Frequência de lesões endometrióticas em amostras de peritônio de mulheres férteis assintomáticas e correlação com valores de CA125

Autores

  • Caio Parente Barbosa Faculdade de Medicina do ABC
  • Ângela Mara Bentes de Souza Faculdade de Medicina do ABC
  • Bianca Bianco Faculdade de Medicina do ABC
  • Denise Christofolini Faculdade de Medicina do ABC
  • Fernanda Abani Mafra Bach Faculdade de Medicina do ABC
  • Geraldo Rodrigues de Lima Faculdade de Medicina do ABC

Palavras-chave:

Endometriose, Dor pélvica, Infertilidade, Dismenorréia, Antígeno Ca-125

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O teste sorológico para CA125 tem sido largamente usado para detectar e monitorar a progressão da endometriose, entretanto, a utilidade do ensaio do CA125 plasmático para o diagnóstico da endometriose ainda é controversa. Além disso, alguns autores descreveram a endometriose superficial como sendo um fenômeno cíclico e normal na vida de uma mulher, e que o desenvolvimento e progressão desta doença ocorreriam apenas em algumas mulheres como resultado de alterações imunológicas. Este estudo teve como objetivo determinar a freqüência de endometriose e a correlação entre os níveis séricos de CA125 e a presença de lesões endometrióticas em peritônio de pacientes férteis assintomáticas. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal realizado no Ambulatório de Planejamento Familiar da Faculdade de Medicina do ABC. MÉTODOS: Foram estudadas 80 pacientes férteis assintomáticas submetidas à cirurgia de esterilização tubária. Amostras de sangue e peritônio foram coletadas. Os níveis de CA125 foram medidos a partir das amostras de sangue e as biópsias de peritônio foram estudadas por ensaio histopatológico. RESULTADOS: O estudo histopatológico do peritônio revelou que 16,25% das pacientes apresentavam endometriose mínima e leve. Os níveis de CA125 não demonstraram diferença estatística significante entre pacientes com e sem endometriose. CONCLUSÃO: A presença de lesões endometrióticas em peritônio de pacientes férteis reforça a hipótese de que achados acidentais de endometriose mínima e leve podem não ter significância clínica, e que é provável que a progressão da doença ocorra como resultado de alterações genéticas e imunológicas. Os níveis séricos de CA125 não demonstraram significância diagnóstica para a detecção da doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Caio Parente Barbosa, Faculdade de Medicina do ABC

MD, PhD. Regent professor, Division of Pathological Gynecology, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo; and Gynecologist, Division of Gynecology, Department of Medicine, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Ângela Mara Bentes de Souza, Faculdade de Medicina do ABC

MD, PhD. Associate professor, Division of Pathological Gynecology, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brazil.

Bianca Bianco, Faculdade de Medicina do ABC

PhD. Geneticist and collaborating professor, Division of Pathological Gynecology, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brazil.

Denise Christofolini, Faculdade de Medicina do ABC

PhD. Geneticist and collaborating professor, Division of Pathological Gynecology, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brazil.

Fernanda Abani Mafra Bach, Faculdade de Medicina do ABC

Postgraduate student, Division of Pathological Gynecology, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo, Brazil.

Geraldo Rodrigues de Lima, Faculdade de Medicina do ABC

MD, PhD. Titular professor, Division of Gynecology, Department of Medicine, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Referências

Missmer SA, Cramer DW. The epidemiology of endometriosis. Obstet Gynecol Clin North Am. 2003;30(1):1-19, vii.

Mahmood TA, Templeton A. Prevalence and genesis of endometriosis. Hum Reprod. 1991;6(4):544-9.

Amaral VF, Ferriani RA, Sá MF, et al. Positive correlation between serum and peritoneal fluid CA-125 levels in women with pelvic endometriosis. Sao Paulo Med J. 2006;124(4):223-7.

Dessole S, Farina M, Rubattu G, Cosmi E, Ambrosini G, Nardelli GB. Sonovaginography is a new technique for assessing rectovaginal endometriosis. Fertil Steril. 2003;79(4):1023-7.

Stratton P, Winkel C, Premkumar A, et al. Diagnostic accuracy of laparoscopy, magnetic resonance imaging, and histopathologic examination for the detection of endometriosis. Fertil Steril. 2003;79(5):1078-85.

Kitawaki J, Ishihara H, Koshiba H, et al. Usefulness and limits of CA-125 in diagnosis of en- dometriosis without associated ovarian endometriomas. Hum Reprod. 2005;20(7):1999- 2003.

Renner SP, Strick R, Oppelt P, et al. Evaluation of clinical parameters and estrogen receptor alpha gene polymorphisms for patients with endometriosis. Reproduction. 2006;131(1): 153-61.

Abrão MS, Podgaec S, Filho BM, Ramos LO, Pinotti JA, de Oliveira RM. The use of biochemi- cal markers in the diagnosis of pelvic endometriosis. Hum Reprod. 1997;12(11):2523-7.

Vercellini P, Trespidi L, Panazza S, Bramante T, Mauro F, Crosignani PG. Laparoscopic uterine biopsy for diagnosing diffuse adenomyosis. J Reprod Med. 1996;41(4):220-4.

Cheng YM, Wang ST, Chou CY. Serum CA-125 in preoperative patients at high risk for endo- metriosis. Obstet Gynecol. 2002;99(3):375-80.

Harada T, Kubota T, Aso T. Usefulness of CA19-9 versus CA125 for the diagnosis of endome- triosis. Fertil Steril. 2002;78(4):733-9.

Somigliana E, Viganò P, Tirelli AS, et al. Use of the concomitant serum dosage of CA 125, CA 19-9 and interleukin-6 to detect the presence of endometriosis. Results from a series of reproductive age women undergoing laparoscopic surgery for benign gynaecological condi- tions. Hum Reprod. 2004;19(8):1871-6.

Hoeger KM, Guzick DS. An update on the classification of endometriosis. Clin Obstet Gyne- col. 1999;42(3):611-9.

Abrao MS, Neme RM, Carvalho FM, Aldrighi JM, Pinotti JA. Histological classification of endo- metriosis as a predictor of response to treatment. Int J Gynaecol Obstet. 2003;82(1):31-40.

Revised American Society for Reproductive Medicine classification of endometriosis: 1996. Fertil Steril. 1997,67(5):817-21.

Giudice LC, Kao LC. Endometriosis. Lancet. 2004;364(9447):1789-99.

Bulun SE, Zeitoun KM, Takayama K, Sasano H. Estrogen biosynthesis in endometriosis: mo- lecular basis and clinical relevance. J Mol Endocrinol. 2000;25(1):35-42.

Pittaway DE, Rondinone D, Miller KA, Barnes K. Clinical evaluation of CA-125 concentrations as a prognostic factor for pregnancy in infertile women with surgically treated endometrio- sis. Fertil Steril. 1995;64(2):321-4.

Koninckx PR. Is mild endometriosis a condition occurring intermittently in all women? Hum Reprod. 1994;9(12):2202-5.

Bon GG, Kenemans P, Dekker JJ, et al. Fluctuations in CA 125 and CA 15-3 serum concen- trations during spontaneous ovulatory cycles. Hum Reprod. 1999;14(2):566-70.

Koninckx PR, Martin DC. Deep endometriosis: a consequence of infiltration or retraction or possibly adenomyosis externa? Fertil Steril. 1992;58(5):924-8.

Niloff JM, Knapp RC, Jones G, Schaetzl EM, Bast RC Jr. Recombinant leukocyte alpha inter- feron in advanced ovarian carcinoma. Cancer Treat Rep. 1985;69(7-8):895-6.

Falconer H, Bambra CS, Chai D, Cornillie FJ, Hill JA, D’Hooghe TM. The effect of endometrio- sis, cycle stage, lymphocyte suppression and pregnancy on CA-125 levels in peritoneal fluid and serum in baboons. Hum Reprod. 2005;20(11):3033-8.

Johansson J, Santala M, Kauppila A. Explosive rise of serum CA 125 following the rupture of ovarian endometrioma. Hum Reprod. 1998;13(12):3503-4.

Koninckx PR, Meuleman C, Oosterlynck D, Cornillie FJ. Diagnosis of deep endometriosis by clinical examination during menstruation and plasma CA-125 concentration. Fertil Steril. 1996;65(2):280-7.

Nisolle M, Nervo P. Endométriose stade I et II: implications physiopathologiques, cliniques et thérapeutiques [Physiopathology and therapeutic management of stage I and II endome- triosis]. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2003;32(8 Pt 2):S11-4.

Barbosa CP, de Souza AM, Bianco B, Christofolini DM, Mafra FA, de Lima GR. OC-125 im- munostaining in endometriotic lesion samples. Arch Gynecol Obstet. 2009 [Epub ahead of print].

Nezhat F, Allan CJ, Nezhat C, Martin DC. Nonvisualized endometriosis at laparoscopy. Int J Fertil. 1991;36(6):340-3.

Nisolle M, Casanas-Roux F, Anaf V, Mine JM, Donnez J. Morphometric study of the stromal vascularization in peritoneal endometriosis. Fertil Steril. 1993;59(3):681-4.

Balasch J, Creus M, Fábregues F, et al. Visible and non-visible endometriosis at laparoscopy in fertile and infertile women and in patients with chronic pelvic pain: a prospective study. Hum Reprod. 1996;11(2):387-91.

Downloads

Publicado

2009-11-11

Como Citar

1.
Barbosa CP, Souza Ângela MB de, Bianco B, Christofolini D, Bach FAM, Lima GR de. Frequência de lesões endometrióticas em amostras de peritônio de mulheres férteis assintomáticas e correlação com valores de CA125. Sao Paulo Med J [Internet]. 11º de novembro de 2009 [citado 9º de março de 2025];127(6):342-5. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1919

Edição

Seção

Artigo Original