Histeroscopia como procedimento padrão para avaliação de lesões endometriais em mulheres na pós-menopausa

Autores

  • Camila Toffoli Ribeiro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Júlio César Rosa-e-Silva Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Marcos Felipe Silva-de-Sá Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Ana Carolina Japur de Sá Rosa-e-Silva Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Omero Benedicto Poli Neto Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Francisco José Candido dos Reis Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Antonio Alberto Nogueira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Histeroscopia, Ultra-som, Pós-menopausa, Biópsia, Neoplasias do endométrio

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O câncer endometrial é o tipo mais prevalente de neoplasia maligna do trato genital. Os objetivos deste estudo foram: calcular a sensibilidade, especifi cidade e acurácia, bem como valor preditivo positivo e negativo das histeroscopias diagnósticas em comparação com a análise histopatológica de todas as lesões da cavidade endometrial. DESENHO E LOCAL: Estudo retrospectivo e descritivo no setor de endoscopia ginecológica do hospital universitário, terciário e público da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. MÉTODOS: A histeroscopia diagnóstica foi indicada nas seguintes situações: espessura endometrial > 4 mm em pacientes assintomáticas, sangramento na pós-menopausa, endométrio irregular ou endométrio de difícil avaliação pelo ultra-som, com ou sem sangramento vaginal. A avaliação ultra-sonográfi ca foi realizada não mais que três meses antes da histeroscopia. RESULTADOS: A idade média das pacientes foi 61,1 ± 2,0 anos, e a duração média do período pós-menopausa foi de 12,7 ± 2,5 anos. Das 510 pacientes, 293 (57,5%) foram submetidas à biópsia endometrial, no estudo histopatológico, 18 pacientes apresentavam carcinoma endometrial, hiperplasia típica ou atípica e nenhuma delas apresentava espessura endometrial maior que 8 mm. Nenhuma diferença signifi cativa foi encontrada entre as espessuras medianas das várias lesões benignas (p > 0,05). A sensibilidade (94,4%), especifi cidade (97%), acurácia (96,8%) e valores preditivos positivo e negativo (68% e 99,6% respectivamente) foram altos em nosso estudo. CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que a histeroscopia diagnóstica apresenta boa validade como ferramenta diagnóstica para lesões malignas e hiperplasias, bem como para lesões benignas, com exceção dos leiomiomas submucosos, para o qual a sensibilidade foi de somente 52,6%.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila Toffoli Ribeiro, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Postgraduate student, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Júlio César Rosa-e-Silva, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Attending physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Marcos Felipe Silva-de-Sá, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Professor, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Ana Carolina Japur de Sá Rosa-e-Silva, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Attending physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Omero Benedicto Poli Neto, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Professor, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Francisco José Candido dos Reis, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Professor, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Antonio Alberto Nogueira, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD. Professor, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Referências

Münstedt K, Grant P, Woenckhaus J, Roth G, Tinneberg HR. Cancer of the endometrium: current aspects of diagnostics and treatment. World J Surg Oncol. 2004;2:24.

Gatta G, Lasota MB, Verdecchia A. Survival of European women with gynaecological tumours, during the period 1978-1989. EUROCARE Working Group. Eur J Cancer. 1998;34(14 Spec No):2218-25.

Morrow CP, Di Saia PJ, Townsend DE. Current management of endometrial carcinoma. Obstet Gynecol. 1973;42(3):399-406.

Osmers R, Völksen M, Schauer A. Vaginosonography for early detection of endometrial carcinoma? Lancet. 1990;335(8705):1569-71.

Varner RE, Sparks JM, Cameron CD, Roberts LL, Soong SJ. Transvaginal sonography of the endometrium in postmenopau- sal women. Obstet Gynecol. 1991;78(2):195-9.

Langer RD, Pierce JJ, O’Hanlan KA, et al. Transvaginal ultra- sonography compared with endometrial biopsy for the detection of endometrial disease. Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions Trial. N Engl J Med. 1997;337(25):1792-8.

Fleischer AC, Wheeler JE, Lindsay I, et al. An assessment of the value of ultrasonographic screening for endometrial disease in postmenopausal women without symptoms. Am J Obstet Gynecol. 2001;184(2):70-5.

Gerber B, Krause A, Müller H, et al. Ultrasonographic detection of asymptomatic endometrial cancer in postmenopausal patients offers no prognostic advantage over symptomatic disease dis- covered by uterine bleeding. Eur J Cancer. 2001;37(1):64-71.

Goldstein SR, Nachtigall M, Snyder JR, Nachtigall L. Endome- trial assessment by vaginal ultrasonography before endometrial sampling in patients with postmenopausal bleeding. Am J Obstet Gynecol. 1990;163(1 Pt 1):119-23.

Granberg S, Wikland M, Karlsson B, Norström A, Friberg LG. Endometrial thickness as measured by endovaginal ultrasonog- raphy for identifying endometrial abnormality. Am J Obstet Gynecol. 1991;164(1 Pt 1):47-52.

Karlsson B, Granberg S, Wikland M, Ryd W, Norström A. Endovaginal scanning of the endometrium compared to cytology and histology in women with postmenopausal bleeding. Gynecol Oncol. 1993;50(2):173-8.

Litta P, Merlin F, Saccardi C, et al. Role of hysteroscopy with endome- trial biopsy to rule out endometrial cancer in postmenopausal women with abnormal uterine bleeding. Maturitas. 2005;50(2):117-23.

de Wit AC, Vleugels MP, de Kruif JH. Diagnostic hysteroscopy: a valuable diagnostic tool in the diagnosis of structural intra- cavital pathology and endometrial hyperplasia or carcinoma? Six years of experience with non-clinical diagnostic hysteroscopy. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2003;110(1):79-82.

Birinyi L, Daragó P, Török P, et al. Predictive value of hysteroscopic examination in intrauterine abnormalities. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2004;115(1):75-9.

Loffer FD. Hysteroscopy with selective endometrial sampling compared with D&C for abnormal uterine bleeding: the value of a negative hysteroscopic view. Obstet Gynecol. 1989;73(1):16-20.

Gimpelson RJ, Rappold HO. A comparative study between panoramic hysteroscopy with directed biopsies and dilatation and curettage. A re- view of 276 cases. Am J Obstet Gynecol. 1988;158(3 Pt 1):489-92.

Karlsson B, Granberg S, Wikland M, et al.Transvaginal ultrasonography of the endometrium in women with postmenopausal bleeding--a Nor- dic multicenter study. Am J Obstet Gynecol. 1995;172(5):1488-94.

Smith-Bindman R, Kerlikowske K, Feldstein VA, et al. En- dovaginal ultrasound to exclude endometrial cancer and other endometrial abnormalities. JAMA. 1998;280(17):1510-7.

Gupta JK, Chien PF, Voit D, Clark TJ, Khan KS. Ultrasono- graphic endometrial thickness for diagnosing endometrial pathology in women with postmenopausal bleeding: a meta- analysis. Acta Obstet Gynecol Scand. 2002;81(9):799-816.

Tabor A, Watt HC, Wald NJ. Endometrial thickness as a test for endometrial cancer in women with postmenopausal vaginal bleeding. Obstet Gynecol. 2002;99(4):663-70.

Deckardt R, Lueken RP, Gallinat A, et al. Comparison of trans- vaginal ultrasound, hysteroscopy, and dilatation and curettage in the diagnosis of abnormal vaginal bleeding and intrauterine pathology in perimenopausal and postmenopausal women. J Am Assoc Gynecol Laparosc. 2002;9(3):277-82.

Giusa-Chiferi MG, Gonçalves WJ, Baracat EC, de Albuquerque Neto LC, Bortoletto CC, de Lima GR. Transvaginal ultrasound, uterine biopsy and hysteroscopy for postmenopausal bleeding. Int J Gynaecol Obstet. 1996;55(1):39-44.

Ben-Yehuda OM, Kim YB, Leuchter RS. Does hysteroscopy improve upon the sensitivity of dilatation and curettage in the diagnosis of endometrial hyperplasia or carcinoma? Gynecol Oncol. 1998;68(1):4-7.

Word B, Gravlee LC, Wideman GL. The fallacy of simple uterine curettage. Obstet Gynecol. 1958;12(6):642-8.

Stock RJ, Kanbour A. Prehysterectomy curettage. Obstet Gynecol. 1975;45(5):537-41.

Grimes DA. Diagnostic dilation and curettage: a reappraisal. Am J Obstet Gynecol. 1982;142(1):1-6.

Stovall TG, Solomon SK, Ling FW. Endometrial sampling prior to hysterectomy. Obstet Gynecol. 1989;73(3 Pt 1):405-9.

Stovall TG, Ling FW, Morgan PL. A prospective, randomized com- parison of the Pipelle endometrial sampling device with the Novak curette. Am J Obstet Gynecol. 1991;165(5 Pt 1):1287-90.

Garuti G, Cellani F, Colonnelli M, Garzia D, Gonfiantini C, Luerti M. Hysteroscopically targeted biopsies compared with blind samplings in endometrial assessment of menopausal women taking tamoxifen for breast cancer. J Am Assoc Gynecol Laparosc. 2004;11(1):62-7.

Garuti G, Cellani F, Garzia D, Colonnelli M, Luerti M. Accuracy of hysteroscopic diagnosis of endometrial hyperplasia: a retrospective study of 323 patients. J Minim Invasive Gynecol. 2005;12(3):247-53.

Gambacciani M, Monteleone P, Ciaponi M, Sacco A, Genazzani AR. Clinical usefulness of endometrial screening by ultrasound in asymp- tomatic postmenopausal women. Maturitas. 2004;48(4):421-4.

Obermair A, Hanzal E, Schreiner-Frech I, et al. Influence of de- layed diagnosis on established prognostic factors in endometrial cancer. Anticancer Res. 1996;16(2):947-9.

Downloads

Publicado

2007-11-11

Como Citar

1.
Ribeiro CT, Rosa-e-Silva JC, Silva-de-Sá MF, Rosa-e-Silva ACJ de S, Poli Neto OB, Reis FJC dos, Nogueira AA. Histeroscopia como procedimento padrão para avaliação de lesões endometriais em mulheres na pós-menopausa. Sao Paulo Med J [Internet]. 11º de novembro de 2007 [citado 16º de outubro de 2025];125(6):338-42. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2178

Edição

Seção

Artigo Original