Prevalência de lesão intra-epitelial escamosa de alto grau e câncer cervical em pacientes sem lesão visível à colposcopia insatisfatória

Autores

  • Fernanda Rangel da Veiga Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz
  • Fábio Bastos Russomano Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz
  • Maria José de Camargo Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz
  • Aparecida Cristina Sampaio Monteiro Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz
  • Aparecida Tristão Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz
  • Gabriela Villar e Silva Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

Palavras-chave:

Neoplasia intra-epitelial cervical, Carcinoma, Colposcopia, Conização, Saúde Pública

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de colo uterino é um grave problema de saúde pública no Brasil. Em pacientes com colpocitologias sugestivas de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) e colposcopia insatisfatória sem lesão visível, a recomendação nacional é repetir a colpocitologia após três meses. Nosso objetivo foi medir a prevalência de HSIL e câncer em pacientes com a primeira colpocitologia sugestiva de HSIL e colposcopia insatisfatória sem lesão visível, no intuito de contribuir para a discussão sobre uma conduta clínica mais efetiva e que diminua a probabilidade de perdas de acompanhamento antes do diagnóstico e tratamento adequados. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal no Ambulatório de Colposcopia do IFF/Fiocruz. MÉTODO: Pacientes recebidas no período de dezembro de 1989 a abril de 2007 com diagnóstico citológico de HSIL sem lesão visível em colposcopias insatisfatórias foram submetidas a conização do colo uterino. RESULTADOS: Foram incluídas 65 pacientes na situação descrita e encontrados 33,8% de HSIL e 4,6% de câncer confirmados histologicamente. Os demais casos apresentaram lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (26,1%), displasia glandular (1,5%) e ausência de doença (33,8%). CONCLUSÃO: A prevalência de HSIL ou câncer encontrada não parece suficiente para defender a conduta de encaminhar as pacientes de imediato para conização a fim de investigar o canal cervical. Os achados sugerem que a recomendação de repetir a citologia após uma primeira com HSIL sem lesão visível e colposcopia insatisfatória é apropriada no nosso cenário. Devem ser implementados esforços para adesão às recomendações de acompanhamento e reduzir a chance de perdas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Rangel da Veiga, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

MD, MSc. Gynecologist, Instituto Fernandes Figueira (IFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Flamengo, Rio de Janeiro, Brazil.

Fábio Bastos Russomano, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

MD, MSc, PhD. Gynecologist, Department of Gynecology and Obstetrics, Colposcopy Clinic, Instituto Fernandes Figueira (IFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, Brazil.

Maria José de Camargo, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

MD, MSc, PhD. Gynecologist, Instituto Fernandes Figueira (IFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Flamengo, Rio de Janeiro, Brazil.

Aparecida Cristina Sampaio Monteiro, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

MD, MSc. Gynecologist, Department of Gynecology and Obstetrics, Colposcopy Clinic, Instituto Fernandes Figueira (IFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, Brazil.

Aparecida Tristão, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

MD, MSc. Pathologist, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Gabriela Villar e Silva, Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz

Medical student, Universidade do Grande Rio (Unigranrio), Rio de Janeiro, Brazil.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro. INCA. Available from: http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/versaofinal.pdf. Accessed in 2009 (Oct 20).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura brasileira para laudos cervicais e condutas preconizadas - Recomendações para profissionais de saúde [Brazilian nomen- clature for cervical cytology reports and guidelines]. Revista Brasileira de Cancerologia. 2006;52(3):213-36. Available from: http://www.inca.gov.br/rbc/n_52/v03/pdf/normas_recomendacoes.pdf. Accessed in 2009 (Oct 20).

Wright TC Jr, Massad LS, Dunton CJ, et al. 2006 consensus guidelines for the manage- ment of women with abnormal cervical cancer screening tests. Am J Obstet Gynecol. 2007;197(4):346-55.

Massad LS,Tate N, Cejtin E, Collins YC. Quantifying the risk of cervical intraepithelial neoplasia in women with unsatisfactory colposcopy results. J Low Genit Tract Dis. 2005;9(1):23-8.

Lapin GA, Derchain SF, Tambascia J. Comparação entre a colpocitologia oncológica de en- caminhamento e a da gravidade das lesões cervicais intra-epiteliais [Oncologic colpocytology collected in the public health and reference services in the diagnostic of the severity of intraepithelial cervical lesion]. Rev Saúde Pública = J Public Health. 2000;34(2):120-5.

Andersen ES, Nielsen K, Pedersen B. The reliability of preconization diagnostic evaluation in patients with cervical intraepithelial neoplasia and microinvasive carcinoma. Gynecol Oncol. 1995;59(1):143-7.

Massad LS, Collins YC, Meyer PM. Biopsy correlates of abnormal cervical cytology classified using the Bethesda system. Gynecol Oncol. 2001;82(3):516-22.

Insinga RP, Glass AG, Rush BB. Diagnoses and outcomes in cervical cancer screening: a population-based study. Am J Obstet Gynecol. 2004;191(1):105-13.

Gupta S, Sodhani P, Halder K, Chachra KL, Singh V, Sehgal A. Age trends in pre-cancerous and cancerous lesions of the uterine cervix in a cytology screening programme: what should be the target age group for a major thrust of screening in resource-limited settings? Cytopa- thology. 2008;19(2):106-10.

Melnikow J, Nuovo J, Willan AR, Chan BK, Howell LP. Natural history of cervical squamous intraepithelial lesions: a meta-analysis. Obstet Gynecol. 1998;92(4 Pt 2):727-35.

Downloads

Publicado

2009-09-09

Como Citar

1.
Veiga FR da, Russomano FB, Camargo MJ de, Monteiro ACS, Tristão A, Silva GV e. Prevalência de lesão intra-epitelial escamosa de alto grau e câncer cervical em pacientes sem lesão visível à colposcopia insatisfatória. Sao Paulo Med J [Internet]. 9º de setembro de 2009 [citado 10º de março de 2025];127(5):266-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1899

Edição

Seção

Artigo Original