Frequência de lesões endometrióticas em amostras de peritônio de mulheres férteis assintomáticas e correlação com valores de CA125
Palavras-chave:
Endometriose, Dor pélvica, Infertilidade, Dismenorréia, Antígeno Ca-125Resumo
CONTEXTO E OBJETIVO: O teste sorológico para CA125 tem sido largamente usado para detectar e monitorar a progressão da endometriose, entretanto, a utilidade do ensaio do CA125 plasmático para o diagnóstico da endometriose ainda é controversa. Além disso, alguns autores descreveram a endometriose superficial como sendo um fenômeno cíclico e normal na vida de uma mulher, e que o desenvolvimento e progressão desta doença ocorreriam apenas em algumas mulheres como resultado de alterações imunológicas. Este estudo teve como objetivo determinar a freqüência de endometriose e a correlação entre os níveis séricos de CA125 e a presença de lesões endometrióticas em peritônio de pacientes férteis assintomáticas. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal realizado no Ambulatório de Planejamento Familiar da Faculdade de Medicina do ABC. MÉTODOS: Foram estudadas 80 pacientes férteis assintomáticas submetidas à cirurgia de esterilização tubária. Amostras de sangue e peritônio foram coletadas. Os níveis de CA125 foram medidos a partir das amostras de sangue e as biópsias de peritônio foram estudadas por ensaio histopatológico. RESULTADOS: O estudo histopatológico do peritônio revelou que 16,25% das pacientes apresentavam endometriose mínima e leve. Os níveis de CA125 não demonstraram diferença estatística significante entre pacientes com e sem endometriose. CONCLUSÃO: A presença de lesões endometrióticas em peritônio de pacientes férteis reforça a hipótese de que achados acidentais de endometriose mínima e leve podem não ter significância clínica, e que é provável que a progressão da doença ocorra como resultado de alterações genéticas e imunológicas. Os níveis séricos de CA125 não demonstraram significância diagnóstica para a detecção da doença.
Downloads
Referências
Missmer SA, Cramer DW. The epidemiology of endometriosis. Obstet Gynecol Clin North Am. 2003;30(1):1-19, vii.
Mahmood TA, Templeton A. Prevalence and genesis of endometriosis. Hum Reprod. 1991;6(4):544-9.
Amaral VF, Ferriani RA, Sá MF, et al. Positive correlation between serum and peritoneal fluid CA-125 levels in women with pelvic endometriosis. Sao Paulo Med J. 2006;124(4):223-7.
Dessole S, Farina M, Rubattu G, Cosmi E, Ambrosini G, Nardelli GB. Sonovaginography is a new technique for assessing rectovaginal endometriosis. Fertil Steril. 2003;79(4):1023-7.
Stratton P, Winkel C, Premkumar A, et al. Diagnostic accuracy of laparoscopy, magnetic resonance imaging, and histopathologic examination for the detection of endometriosis. Fertil Steril. 2003;79(5):1078-85.
Kitawaki J, Ishihara H, Koshiba H, et al. Usefulness and limits of CA-125 in diagnosis of en- dometriosis without associated ovarian endometriomas. Hum Reprod. 2005;20(7):1999- 2003.
Renner SP, Strick R, Oppelt P, et al. Evaluation of clinical parameters and estrogen receptor alpha gene polymorphisms for patients with endometriosis. Reproduction. 2006;131(1): 153-61.
Abrão MS, Podgaec S, Filho BM, Ramos LO, Pinotti JA, de Oliveira RM. The use of biochemi- cal markers in the diagnosis of pelvic endometriosis. Hum Reprod. 1997;12(11):2523-7.
Vercellini P, Trespidi L, Panazza S, Bramante T, Mauro F, Crosignani PG. Laparoscopic uterine biopsy for diagnosing diffuse adenomyosis. J Reprod Med. 1996;41(4):220-4.
Cheng YM, Wang ST, Chou CY. Serum CA-125 in preoperative patients at high risk for endo- metriosis. Obstet Gynecol. 2002;99(3):375-80.
Harada T, Kubota T, Aso T. Usefulness of CA19-9 versus CA125 for the diagnosis of endome- triosis. Fertil Steril. 2002;78(4):733-9.
Somigliana E, Viganò P, Tirelli AS, et al. Use of the concomitant serum dosage of CA 125, CA 19-9 and interleukin-6 to detect the presence of endometriosis. Results from a series of reproductive age women undergoing laparoscopic surgery for benign gynaecological condi- tions. Hum Reprod. 2004;19(8):1871-6.
Hoeger KM, Guzick DS. An update on the classification of endometriosis. Clin Obstet Gyne- col. 1999;42(3):611-9.
Abrao MS, Neme RM, Carvalho FM, Aldrighi JM, Pinotti JA. Histological classification of endo- metriosis as a predictor of response to treatment. Int J Gynaecol Obstet. 2003;82(1):31-40.
Revised American Society for Reproductive Medicine classification of endometriosis: 1996. Fertil Steril. 1997,67(5):817-21.
Giudice LC, Kao LC. Endometriosis. Lancet. 2004;364(9447):1789-99.
Bulun SE, Zeitoun KM, Takayama K, Sasano H. Estrogen biosynthesis in endometriosis: mo- lecular basis and clinical relevance. J Mol Endocrinol. 2000;25(1):35-42.
Pittaway DE, Rondinone D, Miller KA, Barnes K. Clinical evaluation of CA-125 concentrations as a prognostic factor for pregnancy in infertile women with surgically treated endometrio- sis. Fertil Steril. 1995;64(2):321-4.
Koninckx PR. Is mild endometriosis a condition occurring intermittently in all women? Hum Reprod. 1994;9(12):2202-5.
Bon GG, Kenemans P, Dekker JJ, et al. Fluctuations in CA 125 and CA 15-3 serum concen- trations during spontaneous ovulatory cycles. Hum Reprod. 1999;14(2):566-70.
Koninckx PR, Martin DC. Deep endometriosis: a consequence of infiltration or retraction or possibly adenomyosis externa? Fertil Steril. 1992;58(5):924-8.
Niloff JM, Knapp RC, Jones G, Schaetzl EM, Bast RC Jr. Recombinant leukocyte alpha inter- feron in advanced ovarian carcinoma. Cancer Treat Rep. 1985;69(7-8):895-6.
Falconer H, Bambra CS, Chai D, Cornillie FJ, Hill JA, D’Hooghe TM. The effect of endometrio- sis, cycle stage, lymphocyte suppression and pregnancy on CA-125 levels in peritoneal fluid and serum in baboons. Hum Reprod. 2005;20(11):3033-8.
Johansson J, Santala M, Kauppila A. Explosive rise of serum CA 125 following the rupture of ovarian endometrioma. Hum Reprod. 1998;13(12):3503-4.
Koninckx PR, Meuleman C, Oosterlynck D, Cornillie FJ. Diagnosis of deep endometriosis by clinical examination during menstruation and plasma CA-125 concentration. Fertil Steril. 1996;65(2):280-7.
Nisolle M, Nervo P. Endométriose stade I et II: implications physiopathologiques, cliniques et thérapeutiques [Physiopathology and therapeutic management of stage I and II endome- triosis]. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2003;32(8 Pt 2):S11-4.
Barbosa CP, de Souza AM, Bianco B, Christofolini DM, Mafra FA, de Lima GR. OC-125 im- munostaining in endometriotic lesion samples. Arch Gynecol Obstet. 2009 [Epub ahead of print].
Nezhat F, Allan CJ, Nezhat C, Martin DC. Nonvisualized endometriosis at laparoscopy. Int J Fertil. 1991;36(6):340-3.
Nisolle M, Casanas-Roux F, Anaf V, Mine JM, Donnez J. Morphometric study of the stromal vascularization in peritoneal endometriosis. Fertil Steril. 1993;59(3):681-4.
Balasch J, Creus M, Fábregues F, et al. Visible and non-visible endometriosis at laparoscopy in fertile and infertile women and in patients with chronic pelvic pain: a prospective study. Hum Reprod. 1996;11(2):387-91.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.