Impacto de uma intervenção comunitária na melhoria da cobertura de um programa de rastreamento para câncer do colo do útero na região amazônica brasileira
Palavras-chave:
Colo uterino, Câncer, Diagnóstico, Assistência ambulatorial, Esfregaço vaginalResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Na Região Norte do Brasil, o câncer do colo do útero é a mais importante causa de morte, por câncer, entre as mulheres. É muito provável, entretanto, que os dados ofi ciais referentes à incidência e à mortalidade estejam grosseiramente subestimados. O objetivo foi estimar as repercussões que a melhora dos programas de rastreamento possam exercer sobre a incidência de lesões pré-invasoras e invasoras do colo do útero em uma municipalidade da região Amazônica brasileira. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Este estudo “quasi-experimental” avaliou dimensões processuais relevantes para os objetivos do programa de rastreamento. Foi incluída uma amostra de 2.226 mulheres, atendidas em unidades básicas de saúde de Cruzeiro do Sul, uma pequena cidade da Amazônia Brasileira, entre abril de 2003 e julho de 2004. MÉTODOS: As mulheres foram recrutadas através de anúncio pelo rádio e por comunicação oral desempenhada pelos próprios pesquisadores. Após assinarem o Termo de Consentimento Informado, responderam a um questionário estruturado e foram submetidas a exame pélvico, o que incluiu coleta e colpocitologia oncológica (CO) e inspeção da cérvice após aplicação de ácido acético diluído. Mulheres com CO positiva ou exame ginecológico anormal foram encaminhadas para colposcopia e eventual biópsia, excisão diatérmica da zona de transformação ou conização. RESULTADOS: Os resultados obtidos foram comparados a dados históricos ofi ciais referentes à cidade de Cruzeiro do Sul, recuperados do banco de dados do Ministério da Saúde do Brasil. Em comparação aos dados históricos, a intervenção resultou em um aumento de 40% na freqüência de CO positiva, e a detecção de câncer foi nove vezes superior àquela dos dados ofi ciais. CONCLUSÕES: A detecção de lesões cervicais pré-invasoras e invasoras no grupo que sofreu intervenção foi marcadamente superior à das mulheres atendidas pelo programa ofi cial de rastreamento.
Downloads
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativas de Incidência de Câncer no Brasil. Nordeste. Available from: http://www.inca.gov.br/estimativa/2006/index.asp?link=tabelaregioes.asp&ID=3. Accessed in 2006 (Dec 11).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativas 2005: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2004. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estimativa_versaofinal.pdf. Accessed in 2006 (Nov 21).
Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Insti- tuto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. Available from: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php. Accessed in 2006 (Dec 11).
Solomon D, Davey D, Kurman R, et al. The 2001 Bethesda System: terminology for reporting results of cervical cytology. JAMA. 2002;287(16):2114-9.
Scully RE, Bonfiglio TA, Kurman RI, Silverberg SG, Wilkins EJ. Histological typing of female genital tract tumors – World Health Organization – International histological classification of tumors. 2nd ed. Berlin: Springer-Verlag; 1994.
Miller AB, Nazeer S, Fonn S, et al. Report on consensus conference on cervical cancer screening and management. Int J Cancer. 2000;86(3):440-7.
Denny L, Kuhn L, Pollack A, Wright TC Jr. Direct visual inspection for cervical cancer screening: an analysis of factors influencing test performance. Cancer. 2002;94(6):1699-707.
Denny L, Kuhn L, Pollack A, Wainwright H, Wright TC Jr. Evaluation of alternative methods of cervical cancer screening for resource-poor settings. Cancer. 2000;89(4):826-33.
Solomon D, Schiffman M, Tarone R; ALTS Study group. Comparison of three management strategies for patients with atypical squamous cells of undetermined significance: baseline results from a randomized trial. J Natl Cancer Inst. 2001;93(4):293-9.
Ponten J, Adami HO, Bergström R, et al. Strategies for global control of cervical cancer. Int J Cancer. 1995;60(1):1-26.
Cronje HS, Parham GP, Cooreman BF, de Beer A, Divall P, Bam RH. A comparison of four screening methods for cervi- cal neoplasia in a developing country. Am J Obstet Gynecol. 2003;188(2):395-400.
Sigurdsson K. The Icelandic and Nordic cervical screening programs: trends in incidence and mortality rates through 1995. Acta Obstet Gynecol Scand. 1999;78(6):478-85.
Sankaranarayanan R, Wesley R, Thara S, et al. Test characteristics of visual inspection with 4% acetic acid (VIA) and Lugol’s iodine (VILI) in cervical cancer screening in Kerala, India. Int J Cancer. 2003;106(3):404-8.
Sankaranarayanan R, Wesley R, Somanathan T, et al. Visual inspection of the uterine cervix after the application of acetic acid in the detection of cervical carcinoma and its precursors. Cancer. 1998;83(10):2150-6.
Visual inspection with acetic acid for cervical-cancer screening: test qualities in a primary-care setting. University of Zimbabwe/JH- PIEGO Cervical Cancer Project. Lancet. 1999;353(9156):869-73.
Sankaranarayanan R, Nene BM, Dinshaw K, et al. Early detection of cervical cancer with visual inspection methods: a summary of completed and on-going studies in India. Salud Publica Mex. 2003;45(Suppl 3):S399-407.
Nazeer S. Aided visual inspection of the cervix. “Acetic acid test” picture atlas. Geneva Foundation for Medical Education and Research. Available from: http://www.gfmer.ch/Books/Cervical_cancer_modules/Aided_visual_inspection_atlas.htm. Accessed in 2006 (Dec 05).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.