Prevalência de lesão intra-epitelial escamosa de alto grau e câncer cervical em pacientes sem lesão visível à colposcopia insatisfatória
Palavras-chave:
Neoplasia intra-epitelial cervical, Carcinoma, Colposcopia, Conização, Saúde PúblicaResumo
INTRODUÇÃO: O câncer de colo uterino é um grave problema de saúde pública no Brasil. Em pacientes com colpocitologias sugestivas de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) e colposcopia insatisfatória sem lesão visível, a recomendação nacional é repetir a colpocitologia após três meses. Nosso objetivo foi medir a prevalência de HSIL e câncer em pacientes com a primeira colpocitologia sugestiva de HSIL e colposcopia insatisfatória sem lesão visível, no intuito de contribuir para a discussão sobre uma conduta clínica mais efetiva e que diminua a probabilidade de perdas de acompanhamento antes do diagnóstico e tratamento adequados. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal no Ambulatório de Colposcopia do IFF/Fiocruz. MÉTODO: Pacientes recebidas no período de dezembro de 1989 a abril de 2007 com diagnóstico citológico de HSIL sem lesão visível em colposcopias insatisfatórias foram submetidas a conização do colo uterino. RESULTADOS: Foram incluídas 65 pacientes na situação descrita e encontrados 33,8% de HSIL e 4,6% de câncer confirmados histologicamente. Os demais casos apresentaram lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (26,1%), displasia glandular (1,5%) e ausência de doença (33,8%). CONCLUSÃO: A prevalência de HSIL ou câncer encontrada não parece suficiente para defender a conduta de encaminhar as pacientes de imediato para conização a fim de investigar o canal cervical. Os achados sugerem que a recomendação de repetir a citologia após uma primeira com HSIL sem lesão visível e colposcopia insatisfatória é apropriada no nosso cenário. Devem ser implementados esforços para adesão às recomendações de acompanhamento e reduzir a chance de perdas.
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