Alterações cariotípicas e seu significado clínico em um grupo de pacientes portadores de leucemia mielóide crônicas tratados com transplante de células tronco-hematopoéticas

Autores

  • Luize Otero Instituto Nacional do Câncer
  • Maria Helena Ornellas Instituto Nacional do Câncer
  • Rita de Cássia Tavares Instituto Nacional do Câncer
  • Virgínia Pires Instituto Nacional do Câncer
  • Eliana Abdelhay Instituto Nacional do Câncer
  • Luiz Fernando Bouzas Instituto Nacional do Câncer
  • Teresa de Souza Fernandez Instituto Nacional do Câncer

Palavras-chave:

Transplante de células-tronco hematopoéticas, Leucemia mielóide crônica, Aberrações cromossômicas, Cromossomo Filadélfia, Prognóstico

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Após o transplante de células tronco-hematopoéticas (TCTH), o cariótipo é uma ferramenta valiosa para monitorar o status do enxerto e da doença. Poucos estudos investigaram o signifi cado prognóstico do cariótipo nos pacientes que se submeteram ao TCTH para leucemia mielóide crônica (LMC). O objetivo desse estudo foi verifi car o signifi cado dos achados citogenéticos pré-TCTH em pacientes portadores de LMC. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Série de casos. Instituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro, Brasil. METODOLOGIA: Foram realizados estudos citogenéticos por bandeamento G em 39 pacientes submetidos ao TCTH. RESULTADOS: Trinta e um pacientes estavam em fase crônica e oito em fase acelerada. Pré-TCTH, alterações cromossômicas adicionais ao cromossomo Philadelphia (Ph) foram observadas em 11 pacientes. A mais freqüente foi o duplo Ph observado em quatro casos. Após o TCTH, quimerismo total foi observado em 31 pacientes (79,5%). Desses, 23 (82,3%) apresentavam somente o cromossomo Ph. Quimerismo misto foi observado em sete pacientes, sendo três com alterações adicionais ao Ph. Um caso não apresentou resposta ao TCTH. Recaída citogenética associada com recaída clínica foi observada em cinco pacientes. Após o TCTH, 27 pacientes permanecem vivos e com remissão clínica e citogenética. CONCLUSÃO: Em nosso estudo a presença de alterações cromossômicas adicionais ao Ph, prévias ao TCTH, não foi associada com pior evolução, com risco de recaída, bem como não foi observada diferença entre as taxas de sobrevida. Nosso estudo sugere que a citogenética clássica permanece uma grande ferramenta no monitoramento do TCTH.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luize Otero, Instituto Nacional do Câncer

Biologist, Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA). Postgraduate student of School of Medical Sciences, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Maria Helena Ornellas, Instituto Nacional do Câncer

MD, PhD. Hematologist and Researcher, Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA). Professor, Department of Pathology, School of Medical Sciences, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Rita de Cássia Tavares, Instituto Nacional do Câncer

MD. Hematologist, Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Virgínia Pires, Instituto Nacional do Câncer

PhD. Biologist and Researcher, Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Eliana Abdelhay, Instituto Nacional do Câncer

PhD. Head of Laboratory Unit, Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Luiz Fernando Bouzas, Instituto Nacional do Câncer

MD, MSc. Head of Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Teresa de Souza Fernandez, Instituto Nacional do Câncer

PhD. Biologist and Researcher, Bone Marrow Transplantation Center, Instituto Nacional do Câncer (INCA), Professor, School of Medical Sciences, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Referências

Shet AS, Jahagirdar BN, Verfaillie CM. Chronic myelogenous leukemia: mechanisms underlying disease progression. Leuke- mia. 2002;16(8):1402-11.

Johansson B, Fioretos T, Mitelman F. Cytogenetic and molecular genetic evolution of chronic myeloid leukemia. Acta Haematol. 2002;107(2):76-94.

Kantarjian HM, Keating MJ, Talpaz M, et al. Chronic myel- ogenous leukemia in blast crisis. Analysis of 242 patients. Am J Med. 1987;83(3):445-54.

Kantarjian HM, Smith TL, McCredie KB, et al. Chronic myelogenous leukemia: a multivariate analysis of the associations of patient charac- teristics and therapy with survival. Blood. 1985;66(6):1326-35.

Singh S, Wass J, Vincent PC, Young GA, Gunz FW. Significance of secondary cytogenetic changes in patients with Ph-positive chronic granulocytic leukemia in the acute phase. Cancer Genet Cytogenet. 1986;21(3):209-20.

Druker BJ, Talpaz M, Resta DJ, et al. Efficacy and safety of a specific inhibitor of the BCR-ABL tyrosine kinase in chronic myeloid leukemia. N Engl J Med. 2001;344(14):1031-7.

Clift RA, Anasetti C. Allografting for chronic myeloid leukae- mia. Baillieres Clin Haematol. 1997;10(2):319-36.

Speck B, Bortin MM, Champlin R, et al. Allogeneic bone-mar- row transplantation for chronic myelogenous leukaemia. Lancet. 1984;1(8378):665-8.

Seabright M. A rapid banding technique for human chromo- somes. Lancet. 1971;2(7731):971-2.

Mitelman F. ISCN 1995. An International System for Human Cytogenetic Nomenclature. Basel: Karger; 1995. Available from: http://www.iscn1995.org/. Accessed in 2007 (Jun 4).

Farag SS, Ruppert AS, Mrózek K, et al. Prognostic sig- nificance of additional cytogenetic abnormalities in newly diagnosed patients with Philadelphia chromosome-positive chronic myelogenous leukemia treated with interferon- alpha: a Cancer and Leukemia Group B study. Int J Oncol. 2004;25(1):143-51.

Schoch C, Haferlach T, Kern W, et al. Occurrence of additional chromosome aberrations in chronic myeloid leukemia patients treated with imatinib mesylate. Leukemia. 2003;17(2):461-3.

Przepiorka D, Thomas ED. Prognostic significance of cytoge- netic abnormalities in patients with chronic myelogenous leukemia. Bone Marrow Transplant. 1988;3(2):113-9.

Slovak ML, Kopecky KJ, Wolman SR, et al. Cytogenetic correlation with disease status and treatment outcome in advanced stage leukemia post bone marrow transplantation: a Southwest Oncology Group study (SWOG-8612). Leuk Res. 1995;19(6):381-8.

Konstantinidou P, Szydlo RM, Chase A, Goldman JM. Cytoge- netic status pre-transplant as a predictor of outcome post bone marrow transplantation for chronic myelogenous leukaemia. Bone Marrow Transplant. 2000;25(2):143-6.

Downloads

Publicado

2007-07-07

Como Citar

1.
Otero L, Ornellas MH, Tavares R de C, Pires V, Abdelhay E, Bouzas LF, Fernandez T de S. Alterações cariotípicas e seu significado clínico em um grupo de pacientes portadores de leucemia mielóide crônicas tratados com transplante de células tronco-hematopoéticas. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2007 [citado 17º de março de 2025];125(4):246-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2137

Edição

Seção

Breve Comunicado