Os nossos médicos recém-formados têm conhecimento adequado da reanimação neonatal?

Autores

  • Ana Paula de Carvalho Panzeri Carlotti Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Maria Lúcia Silveira Ferlin Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Francisco Eulógio Martinez Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Recém-nascido, Ressuscitação, Diretrizes para a prática clínica, Ensino, Internato e residência

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A reanimação neonatal deveria fazer parte do curriculum médico. Nosso objetivo foi avaliar os conhecimentos básicos sobre reanimação neonatal de egressos de faculdades de medicina. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal do desempenho dos candidatos que participaram do concurso para residência médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo em 2004. MÉTODOS: O exame tinha duas questões: uma teórica, com o objetivo de avaliar o conhecimento dos primeiros passos da recepção e uma prova prática, que pretendia avaliar a habilidade do candidato em executar os primeiros passos da ressuscitação e a ventilação com bolsa e máscara. RESULTADOS: Dos 642 candidatos provenientes de 74 faculdades, 151 (23,5%) acertaram a questão teórica. A taxa de acerto foi significativamente maior entre os egressos das escolas médicas públicas do Estado de São Paulo quando comparadas com as demais escolas do Brasil (52,5% versus 9,2%, p < 0,05). Realizaram a prova prática 436 candidatos. As notas dos egressos das escolas estaduais de São Paulo foram significativamente maiores do que as notas dos egressos das demais faculdades (5,9 ± 2,6 versus 4,1 ± 2,1, p < 0,001). As notas obtidas no exame prático pelos alunos que acertaram a questão teórica foram significativamente maiores do que as notas obtidas pelos alunos que erraram (p < 0,05). CONCLUSÃO: O conhecimento dos egressos das escolas médicas sobre o atendimento ao recém-nascido na sala de parto é muito precário, existindo, portanto, a premente necessidade de que seja dada maior ênfase ao ensino da reanimação neonatal durante a graduação em medicina.

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Biografia do Autor

Ana Paula de Carvalho Panzeri Carlotti, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Professor of Pediatrics, Department of Childcare and Pediatrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Maria Lúcia Silveira Ferlin, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Professor of Pediatrics, Department of Childcare and Pediatrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Francisco Eulógio Martinez, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Full Professor of Pediatrics, Department of Childcare and Pediatrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

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Publicado

2007-05-05

Como Citar

1.
Carlotti AP de CP, Ferlin MLS, Martinez FE. Os nossos médicos recém-formados têm conhecimento adequado da reanimação neonatal?. Sao Paulo Med J [Internet]. 5º de maio de 2007 [citado 16º de outubro de 2025];125(3):180-5. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2123

Edição

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Artigo Original