Proteína C-reativa não é um marcador útil de infecção em unidade de terapia intensiva cirúrgica
Palavras-chave:
Choque séptico, Proteína C-reativa, Síndrome de resposta inflamatória sistêmica, Insuficiência de múltiplos órgãos, LactatosResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: A proteína C reativa (PCR) é muito usada como marcador de estados inflamatórios e na identificação precoce de infecção. Este estudo teve como proposta investigar a PCR como marcadora de infecção em pacientes em choque séptico no período pós-operatório. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo, monocêntrico, desenvolvido numa unidade de terapia intensiva pós-operatória do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Foram avaliados 54 pacientes no pós-operatório, sendo 29 deles com choque séptico (grupo SS) e 25 com síndrome da resposta inflamatória sistêmica (grupo SI). Todos os pacientes foram acompanhados durante sete dias pelo escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) e com dosagens diárias de PCR e lactato. RESULTADOS: As dosagens de PCR não diferiram entre os grupos. Não foi observada correlação entre dosagem de PCR e lactato ou escore SOFA nos grupos estudados. Observamos que as concentrações plasmáticas de PCR estavam elevadas em quase todos os pacientes avaliados. Os pacientes no pós-operatório apresentam estado inflamatório em resposta à agressão cirúrgica, sendo este fato capaz de explicar as dosagens de PCR elevadas, independentemente de o paciente estar ou não infectado. CONCLUSÕES: Este estudo não evidenciou correlação entre PCR e infecção nos pacientes com síndrome da resposta inflamatória sistêmica e choque séptico no período pós-operatório precoce.
Downloads
Referências
Cicarelli DD, Benseñor FE, Vieira JE. Effects of single dose of dexamethasone on patients with systemic inflammatory response. Sao Paulo Med J. 2006;124(2):90-5.
Luzzani A, Polati E, Dorizzi R, Rungatscher A, Pavan R, Merlini A. Comparison of procalcitonin and C-reactive protein as markers of sepsis. Crit Care Med. 2003;31(6):1737-41.
Enguix A, Rey C, Concha A, Medina A, Coto D, Diéguez MA. Comparison of procalcitonin with C-reactive protein and serum amyloid for the early diagnosis of bacterial sepsis in critically ill neonates and children. Intensive Care Med. 2001;27(1):211-5.
Cicarelli LM, Perroni AG, Zugaib M, de Albuquerque PB, Campa A. Maternal and cord blood levels of serum amyloid A, C-reactive protein, tumor necrosis factor-alpha, interleukin-1beta, and interleukin-8 during and after delivery. Mediators Inflamm. 2005;2005(2):96-100.
Castelli GP, Pognani C, Cita M, Stuani A, Sgarbi L, Paladini R. Procalcitonin, C-reactive pro- tein, white blood cells and SOFA score in ICU: diagnosis and monitoring of sepsis. Minerva Anestesiol. 2006;72(1-2):69-80.
Meisner M, Tschaikowsky K, Hutzler A, Schick C, Schüttler J. Postoperative plasma concentrations of procalcitonin after different types of surgery. Intensive Care Med. 1998;24(7):680-4.
Levy MM, Fink MP, Marshall JC, et al. 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sep- sis Definitions Conference. Intensive Care Med. 2003;29(4):530-8.
Reade MC, Young JD. Consent for observational studies in critical care: time to open Pandora’s Box. Anaesthesia. 2003;58(1):1-3.
Reny JL, Vuagnat A, Ract C, Benoit MO, Safar M, Fagon JY. Diagnosis and follow-up of infec- tions in intensive care patients: value of C-reactive protein compared with other clinical and biological variables. Crit Care Med. 2002;30(3):529-35.
Lobo SM, Lobo FR, Bota DP, et al. C-reactive protein levels correlate with mortality and organ failure in critically ill patients. Chest. 2003;123(6):2043-9.
Marshall JC, Vincent JL, Fink MP, et al. Measures, markers, and mediators: toward a staging system for clinical sepsis. A report of the Fifth Toronto Sepsis Roundtable, Toronto, Ontario, Canada, October 25-26, 2000. Crit Care Med. 2003;31(5):1560-7.
Hulley SB, Cummings SR. Designing clinical research: an epidemiologic approach. 1st ed. Philadelphia: Williams & Wilkins; 1988.
Okino AM, Bürger C, Cardoso JR, Lavado EL, Lotufo PA, Campa A. The acute-phase proteins serum amyloid A and C reactive protein in transudates and exudates. Mediators Inflamm. 2006;2006(1);47297.
Kosuge M, Ebina T, Ishikawa T, et al. Serum amyloid A is a better predictor of clinical outco- mes than C-reactive protein in non-ST-segment elevation acute coronary syndromes. Circ J. 2007;71(2):186-90.
Suprin E, Camus C, Gacouin A, et al. Procalcitonin: a valuable indicator of infection in a medical ICU? Intensive Care Med. 2000;26(9):1232-8.
Gabay C, Kushner I. Acute-phase proteins and other systemic responses to inflammation. N Engl J Med. 1999;340(6):448-54.
Ugarte H, Silva E, Mercan D, De Mendonça A, Vincent JL. Procalcitonin used as a marker of infection in the intensive care unit. Crit Care Med. 1999;27(3):498-504.
Ventetuolo CE, Levy MM. Biomarkers: diagnosis and risk assessment in sepsis. Clin Chest Med. 2008;29(4):591-603, vii.
Castelli GP, Pognani C, Meisner M, Stuani A, Bellomi D, Sgarbi L. Procalcitonin and C-reactive protein during systemic inflammatory response syndrome, sepsis and organ dysfunction. Crit Care. 2004;8(4):R234-42.
Cicarelli DD, Vieira JE, Benseñor FE. Comparison of C-reactive protein and serum amyloid a protein in septic shock patients. Mediators Inflamm. 2008;2008:631414.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.