Diagnóstico e tratamento da policitemia vera
experiência de uma instituição brasileira
Palavras-chave:
Policitemia vera, Tratamento, Trombose, Sobrevivência, BrasilResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: A policitemia vera (PV) é uma doença mieloproliferativa crônica, caracterizada pela proliferação de precursores hematopoéticos, principalmente da série eritróide. Poucos dados são disponíveis sobre pacientes brasileiros portadores desta doença. O objetivo do presente estudo é analisar as características de pacientes portadores de PV ao diagnóstico e a sua evolução clínica a longo prazo. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo unicêntrico, realizado no Serviço de Hematologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Foram elegíveis para este estudo os pacientes com PV diagnosticados de acordo com os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. Foram avaliadas as características demográficas e clínicas ao diagnóstico, as complicações trombóticas, a transformação para leucemia aguda e mielofibrose e a sobrevida. RESULTADOS: Foram avaliados 66 pacientes; 36 (54,5%) eram do sexo feminino, com uma mediana de idade ao diagnóstico de 61 anos. As medianas da concentração de hemoglobina e da plaquetometria ao diagnóstico foram de 18,8 mg/dl e 593.000/mm3, respectivamente. 58 (88,0%) foram tratados com hidroxiuréia associada ou não à flebotomia. Em uma mediana de acompanhamento de 77 meses, 22 (33,3%) pacientes apresentaram eventos trombóticos, predominantemente arteriais. A incidência de leucemia e mielofibrose foi de 0,42/100 pacientes-ano e 1,06/100 pacientes-ano, respectivamente. A mediana de sobrevida global não foi atingida, a taxa de sobrevida em sete anos foi de 77,8%. CONCLUSÃO: Os portadores de PV em nosso serviço apresentaram longa sobrevida. Os eventos trombóticos arteriais foram a principal complicação da população estudada.
Downloads
Referências
Berlin NI. Diagnosis and classification of the polycythemias. Semin Hematol. 1975;12(4):339-51.
Pierre R, Imbert M, Thiele J, Vardiman JW, Brunning RD, Frandrin G. Polycythemia vera. In: Jaffe ES, Harris NL, Stein H, Vardiman JW, editors. World Health Organization (WHO) Classification of Tumors: Pathology and Genetics of Tumors of Haematopoietic and Lymphoid Tissues. Lyon: IARC Press; 2001. p. 32-4.
Berk PD, Goldberg JD, Donovan PB, Fruchtman SM, Berlin NI, Wasserman LR. Therapeutic recommendations in polycy- themia vera based on Polycythemia Vera Study Group protocols. Semin Hematol. 1986;23(2):132-43.
Finazzi G, Caruso V, Marchioli R, et al. Acute leukemia in polycythemia vera: an analysis of 1638 patients enrolled in a prospective observational study. Blood. 2005;105(7):2664-70.
Berk PD, Goldberg JD, Silverstein MN, et al. Increased inci- dence of acute leukemia in polycythemia vera associated with chlorambucil therapy. N Engl J Med. 1981;304(8):441-7.
Gilbert HS. Historical perspective on the treatment of essential thrombocythemia and polycythemia vera. Semin Hematol. 1999;36(1 Suppl 2):19-22.
Fruchtman SM, Mack K, Kaplan ME, Peterson P, Berk PD, Was- serman LR. From efficacy to safety: a Polycythemia Vera Study group report on hydroxyurea in patients with polycythemia vera. Semin Hematol. 1997;34(1):17-23.
Passamonti F, Rumi E, Pungolino E, et al. Life expectancy and prognostic factors for survival in patients with polycythemia vera and essential thrombocythemia. Am J Med. 2004;117(10):755-61.
Spivak JL. The optimal management of polycythaemia vera. Br J Haematol. 2002;116(2):243-54.
Recommended methods for measurement of red-cell and plasma volume: International Committee for Standardization in Haematology. J Nucl Med. 1980;21(8):793-800.
Marchioli R, Finazzi G, Landolfi R, et al. Vascular and neoplastic risk in a large cohort of patients with polycythemia vera. J Clin Oncol. 2005;23(10):2224-32.
Green AR, Vassiliou GS, Curtin N, Campbell PJ. Management of the myeloproliferative disorders: distinguishing data from dogma. Hematol J. 2004;5(Suppl 3):S126-32.
Bench AJ, Pahl HL. Chromosomal abnormalities and molecu- lar markers in myeloproliferative disorders. Semin Hematol. 2005;42(4):196-205.
Najean Y, Rain JD, Dresch C, et al. Risk of leukaemia, car- cinoma, and myelofibrosis in 32P- or chemotherapy-treated patients with polycythaemia vera: a prospective analysis of 682 cases. The “French Cooperative Group for the Study of Polycythaemias”. Leuk Lymphoma. 1996;22(Suppl 1):111-9.
Berk PD, Wasserman LR, Fruchtman SM, Goldberg JD. Treat- ment of polycythemia vera: a summary of clinical trials conducted by the polycythemia vera study group. In: Wasserman LR, Berk PD, Berlin NI, editors. Polycythemia vera and myeloproliferative disorders. Philadelphia: WB Saunders; 1995. p. 166-94.
Andreasson B, Löfvenberg E, Westin J. Management of patients with polycythaemia vera: results of a survey among Swedish haematologists. Eur J Haematol. 2005;74(6):489-95.
Baxter EJ, Scott LM, Campbell PJ, et al. Acquired mutation of the tyrosine kinase JAK2 in human myeloproliferative disorders. Lancet. 2005;365(9464):1054-61.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.