Comparação entre o teste de tolerância a 100 g de glicose e dois outros testes de rastreamento do diabete gestacional
combinação da glicemia de jejum com análise dos fatores de risco e teste de tolerância a 50 g de glicose
Palavras-chave:
Glicemia, Diabetes gestacional, Teste de tolerância a glucose, Hiperglicemia, Diabetes melitoResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: A falta de consenso sobre os protocolos de rastreamento e diagnóstico do diabetes gestacional, associada às dificuldades na realização do teste oral simplificado do diabete gestacional (o teste de tolerância a 100 g de glicose, considerado padrão-ouro) justificam a comparação com alternativas. O objetivo deste trabalho é comparar o teste padrão-ouro a dois testes de rastreamento: associação de glicemia de jejum e fatores de risco (GJ + FR) e o teste oral simplificado de tolerância a 50 g de glicose (TTG 50 g), com o teste de tolerância a 100 g de glicose (TTG 100 g). TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte longitudinal, prospectivo, realizado no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. MÉTODOS: 341 gestantes foram submetidas aos três testes. Calcularam-se os índices de sensibilidade (S), especificidade (E), valores preditivos (VPP e VPN), razões de probabilidade (RPP e RPN) e resultados falsos (FP e FN), positivos e negativos da associação GJ + FR e do TTG 50 g em relação ao TTG 100 g. Compararam-se as médias das glicemias de uma hora pós-sobrecarga (1hPS) com 50 e 100 g. Na análise estatística, empregou-se o teste t de Student, com limite de significância de 5%. RESULTADOS: A associação GJ + FR encaminhou mais gestantes (53,9%) para a confirmação diagnóstica que o TTG 50 g (14,4%). Os dois testes foram equivalentes nos índices de S (86,4 e 76,9%), VPN (98,7 e 98,9%), RPN (0,3 e 0,27) e FN (15,4 e 23,1%). As médias das glicemias 1hPS foram semelhantes, 106,8 mg/dl para o TTG 50 g e 107,5 mg/dl para o TTG 100 g. CONCLUSÕES: Os resultados da eficiência diagnóstica associados à simplicidade, praticabilidade e custo referendaram a associação GJ + FR como o mais adequado para o rastreamento. A equivalência das glicemias de 1hPS permitiram a proposição de um novo protocolo de rastreamento e diagnóstico do diabete gestacional, com menores custo e desconforto.
Downloads
Referências
American Diabetes Association. Gestational diabetes mellitus. Definition, detection, and diagnosis. Diabetes Care. 2002;25: S94–S96. Available at: http://care.diabetesjournals.org/cgi/content/full/25/suppl_1/s94. Accessed in 2005 (Sep 13).
Oh W. Neonatal cone and long-term outcome on infants of diabetic mothers. In: Merkatz IR, Adam PAJ, editors. The diabetic pregnancy: a perinatal perspective. New York: Grune Statton; 1979. p. 195-205.
Rudge MVC, Calderon IMP, Ramos MD, Maestá I, Souza LMS, Peraçoli JC. Perspectiva perinatal decorrente do rígido controle pré- natal em gestações complicadas pelo diabete. [Perinatal perspective resulting from rigid prenatal control in pregnancies complicated by diabetes]. Rev Bras Ginecol Obstet. 1995;17(1):26-32.
Rudge MV, Calderon IM, Ramos MD, Abbade JF, Rugolo LM. Perinatal outcome of pregnancies complicated by diabetes and by maternal daily hyperglycemia not related to diabetes. A retrospective 10-year analysis. Gynecol Obstet Invest. 2000;50(2):108-12.
Coustan DR. Rastreamento e Testes para Diabetes Melito Gestacional. In: Reece EA, editor. Diabetes na Gravidez. Clínicas Obstétricas e Ginecológicas da América do Norte. Interlivros; 1996. p. 250-65.
Fletcher RH, Fletcher SW, Wagner EH. Epidemiologia Clínica: Elementos essenciais. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 1996.
Jekel JF, Katz DL, Elmore JG,. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 1a ed. Porto Alegre: Artmed; 1999.
Riegelman RK. Studying a Study and Testing a Test: How to read the medical evidence. 4th ed. Washington: Lippincott Williams & Wilkins; 1999.
O’Sullivan JB, Mahan CM. Criteria for the Oral Glucose Toler- ance Test in Pregnancy. Diabetes. 1964;13:278-85.
Langer O, Anyaegbunam A, Brustman L, Divon M. Manage- ment of women with one abnormal oral glucose tolerance test value reduces adverse outcome in pregnancy. Am J Obstet Gynecol. 1989;161(3):593-9.
WHO Expert Committee on Diabetes Mellitus: second report. World Health Organ Tech Rep Ser. 1980;646:1-80.
Gillmer MD, Beard RW, Brooke FM, Oakley NW. Carbohydrate metabolism in pregnancy. Part I. Diurnal plasma glucose profile in normal and diabetic women. Br Med J. 1975;3(5980):399-402.
Carbohydrate metabolism in pregnancy. Part II. Relation between maternal glucose tolerance and glucose metabolism in the newborn. Br Med J. 1975;3(5980):402-4.
Deerochanawong C, Putiyanun C, Wongsuryrat M, Serirat S, Jinayon P. Comparison of National Diabetes Data Group and World Health Organization criteria for detecting gestational diabetes mellitus. Diabetologia. 1996;39(9):1070-3.
Khan KS, Syed AH, Hashmi FA, Rizvi JH. Relationship of fetal macrosomia to a 75g glucose challenge test in nondiabetic pregnant women. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 1994;34(1):24-7.
Gillmer MD, Oakley NW, Beard RW, Nithyananthan R, Cawston M. Screening for diabetes during pregnancy. Br J Obstet Gynaecol. 1980;87(5):377-82.
Rudge MVC, De Luca LA. Diabete e Gravidez. Femina. 1981;9:463-7.
Rudge MVC, Calderon IMP, Ramos MD, Brasil MAM, Peraçoli JC. Comparação de dois métodos de rastreamento do diabetes na gestação. [Gestational diabetes investigated by comparison of two screening methods]. Rev Bras Ginecol Obstet. 1994;16(6):203-5.
Greenberg LR, Moore TR, Murphy H. Gestational diabetes mellitus: antenatal variables as predictors of postpartum glucose intolerance. Obstet Gynecol. 1995;86(1):97-101.
Gaudier FL, Hauth JC, Poist M, Corbett D, Cliver SP. Recurrence of gestational diabetes mellitus. Obstet Gynecol. 1992;80(5):755-8.
O’Sullivan JB, Mahan CM, Charles D, Dandrow RV. Screening criteria for high-risk gestational diabetic patients. Am J Obstet Gynecol. 1973;116(7):895-900.
Ministério da Saúde. Assistência pré-natal: normas e manuais técnicos. 3a ed. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde — SPS/Ministério da Saúde. Available from URL: http://dtr2001.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pre_natal.pdf. Accessed in: 2005 (Sep 13).
Fonseca JS, Martins GA. Amostragem. In: Martins GA, Fonseca JS. editores. Curso de estatística. 6a ed. São Paulo: Atlas; 1996. p. 177-85.
Cooper GR. Methods for determining the amount of glucose in blood. CRC Crit Rev Clin Lab Sci. 1973;4(2):101–45.
Honório AC, Calderon IMP, Ramos MD, Rudge MVC. Repercussões placentárias decorrentes da hiperglicemia materna, induzida por sensibilização do pâncreas à aloxana e pelo teste de sobrecarga à glicose (TTG). [Placental alterations in maternal hyperglycemia induced by sensibilization by alloxan and the answer of pancreas to the glycose tolerance test (GTT)]. Rev Ginecol Obstet. 1995;6(1):23-8.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.