O significado da avaliação global de especialistas sobre o desempenho de estudantes de Medicina na obtenção da história clínica

Autores

  • Luiz Ernesto de Almeida Troncon Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Hospital das Clínicas

Palavras-chave:

Competência clínica, Anamnese, Avaliação educacional, Estudantes de Medicina, Educação médica

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A avaliação global (AG) da competência de examinandos, feita por especialistas, tem sido utilizada em exames de habilidades clínicas, mas o significado desta medida é incerto. Neste trabalho foram investigadas as relações entre a AG de estudantes de Medicina na tomada da história clínica e medidas específicas do desempenho em três habilidades: comunicação, interrogatório completo e elaboração de perguntas essenciais, ligadas ao problema clínico. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo descritivo quantitativo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. MÉTODOS: Trinta e seis estudantes de Medicina foram submetidos a exame clínico objetivo estruturado (“OSCE”) em 15 estações, como avaliação prática final em disciplina compulsória. Em quatro estações de avaliação da obtenção da história clínica, os examinadores preencheram protocolo de observação referente às três habilidades investigadas e também atribuíram nota de AG com escala de cinco pontos (de 1 = “muito ruim” a 5 = “excelente”). Foram feitas correlações entre a AG e os escores para cada habilidade investigada, expressas pelo coeficiente de Spearman (rs). RESULTADOS: Houve tendência a correlação entre a AG e os escores para habilidades de comunicação (rs = 0,31; p = 0,06). Não houve correlação entre a AG e os escores para interrogatório completo (rs = 0,26; p = 0,11) e para a habilidade de fazer perguntas essenciais (rs = 0,07; p = 0,60). CONCLUSÕES: A avaliação global da competência de estudantes de Medicina na obtenção da história clínica, feita por professores de Medicina, constitui, provavelmente, uma dimensão específica, uma vez que parece ser pouco influenciada por componentes individuais do desempenho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Ernesto de Almeida Troncon, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Hospital das Clínicas

MD. Professor of Medicine, Department of Internal Medicine, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Hospital das Clínicas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Referências

Harden RM, Stevenson M, Downie WW, Wilson GM. Assess- ment of clinical competence using objective structured clinical examination. Br Med J. 1975;1(5955):447-51.

Vu NV, Barrows HC, Marcy ML, Verhust SJ, Colliver JA, Travis T. Six years of comprehensive, clinical, performance-based as- sessment using standardized patients at the Southern Illinois University School of Medicine. Acad Med. 1992;67(1):42-50.

Newble DI. Assessing clinical competence at the undergraduate level. Med Educ. 1992;26(6):504-11.

Petrusa ER, Blackwell TA, Ainsworth MA. Reliability and validity of an objective structured clinical examination for as- sessing the clinical performance of residents. Arch Intern Med. 1990;150(3):573-7.

Reznick RK, Blackmore D, Cohen R, et al. An objective structured clinical examination for the licentiate of the Medical Council of Canada: from research to reality. Acad Med. 1993;68(10 Suppl):S4-6.

Proceedings of the AAMC’S Consensus Conference on the Use of Standardized Patients In the Teaching and Evaluation of Clinical Skills. Washington, D. C., December 3-4, 1992. Acad Med. 1993;68(6):437-83.

Hodges B, Regehr G, McNaughton N, Tiberius R, Hanson M. OSCE checklists do not capture increasing levels of expertise. Acad Med. 1999;74(10):1129–34.

Vu NV, Marcy MM, Colliver JA, Verhust SJ, Travis TA, Barrows HS. Standardized (simulated) patients’ accuracy in recording clinical performance check-list items. Med Educ. 1992;26(2):99-104.

Wilkinson TJ, Fontaine S. Patients’ global ratings of student competence. Unreliable contamination or gold standard? Med Educ. 2002;36(12):1117–21.

Hodges B, Turnbull J, Cohen R, Bienenstock A, Norman G. Evaluating communication skills in the OSCE format: reliability and generalizability. Med Educ. 1996;30(1):38-43.

Rothman AI, Cusimano M. A comparison of physician examin- ers’, standardized patients’ and xommunication experts’ ratings of international medical graduates’ English proficiency. Acad Med. 2000;75(12):1206-11.

Newble D, Dawson B, Dauphinee D, et al. Guidelines for assessing clinical competence. Teach Learn Med. 1994;6(2):213-20.

Troncon LE. Clinical skills assessment: limitations to the introduction of an “OSCE” (Objective Structured Clinical Examination) in a traditional Brazilian medical school. Sao Paulo Med J. 2004;122(1):12-7.

Barrows HS. Simulated (standardized) patients and other hu- man simulations. Chapel Hill. North Carolina: Health Sciences Consortium; 1987.

Noel GL, Herbers JE Jr, Caplow MP, Cooper GS, Pangaro LN, Harvey J. How well do internal medicine faculty mem- bers evaluate the clinical skills of residents? Ann Intern Med. 1992;117(9):757-65.

Sloan DA, Donnelly MB, Schwartz RW, Felts JL, Blue AV, Strodel WE. The use of objective structured clinical examina- tion (OSCE) for evaluation and instruction in graduate medical education. J Surg Res. 1996;63(1):225-30.

Hodges B, McIlroy JH. Analytic global OSCE ratings are sensi- tive to level of training. Med Educ. 2003;37(11):1012-6.

MacRae HM, Vu NV, Graham B, Word-Sims M, Colliver JA, Robbs RS. Comparing checklists and databases with physicians’ ratings as measures of students’ history and physical-examination skills. Acad Med. 1995;70(4);313-7.

van der Vleuten CP, Swanson DB. Assessment of clinical skills with standardized patients: state of the art. Teach Learn Med. 1990;2(1):58-76.

van der Vleuten CP, Newble DI. How can we test clinical reasoning? Lancet. 1995;345(8956):1032-4.

Downloads

Publicado

2006-03-03

Como Citar

1.
Troncon LE de A. O significado da avaliação global de especialistas sobre o desempenho de estudantes de Medicina na obtenção da história clínica. Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de março de 2006 [citado 15º de março de 2025];124(2):101-4. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2211

Edição

Seção

Artigo Original