Transplante autólogo de células-tronco de medula óssea por mini-toracotomia
técnica e resultados iniciais
Palavras-chave:
Cardiomiopatia dilatada, Células-tronco, Cirurgia torácica, Insuficiência cardíaca congestiva, Transplante celularResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Há pouco estudos avaliando o transplante de células mononucleares da medula óssea (CMMO) na miocardiopatia dilatada não-isquêmica. O presente estudo descreve uma técnica de implante intramiocárdico de CMMO por mini-toracomia e resultados com até um ano de acompanhamento. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Série casos para avaliar segurança e viabilidade do procedimento, no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. MÉTODOS: Nove pacientes com miocardiopatia dilatada, em classe funcional III/IV e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 35% receberam CMMO (média 9,6 ± 2,6 x 107 células) em 20 pontos da parede livre do ventrículo esquerdo, através de toracotomia de 5 cm no quinto espaço intercostal esquerdo. Foram realizados ecocardiograma e ressonância nuclear magnética (RNM). RESULTADOS: Não ocorreram complicações maiores. Os resultados pré-operatórios aos 2, 4, 8 e 12 meses de acompanhamento dos seis primeiros pacientes são: classe funcional: IV-2, III-4 para I-5, II-1 para I-3, II-3 para I-2, II-3 e I-2, II-3. Ecocardiograma: FEVE = 25.9 ± 8.2, 32.9 ± 10.4, 29.4 ± 7.2, 25.1 ± 7.9, 25.4 ± 6.8% (p = 0.023); Fração de encurtamento do ventrículo esquerdo (VE) = 12.6 ± 4.4, 16.4 ± 5.4, 14.3 ± 3.7, 12.1 ± 4.0, 12.2 ± 3.4% (p = 0.021). RNM demonstrou diferenças discretas, não significativas. CONCLUSÕES: O implante intramiocárdico de células-tronco na miocardiopatia dilatada é viável e seguro. Houve melhora precoce nos sintomas e na performance de VE. Avaliação a médio prazo demonstrou regressão da função VE, mantendo, contudo, a melhora na qualidade de vida e na classe funcional.
Downloads
Referências
Dimmeler S, Zeiher AM, Schneider MD. Unchain my heart: the scientific foundations of cardiac repair. J Clin Invest. 2005;115(3):572-83
Scorsin M, Hagège A, Vilquin JT, et al. Comparison of the effects of fetal cardiomyocyte and skeletal myoblast transplantation on postinfarction left ventricular function. J Thorac Cardiovas Surg. 2000;119(6):1169-75.
Tomita S, Li RK, Weisel RD, et al. Autologous transplanta- tion of bone marrow cells improves damaged heart function. Circulation. 1999;100(19 Suppl):II247-56.
Nagaya N, Kangawa K, Itoh T, et al. Transplantation of mesen- chymal stem cells improves cardiac function in a rat model of dilated cardiomyopathy. Circulation. 2005;112(8):1128-35.
Yoo KJ, Li RK, Weisel RD, Mickle DA, Li G, Yau TM. Autolo- gous smooth muscle cell transplantation improved heart function in dilated cardiomyopathy. Ann Thorac Surg. 2000;70(3):859-65.
Strauer BE, Brehm M, Zeus T, et al. Repair of infarcted myocardium by autologous intracoronary mononuclear bone marrow cell transplantation in humans. Circulation. 2002;106(15):1913-8.
Stamm C, Westphal B, Kleine HD, et al. Autologous bone- marrow stem-cell transplantation for myocardial regeneration. Lancet. 2003;361(9351):45-6.
Perin EC, Dohmann HF, Borojevic R, et al. Improved exercise capacity and ischemia 6 and 12 months after transendocardial injection of autologous bone marrow mononuclear cells for ischemic cardiomyopathy. Circulation. 2004;110(11 Suppl 1): II213-8.
Joseph J, Rimawi A, Mehta P, et al. Safety and effectiveness of granulocyte-colony stimulating factor in mobilizing stem cells and improving cytokine profile in advanced chronic heart failure. Am J Cardiol. 2006;97(5):681-4.
Vilas-Boas F, Feitosa GS, Soares MB, et al. [Early results of bone marrow cell transplantation to the myocardium of patients with heart failure due to Chagas disease]. Arq Bras Cardiol. 2006;87(2):159-66.
Trainini JC, Lago NE, Alvarez M, et al. Mononuclear bone marrow stem cells implant as an alternative treatment in non- ischemic dilated cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2006;47(4 Suppl A):A80. [abstract].
Meyer GP, Wollert KC, Lotz J, et al. Intracoronary bone marrow cell transfer after myocardial infarction: eighteen months’ fol- low-up data from the randomized, controlled BOOST (BOne marrOw transfer to enhance ST-elevation infarct regeneration) trial. Circulation. 2006;113(10):1287-94.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.