Lúpus eritematoso sistêmico e gravidez

evolução clínica, resultados maternos e perinatais e achados placentários

Autores

  • Fernanda Garanhani de Castro Surita Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas
  • Mary Ângela Parpinelli Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas
  • Ema Yonehara Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas
  • Fabiana Krupa Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas
  • José Guilherme Cecatti Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas

Palavras-chave:

Lupus, Gestação, Perinatologia, Placenta, Saúde materna

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença crônica que acomete preferencialmente mulheres em idade reprodutiva. A associação entre lúpus e gravidez é problemática e os resultados maternos e perinatais são piores que na população geral. O objetivo foi determinar os resultados de 76 gestações de 67 mulheres lúpicas segundo a atividade da doença. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo clínico descritivo avaliando a evolução de gestantes lúpicas seguidas no Ambulatório de Pré-Natal Especializado do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Universidade Estadual de Campinas (CAISM/Unicamp), no período de 1995 a 2002. MÉTODOS: Os dados foram coletados a partir de uma fi cha pré-codifi cada. As mulheres foram divididas em dois grupos segundo atividade do lúpus eritematoso sistêmico (LES) na gestação, conforme o índice de atividade de doença lúpica SLEDAI (Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index). A presença ou não de atividade de doença e de envolvimento renal foram consideradas variáveis independentes e os demais resultados as variáveis dependentes. RESULTADOS: A doença em atividade durante a gestação ocorreu em 85,3% dos casos, sendo o acometimento renal o mais importante, relacionando-se a um maior número de mulheres que tiveram pré-eclâmpsia e pior evolução perinatal. Restrição do crescimento intra-uterino foi mais freqüente nas mulheres com doença ativa. O peso da placenta também foi signifi cativamente menor nas mulheres com envolvimento renal. CONCLUSÕES: A atividade da doença e o envolvimento renal do LES na gestação associam-se com o aumento de complicações maternas e perinatais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Garanhani de Castro Surita, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas

MD, PhD. Assistant professor, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil.

Mary Ângela Parpinelli, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas

MD, PhD. Assistant professor, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil.

Ema Yonehara, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas

MD. Former student at the Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil.

Fabiana Krupa, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas

MD, MSc. Obstetrician, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil.

José Guilherme Cecatti, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual Campinas

MD, PhD, Full professor of Obstetrics, Department of Obstetrics and Gynecology, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil.

Referências

Barros VIPVL. Correlações anátomo-clínicas de placentas de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. [Dissertation]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1994.

Khamashta MA, Ruiz-Irastorza G, Hughes GR. Systemic lupus erythematosus flares during pregnancy. Rheum Dis Clin North Am. 1997;23(1):15-30.

Petri M. Hopkins Lupus Pregnancy Center: 1987 to 1996. Rheum Dis Clin North Am. 1997;23(1):1-13.

Kiss E, Bhattoa HP, Bettembuk P, Balogh A, Szegedi G. Pregnancy in women with systemic lupus erythematosus. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2002;101(2):129-34.

Nayar R, Lage JM. Placental changes in a first trimester missed abortion in maternal systemic lupus erythematosus with antiphospholipid syndrome; a case report and review of the literature. Hum Pathol. 1996;27(2):201-6.

Benirschke K, Kauffman P. Lupus erythematosus and lupus anticoagu- lant. In: Benirschke K, Kauffman P, editors. Pathology of the human placenta. 3rd ed. New York: Springer-Verlag; 1995. p. 512-20.

Buyon JP, Tamerius J, Ordorica S, Young B, Abramson SB. Activation of the alternative complement pathway accompanies disease flares in systemic lupus erythematosus during pregnancy. Arthritis Rheum. 1992;35(1):55-61.

Bombardier C, Gladman DD, Urowitz MB, Caron D, Chang CH. Derivation of the SLEDAI. A disease activity index for lupus patients. The Committee on Prognosis Studies in SLE. Arthritis Rheum. 1992;35(6):630-40.

Lockshin MD. Pregnancy does not cause systemic lupus ery- thematosus to worsen. Arthritis Rheum. 1989;32(6):665-70.

Repke JT. Hypertensive disorders of pregnancy. Differentiating preeclampsia from active systemic lupus erythematosus. J Reprod Med. 1998;43(4):350-4.

Surita FGC, Cecatti JG, Barini R, Parpinelli MA, Silva JLCP. Lúpus e gravidez. Rev Bras Ginecol Obstet. 1997;19(6):413-7.

Dhar JP, Essenmacher LM, Ager JW, Sokol RJ. Pregnancy outcomes before and after a diagnosis of systemic lupus ery- thematosus. Am J Obstet Gynecol. 2005;193(4):1444-55.

Julkunen H. Renal lupus in pregnancy. Scand J Rheumatol Suppl. 1998;107:80-3.

Downloads

Publicado

2007-03-03

Como Citar

1.
Surita FG de C, Parpinelli M Ângela, Yonehara E, Krupa F, Cecatti JG. Lúpus eritematoso sistêmico e gravidez: evolução clínica, resultados maternos e perinatais e achados placentários. Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de março de 2007 [citado 10º de março de 2025];125(2):91-5. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2081

Edição

Seção

Artigo Original