bisulli F, Bartezaghi M, et al. Multicentre observational study evalu- ating immediate and progressive switching from carbamazepine to oxcarba- zepine in patients with epilepsy. Funct Neurol. 2007;22(2):111-5.

Beydoun A, Sachdeo RC, Rosenfeld WE, et al. Oxcarbazepine monotherapy for partial-onset seizures: a multicenter, double-blind, clinical trial. Neurology. 2000;54(12):2245-51.

Beydoun A, Sachdeo RC, Kutluay E, McCague K, D’Souza J. Sustained efficacy and long- term safety of oxcarbazepine: one-year open-label extension of a study in refractory partial epilepsy. Epilepsia. 2003;44(9):1160-5.

Bill PA, Vigonius U, Pohlmann H. A double-blind controlled clinical trial of oxcarbazepine versus phenytoin in adults with previously untreated epilepsy. Epilepsy Res. 1997;27(3): 195-204.

Piña-Garza JE, Espinoza R, Nordli D, et al. Oxcarbazepine adjunctive therapy in infants and young children with partial seizures. Neurology. 2005;65(9):1370-5.

Sachdeo R, Beydoun A, Schachter S, et al. Oxcarbazepine (Trileptal) as monotherapy in patients with partial seizures. Neurology. 2001;57(5):864-71.

Schachter SC, Vazquez B, Fisher RS, et al. Oxcarbazepine in a monotherapy trial for par- tial seizures--placebo-controlled studies in neurology: where do they stop? Neurology. 1999;53(9):2211-2.

Barcs G, Walker EB, Elger CE, et al. Oxcarbazepine placebo-controlled, dose-ranging trial in refractory partial epilepsy. Epilepsia. 2000;41(12):1597-607.

Glauser TA, Nigro M, Sachdeo R, et al. Adjunctive therapy with oxcarbazepine in children with partial seizures. The Oxcarbazepine Pediatric Study Group. Neurology. 2000;54(12): 2237-44.

Reinikainen KJ, Keränen T, Halonen T, Komulainen H, Riekkinen PJ. Comparison of oxcarba- zepine and carbamazepine: a double-blind study. Epilepsy Res. 1987;1(5):284-9.

Birbeck GL, Hays RD, Cui X, Vickrey BG. Seizure reduction and quality of life improvements in people with epilepsy. Epilepsia. 2002;43(5):535-8.

Zaccara G, Messori A, Cincotta M, Burchini G. Comparison of the efficacy and tolerability of new antiepileptic drugs: what can we learn from long-term studies? Acta Neurol Scand. 2006;114(3):157-68.

Schmidt B. Clinical development of antiepileptic drugs in adults. Neurotherapeutics. 2007;4(1):62-9.

Schmidt D, Elger CE. What is the evidence that oxcarbazepine and carbamazepine are dis- tinctly different antiepileptic drugs? Epilepsy Behav. 2004;5(5):627-35.

Vianna JBM. O teste oral de tolerância a glicose é freqüentemente alterado em pacientes com epilepsia de difícil controle. [Thesis] São Paulo: Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina; 2006.

Downloads

Publicado

2009-05-05

Como Citar

1.
Saconato H, Prado GF do, Puga ME dos S, Atallah Álvaro N. Oxcarbazepina para epilepsia refratária: revisão sistemática da literatura. Sao Paulo Med J [Internet]. 5º de maio de 2009 [citado 16º de outubro de 2025];127(3):150-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1865

Edição

Seção

Systematic Review