Qualidade de vida, depressão e ansiedade em gestantes com má história gestacional

Autores

  • Evelyn Regina Couto Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas
  • Egle Couto Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas
  • Bruna Vian Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas
  • Zoraide Gregório Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas
  • Marcelo Luis Nomura Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas
  • Renata Zaccaria Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas
  • Renato Passini Junior Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

Palavras-chave:

Qualidade de vida, Depressão, Ansiedade, Gravidez, História reprodutiva

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O antecedente de resultados gestacionais adversos (aborto espontâneo recorrente, óbito fetal, prematuridade ou óbito neonatal precoce) pode afetar a qualidade de vida das gestantes. O objetivo deste estudo foi comparar a qualidade de vida e a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em gestantes com e sem estes antecedentes. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Um estudo transversal analítico foi realizado em quatro locais (duas clínicas de pré-natal de alto risco e duas de pré-natal de baixo risco), na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Duzentas e quarenta mulheres foram entrevistadas por um único investigador entre 18 e 24 semanas de gestação: 120 tinham antecedentes gestacionais adversos (grupo 1) e 120 não tinham tal história (grupo 2), pareadas por número de filhos vivos. Variáveis sócio-demográficas foram coletadas e dois questionários foram usados: o de qualidade de vida (Questionário Short Form-36) e a Escala de Depressão e Ansiedade. RESULTADOS: As mulheres do grupo 1 obtiveram escores mais baixos em todos os itens do questionário de qualidade de vida. Depressão e ansiedade foram mais frequentes no grupo 1 (P < 0,0001). Foi encontrada uma correlação inversa entre os domínios do Short Form-36 e ansiedade e depressão. CONCLUSÕES: Mulheres com antecedente de aborto espontâneo recorrente, óbito fetal, prematuridade ou óbito neonatal precoce parecem ter pior qualidade de vida e mais sintomas de ansiedade e depressão durante a gestação subsequente quando comparadas com mulheres sem esses antecedentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Evelyn Regina Couto, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

MSc. Physiotherapist, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Egle Couto, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

MD, PhD. Obstetrician and Gynecologist, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Bruna Vian, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

MSc. Physiotherapist, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Zoraide Gregório, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

Obstetric nurse, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Marcelo Luis Nomura, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

MD, PhD. Obstetrician and Gynecologist, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Renata Zaccaria, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

MD. Obstetrician and Gynecologist, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Renato Passini Junior, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas

MD, PhD. Obstetrician and Gynecologist, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Referências

Armstrong DS. Impact of prior perinatal loss on subsequent pregnancies. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2004;33(6):765-73.

Franche RL, Mikail SF. The impact of perinatal loss on adjustment to subsequent pregnancy. Soc Sci Med. 1999;48(11):1613-23.

Horowitz M. Stress response syndromes. Character style and dynamic psychotherapy. Arch Gen Psychiatry. 1974;31(6):768-81.

Mason S, Rowlands A. Post-traumatic stress disorder. J Accid Emerg Med. 1997;14(6):387-91.

Adeyemi A, Mosaku K, Ajenifuja O, Fatoye F, Makinde N, Ola B. Depressive symptoms in a sample of women following perinatal loss. J Natl Med Assoc. 2008;100(12):1463-8.

Armstrong DS. Emotional distress and prenatal attachment in pregnancy after perinatal loss. J Nurs Scholarsh. 2002;34(4):339-45.

Cabrol D, Landesman R, Muller J, Uzan M, Sureau C, Saxena BB. Treatment of polyhydra- mnios with prostaglandin synthetase inhibitor (indomethacin). Am J Obstet Gynecol. 1987;157(2):422-6.

Leboeuf-Yde C, Kyvik KO, Bruun NH. Low back pain and lifestyle. Part II--Obesity. Informa- tion from a population-based sample of 29,424 twin subjects. Spine (Phila Pa 1976). 1999;24(8):779-83; discussion 783-4.

McDonnell NJ, Paech MJ. The management of a super morbidly obese parturient delivering twins by caesarean section. Anaesth Intensive Care. 2007;35(6):979-83.

Cunningham FG, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hauth JC, Wenstrom KD. Abortion. In: Cunningham FG, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hauth JC, Wenstrom KD, editors. Williams obstetrics. New York: McGraw-Hill; 2001. p. 855-82.

World Health Organization. Department of Reproductive Health and Research. Reproductive health indicators: guidelines for their generation, interpretation and analysis for global mo- nitoring. Geneva: World Health Organization; 1998.

Valdez RB, Ware JE Jr, Manning WG, et al. Prepaid group practice effects on the utilization of medical services and health outcomes for children: results from a controlled trial. Pediatrics. 1989;83(2):168-80.

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua por- tuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) [Brazilian-Portuguese version of the SF-36. A reliable and valid quality of life outcome measure]. Rev Bras Reumatol. 1999;39(3):143-50.

Favarato MECS, Aldrighi JM. A mulher coronariopata no climatério após a menopausa: impli- cações na qualidade de vida [The post menopausal climacteric woman with coronary artery disease: implications to quality of life]. Rev Assoc Med Bras. 2001;47(4):339-45.

Neto JF, Ferraz MB, Cendoroglo M, Draibe S, Yu L, Sesso R. Quality of life at the initiation of maintenance dialysis treatment--a comparison between the SF-36 and the KDQ question- naires. Qual Life Res. 2000;9(1):101-7.

Marques AA. Qualidade de vida de mulheres com endometriose através do SF-36 [disser- tation]. Campinas: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2002.

Zigmond AS, Snaith RP. The hospital anxiety and depression scale. Acta Psychiatr Scand. 1983;67(6):361-70.

Smith EM, Gomm SA, Dickens CM. Assessing the independent contribution to quality of life from anxiety and depression in patients with advanced cancer. Palliat Med. 2003;17(6): 509-13.

Snaith RP. The Hospital Anxiety And Depression Scale. Health Qual Life Outcomes. 2003;1:29.

Botega NJ, Bio MR, Zomignani MA, Garcia Junior C, Pereira WAB. Transtornos do humor em enfermaria de clínica médica e validação de escala de medida (HAD) de ansiedade e depressão [Mood disorders among medical in-patients: a validation study of the hospital anxiety and depression scale (HAD)]. Rev Saude Publica = J Public Health. 1995;29(5): 355-63.

Ware JE Jr, Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I. Concep- tual framework and item selection. Med Care. 1992;30(6):473-83.

Ware J Jr, Kosinski M, Keller SD. A 12-Item Short-Form Health Survey: construction of scales and preliminary tests of reliability and validity. Med Care. 1996;34(3):220-33.

Mckee MD, Cunningham M, Jankowski KR, Zayas L. Health-related functional status in preg- nancy: relationship to depression and social support in a multi-ethnic population. Obstet Gynecol. 2001;97(6):988-93.

Jomeen J, Martin CR. The factor structure of the SF-36 in early pregnancy. J Psychosom Res. 2005;59(3):131-8.

Kelly RH, Russo J, Katon W. Somatic complaints among pregnant women cared for in obs- tetrics: normal pregnancy or depressive and anxiety symptom amplification revisited? Gen Hosp Psychiatry. 2001;23(3):107-13.

Côte-Arsenault D, Mahlangu N. Impact of perinatal loss on the subsequent pregnancy and self: women’s experiences. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 1999;28(3):274-82.

Vance JC, Najman JM, Thearle MJ, Embelton G, Foster WJ, Boyle FM. Psychological changes in parents eight months after the loss of an infant from stillbirth, neonatal death, or sudden infant death syndrome--a longitudinal study. Pediatrics. 1995;96(5 Pt 1):933-8.

Armstrong D, Hutti M. Pregnancy after perinatal loss: the relationship between anxiety and prenatal attachment. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 1998;27(2):183-9.

Lindgren K. Relationships among maternal-fetal attachment, prenatal depression, and heal- th practices in pregnancy. Res Nurs Health. 2001;24(3):203-17.

Bhagwanani SG, Seagraves K, Dierker LJ, Lax M. Relationship between prenatal anxie- ty and perinatal outcome in nulliparous women: a prospective study. J Natl Med Assoc. 1997;89(2):93-8.

Teixeira JM, Fisk NM, Glover V. Association between maternal anxiety in pregnancy and increased uterine artery resistance index: cohort based study. BMJ. 1999;318(7177): 153-7.

Hobel CJ, Ross MG, Bemis RL, et al. The West Los Angeles Preterm Birth Prevention Project I. Program impact on high-risk women. Am J Obstet Gynecol. 1994;170(1 Pt 1):54-62.

Dejin-Karlsson E, Hanson BS, Ostergren PO, Lindgren A, Sjöberg NO, Marsal K. Association of a lack of psychosocial resources and the risk of giving birth to small for gestational age infants: a stress hypothesis. BJOG. 2000;107(1):89-100.

Downloads

Publicado

2009-07-07

Como Citar

1.
Couto ER, Couto E, Vian B, Gregório Z, Nomura ML, Zaccaria R, Passini Junior R. Qualidade de vida, depressão e ansiedade em gestantes com má história gestacional. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2009 [citado 15º de outubro de 2025];127(4):185-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1886

Edição

Seção

Artigo Original