Analgesia de parto com ropivacaína associada à clonidina

Pesquisa clínica randomizada

Autores

  • Giane Nakamura Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Eliana Marisa Ganem Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Norma Sueli Pinheiro Módolo Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Ligia Maria Suppo de Souza Rugolo Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Yara Marcondes Machado Castiglia Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

Palavras-chave:

Analgesia obstétrica, Anestesia epidural, Neonato, Anestésicos locais, Clonidina

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A associação entre ropivacaína e clonidina agiria menos que a ropivacaína isolada na mãe e no feto? Foram pesquisados os efeitos materno-fetais de duas técnicas farmacológicas: pequena dose de ropivacaína ou dose menor de ropivacaína mais clonidina na analgesia peridural para parto. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo, Departamento de Anestesiologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista. MÉTODOS: Trinta e duas parturientes, estado físico de acordo com a American Society of Anesthesiologists I e II, foram aleatoriamente submetidas à analgesia peridural com 15 ml de ropivacaína 0,125% (grupo R) ou 15 ml de ropivacaína 0,0625% mais clonidina, 75 µg (grupo RC). Foram avaliados: intensidade da dor, nível do bloqueio sensitivo, latência, intensidade do bloqueio motor, duração da analgesia de parto e da analgesia peridural. Os neonatos foram avaliados pelo Apgar e método de Amiel-Tison (capacidade neurológica e adaptativa). RESULTADOS: Não houve diferenças significativas entre grupos para dor, nível de bloqueio sensitivo, duração da analgesia peridural e Apgar. Para latência, duração da analgesia de parto e bloqueio motor, grupo R < grupo RC. O escore da capacidade neurológica e adaptativa de meia e duas horas foi maior para o grupo R. Cem por cento dos neonatos do grupo R e 75% dos do grupo RC estavam neurologicamente saudáveis ao exame de 24 horas. CONCLUSÃO: Pequena dose de ropivacaína e dose menor mais clonidina aliviaram a dor materna durante o parto. Neonatos de mães que receberam apenas ropivacaína mostraram melhores escores da capacidade neurológica e adaptativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giane Nakamura, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

MD, PhD. Anesthesiologist, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Eliana Marisa Ganem, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

MD, PhD. Associate professor, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Norma Sueli Pinheiro Módolo, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

MD, PhD. Associate professor, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Ligia Maria Suppo de Souza Rugolo, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

MD, PhD. Associate professor, Department of Pediatrics, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Yara Marcondes Machado Castiglia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

MD, PhD. Full professor, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Referências

Nancarrow C, Rutten AJ, Runciman WB, et al. Myocardial and cerebral drug concentrations and the mechanisms of death after fatal intravenous doses of lidocaine, bupivacaine, and ropivacaine in the sheep. Anesth Analg. 1989;69(3):276-83.

Zaric D, Nydahl PA, Philipson L, Samuelsson L, Heierson A, Axelsson K. The effect of continuous lumbar epidural infusion of ropivacaine (0.1%, 0.2%, and 0.3%) and 0.25% bupivacaine on sensory and motor block in volunteers: a double-blind study. Reg Anesth. 1996;21(1):14-25.

Nakamura G, Castiglia YMM, Nascimento Júnior P, Rugollo LMSS. Bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína em analgesia e anestesia de parto: repercussões materno-fetais. [Bupivacaine, ropivacaine and levobupivacaine in extradural analgesia and labor anesthesia: materno-fetal effects]. Rev Bras Anestesiol. 2000;50(2):105-11.

Amiel-Tison C, Barrier G, Shnider SM, Levinson G, Hughes SC, Stefani SJ. A new neurologic and adaptive capacity scor- ing system for evaluating obstetric medications in full-term newborns. Anesthesiology. 1982;56(5):340-50.

Sullivan AF, Dashwood MR, Dickenson AH. Alpha 2-adreno- ceptor modulation of nociception in rat spinal cord: location, effects and interactions with morphine. Eur J Pharmacol. 1987;138(2):169-77.

Hartikainen-Sorri AL, Heikkinen JE, Koivisto M. Pharmaco- kinetics of clonidine during pregnancy and nursing. Obstet Gynecol. 1987;69(4):598-600.

Landau R, Schiffer E, Morales M, Savoldelli G, Kern C. The dose-sparing effect of clonidine added to ropivacaine for labor epidural analgesia. Anesth Analg. 2002;95(3):728-34.

Roelants F. The use of neuraxial adjuvant drugs (neostig- mine, clonidine) in obstetrics. Curr Opin Anaesthesiol. 2006;19(3):233-7.

Van Zundert A, Vaes L, Van der Aa P, Van der Donck A, Meeuwis

H. Motor blockade during epidural anesthesia. Anesth Analg. 1986;65(4):333-6.

Capurro H, Konichezky S, Fonseca D, Caldeyro-Barcia R. A simplified method for diagnosis of gestational age in the newborn infant. J Pediatr. 1978;93(1):120-2.

Butterworth JF 5th, Strichartz GR. The alpha 2-adrenergic agonists clonidine and guanfacine produce tonic and phasic block of conduction in rat sciatic nerve fibers. Anesth Analg. 1993;76(2):295-301.

Mizobe T, Maze M. Alpha 2-adrenoceptor agonists and anes- thesia. Int Anesthesiol Clin. 1995;33(1):81-102.

Cigarini I, Kaba A, Bonnet F, et al. Epidural clonidine combined with bupivacaine for analgesia in labor. Effects on mother and neonate. Reg Anesth. 1995;20(2):113-20.

Abraham RA, Harris AP, Maxwell LG, Kaplow S. The efficacy of 1.5% lidocaine with 7.5% dextrose and epineph- rine as an epidural test dose for obstetrics. Anesthesiology. 1986;64(1):116-9.

O’Meara ME, Gin T. Comparison of 0.125% bupivacaine with 0.125% bupivacaine and clonidine as extradural analgesia in the first stage of labour. Br J Anaesth. 1993;71(5):651-6.

Nishikawa T, Dohi S. Clinical evaluation of clonidine added to lidocaine solution for epidural anesthesia. Anesthesiology. 1990;73(5):853-9.

Eisenach JC, De Kock M, Klimscha W. alpha(2)-adrenergic agonists for regional anesthesia. A clinical review of clonidine (1984-1995). Anesthesiology. 1996;85(3):655-74.

Scanlon JW, Brown WU Jr, Weiss JB, Alper MH. Neurobe- havioral responses of newborn infants after maternal epidural anesthesia. Anesthesiology. 1974;40(2):121-8.

Brooke MH, Carroll JE, Ringel SP. Congenital hypotonia revisited. Muscle Nerve. 1979;2(2):84-100.

Brockhurst NJ, Littleford JA, Halpern SH. The Neuro- logic and Adaptive Capacity Score: a systematic review of its use in obstetric anesthesia research. Anesthesiology. 2000;92(1):237-46.

Halpern SH, Littleford JA, Brockhurst NJ, Youngs PJ, Malik N, Owen HC. The neurologic and adaptive capacity score is not a reliable method of newborn evaluation. Anesthesiology. 2001;94(6)958-62.

Ala-Kokko TI, Alahuhta S, Jouppila P, Korpi K, Westerling P, Vähäkangas K. Feto-maternal distribution of ropivacaine and bupivacaine after epidural administration for cesarean section. Int J Obstet Anesth. 1997;6(3):147-52.

Eddleston JM, Holland JJ, Griffin RP, Corbett A, Horsman EL, Reynolds F. A double-blind comparison of 0.25% ropivacaine and 0.25% bupivacaine for extradural analgesia in labour. Br J Anaesth. 1996;76(1):66-71.

Gaiser RR, Venkateswaren P, Cheek TG, et al. Comparison of 0.25% ropivacaine and bupivacaine for epidural analgesia for labor and vaginal delivery. J Clin Anesth. 1997;9(7):564-8.

Boutroy MJ, Gisonna CR, Legagneur M. Clonidine: placental transfer and neonatal adaption. Early Hum Dev. 1988;17(2- 3):275-86.

Claes B, Soetens M, Van Zundert A, Datta S. Clonidine added to bupivacaine-epinephrine-sufentanil improves epidural analgesia during childbirth. Reg Anesth Pain Med. 1998;23(6):540-7.

Missant C, Teunkens A, Vandermeersch E, Van de Velde M. Intrathecal clonidine prolongs labour analgesia but worsens fetal outcome: a pilot study. Can J Anesth. 2004;51(7):696-701.

Downloads

Publicado

2008-03-03

Como Citar

1.
Nakamura G, Ganem EM, Módolo NSP, Rugolo LMS de S, Castiglia YMM. Analgesia de parto com ropivacaína associada à clonidina: Pesquisa clínica randomizada. Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de março de 2008 [citado 10º de março de 2025];126(2):102-6. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1956

Edição

Seção

Artigo Original