Profilaxia da anemia carencial com sulfato ferroso em lactentes acompanhados em Unidade Básica de Saúde no Município de Embu (SP) (2003/2004)

Autores

  • André Fernando Shibukawa Universidade Federal de São Paulo
  • Edina Mariko Koga da Silva Universidade Federal de São Paulo
  • Wilson André Ichiki Universidade Federal de São Paulo
  • Maria Wany Louzada Strufaldi Universidade Federal de São Paulo
  • Rosana Fiorini Puccini Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Anemia ferropriva, Sulfato ferroso, Cuidado da criança, Prevenção de doenças, Atenção primária

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A anemia ferropriva é um importante problema de saúde pública no Brasil. No município de Embu, estudo populacional realizado em 1996 verificou prevalência de anemia de 68,5% em crianças de um a dois anos. A partir desses resultados, o uso de sulfato ferroso profilático foi introduzido em 1998 no Programa de Saúde da Criança para as crianças a partir do desmame até os dois anos de idade. Após cinco anos de intervenção, avaliou-se a prevalência de anemia e os fatores associados, em crianças de 12 a 18 meses de idade que receberam orientação para uso profilático de sulfato ferroso. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal analítico realizado no período de 10/2003 a 06/2004 em Unidade Básica de Saúde, Embu. MÉTODO: Amostra aleatória de crianças entre 12 a 18 meses que receberam orientação do uso de ferro profilático. Mensuração de hemoglobina em sangue capilar através do aparelho portátil HemoCue. Hemoglobina < 11 g/100 dl foi considerada anemia. RESULTADOS: A amostra foi composta por 118 crianças. A prevalência de anemia foi de 41,5%. Não foi observada associação estatisticamente significativa entre a anemia e as variáveis: sexo, peso ao nascer, intercorrências neonatais, doenças crônicas, internação anterior, aleitamento materno, uso de suplementação de ferro, estado nutricional. Verificou-se associação estatisticamente significante (p = 0,03) entre a presença de anemia e renda per capita, em que a maior renda associou-se a menor prevalência de anemia. CONCLUSÃO: O programa de profilaxia da anemia ferropriva não alcançou os resultados esperados. Novas estratégias devem ser consideradas frente à magnitude do problema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Fernando Shibukawa, Universidade Federal de São Paulo

Undergraduate medical student, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Edina Mariko Koga da Silva, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Professor in the Department of Pediatrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Wilson André Ichiki, Universidade Federal de São Paulo

Undergraduate medical student, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Maria Wany Louzada Strufaldi, Universidade Federal de São Paulo

MD, MSc. Attending physician in the Department of Pediatrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Rosana Fiorini Puccini, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Titular professor of the Department of Pediatrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Referências

World Health Organization. Nutritional Anemia: Report of a WHO Scientific Group. Technical Report Series, 405. Geneva: World Health Organization; 1968. p. 1-37.

Yip R. The epidemiology of childhood iron deficiency: evidence for improving iron nutrition among USA children. In: Dobbing J, editor. Brain, behaviour, and iron in the infant diet. Virginia: Springer-Verlag; 1992. p. 27-39.

Dallman PR. Nutritional anaemias. In: Rudolph AM, editor. Pe- diatrics. Norwalk: Appleton and Lange; 1991. p. 1091-106.

Queiroz SS, Torres MAA. Anemia ferropriva na infância. [Iron deficiency anemia in children]. J Pediatr (Rio de J). 2000;76(Suppl 3):S298-S304.

Monteiro CA, Szarfarc SC, Mondini L. Tendência secular da anemia na infância na cidade de São Paulo (1984-1996). [Secular trends in child anemia in S. Paulo city, Brazil (1984-1996)]. Rev Saúde Pública = J Public Health. 2000;34(6 Supl):62-72.

Terao SMI, Puccini RF, Silva EMK, Pedroso GC, Silva NN. Prevalência de anemia em crianças residentes no município do Embu (São Paulo), 1996-7. [Prevalence of anemia among children residing]. Rev Paul Pediatr. 2004;22(1):7-14.

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Estatísticas vitais e saúde. Taxa de mortalidade infantil. Avail- able from: http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php. Accessed in 2008 (Jan 30).

World Health Organization. Physical status: the use and interpre- tation of anthropometry. Report of a WHO Expert Committee. Technical Report Series No, 854. Geneva: WHO; 1995. Available from: http://www.who.int/childgrowth/publications/physi-cal_status/en/index.html. Accessed in 2008 (Jan 30).

Campos-Filho N, Franco EL. Epidemiologic programs for com- puters and calculators. A microcomputer program for multiple logistic regression by unconditional and conditional maximum likelihood methods. Am J Epidemiol. 1989;129(2):439-44.

Schneider JM, Fujii ML, Lamp CL, Lönnerdal B, Dewey KG, Zidenberg-Cherr S. Anemia, iron deficiency, and iron deficiency anemia in 12-36-mo-old children from low-income families. Am J Clin Nutr. 2005;82(6):1269-75.

White KC. Anemia is a poor predictor of iron deficiency among toddlers in the United States: for heme the bells tolls. Pediatrics. 2005;115(2):315-20.

International Nutritional Anemia Consultative Group (IN- ACG). Iron deficiency in infancy and childhood. Geneva: International Nutritional Anemia Consultative Group/World Health Organization; 1979.

Dallman PR, Reeves J. Laboratory diagnosis of iron deficiency. In: Stekel A, editor. Iron nutrition in infancy and childhood. New York: Raven Press; 1984. p. 25-6.

Emond AM, Hawkins N, Pennock C, Golding J. Haemoglobin and ferritin concentrations in infants at 8 months of age. Arch Dis Child. 1996;74(1):36-9.

Sherriff A, Emond A, Hawkins N, Golding J. Haemoglobin and ferritin concentrations in children aged 12 and 18 months. ALSPAC Children in Focus Study Team. Arch Dis Child. 1999;80(2):153-7.

World Health Organization. Complementary feeding of young children in developing countries: a review of current scientific knowledge. Geneva: World Health Organization; 1998. Available from: http://www.who.int/bookorders/anglais/detart1.jsp?sesslan=1&codlan=1&codcol=93&codcch=141. Accessed in 2008 (Jan 31).

Terao SMI, Puccini RF, Silva EMK, Pedroso GC, Silva NN. Prevalência de anemia em crianças residentes no município do Embu (São Paulo), 1996-7. [Prevalence of anemia among children residing]. Rev Paul Pediatr. 2004;22(1):7-14.

Levy-Costa RB, Monteiro CA. Consumo de leite de vaca e anemia na infância no Município de São Paulo. [Cow’s milk consumption and childhood anemia in the city of São Paulo, southern Brazil]. Rev Saúde Pública = J Public Health. 2004;38(6):797-803.

Silva LSM, Giugliani ERJ, Aerts DRGC. Prevalência e deter- minantes de anemia em crianças de Porto Alegre, RS, Brasil. [Prevalence and risk factors for anemia among children in Brazil]. Rev Saúde Pública = J Public Health. 2001;35(1):66-73.

Almeida CAN, Ricco RG, Del Ciampo LA, Souza AM, Pinho AP, Oliveira JED. Factors associated with iron defi- ciency anemia in Brazilian preschool children. J Pediatr (Rio J). 2004;80(3):229-34.

Santos I, César JA, Minten G, Valle N, Neumann NA, Cercato

E. Prevalência e fatores associados à ocorrência de anemia entre menores de seis anos de idade em Pelotas, RS. [Prevalence of anemia and associated factors among children under six years of age in Pelotas, South Brazil]. Rev Bras Epidemiol. 2004;7(4):403-15.

Matta IEA, Veiga GV, Baião MR, Santos MMAS, Luiz RR. Anemia em crianças menores de cinco anos que freqüentam creches públicas do município do Rio de Janeiro, Brasil. [Ane- mia in children under five years old attended at public day care centers from Rio de Janeiro, Brazil]. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(3):349-57.

Uchimura TT, Szarfarc SC, Latorre MRD, Uchimura NS, Souza SB. Anemia e peso ao nascer. [Anemia and birthweight]. Rev Saúde Pública = J Public Health. 2003;37(4)397-403.

Torres MAA, Sato K, Queiroz SS. Anemia em crianças menores de dois anos atendidas nas unidades básicas de saúde no Estado de São Paulo (Brasil). [Anemia in children under two years in basic health care units in the state of S. Paulo, Brazil]. Rev Saúde Pública = J Public Health. 1994;28(4):290-4.

United Nations Children’s Fund (Unicef). Preventing iron deficiency in women and children: background and consensus on key technical issues and resources for advocacy, planning and implementing national programmes. New York: Unicef/UNU/ WHO/MI — Technical Workshop; 1998.

Neves MBP. Silva EMK, Morais MB. Prevalência e fatores associados à deficiência de ferro em lactentes atendidos em um centro de saúde-escola em Belém, Pará, Brasil. [Prevalence and factors associated with iron deficiency in infants treated at a primary care center in Belém, Pará, Brazil]. Cad Saúde Pública= Rep Public Health. 2005;21(6):1911-8.

Kapur D, Shama S, Agarwal KN. Effectiveness of nutrition education, iron supplementation or both on iron status in children. Indian Pediatr. 2003;40(12):1131-44.

Geltman PL, Meyers AF, Mehta SD, et al. Daily multivitamins with iron to prevent anemia in high-risk infants: a randomized clinical trial. Pediatrics. 2004;144(1):86-93.

Downloads

Publicado

2008-03-03

Como Citar

1.
Shibukawa AF, Silva EMK da, Ichiki WA, Strufaldi MWL, Puccini RF. Profilaxia da anemia carencial com sulfato ferroso em lactentes acompanhados em Unidade Básica de Saúde no Município de Embu (SP) (2003/2004). Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de março de 2008 [citado 10º de março de 2025];126(2):96-101. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1950

Edição

Seção

Artigo Original