O impacto das causas externas de morbidades no Brasil, 2003

Autores

  • Vilma Pinheiro Gawryszewski Epidemiological Surveillance Center, State of São Paulo Department of Health
  • Eugênia Maria Silveira Rodrigues Epidemiological Surveillance Center, State of São Paulo Department of Health

Palavras-chave:

Coeficiente de mortalidade, Morbidade, Violência, Prevenção de acidentes, Homicídio, Acidentes de trânsito

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A partir da década de 80, a morbimortalidade por causas externas no Brasil se tornou um desafio para a saúde pública. O objetivo deste estudo é analisar os dados de mortes e internações hospitalares no Sistema Único de Saúde devido às causas externas no ano de 2003, último ano disponível. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo descritivo com base populacional, realizado no Brasil. MÉTODOS: O universo das 126.520 mortes e 733.712 internações por causas externas foi analisado. Os bancos de dados utilizados foram o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM/DATASUS) e o Sistema de Internações Hospitalares (SIH). Os dados foram estratificados por sexo, idade, tipo de causa externa e natureza da lesão. Taxas calculadas por 100.000 habitantes. RESULTADOS: A taxa de mortalidade por causas externas foi 71,5/100.000 (122,6/100.000 para os homens e 22,0/100.000 para as mulheres). Na mortalidade observou-se um equilíbrio entre a proporção de lesões intencionais e não-intencionais (44,3% e 46,9%, respectivamente). Os homicídios representa- ram 40,3% do total de mortes (28,8/100.000), seguido pelos acidentes de transporte, 26,2% do total (17,0/100.000). A taxa de morbidade foi de 414,8/100.000, as lesões não-intencionais representaram 88,9%. As quedas foram a maioria (42,6% do total; 176,8/100.000), seguidas pelos acidentes de trans- porte, 15,0% do total, 62,0/100.000. As fraturas foram o diagnóstico mais comum nas internações. CONCLUSÕES: Para prevenir mortes, estratégias para reduzir as agressões devem ser desenvolvidas; para prevenir hospitalizações, medidas para redução das quedas devem ser priorizadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vilma Pinheiro Gawryszewski, Epidemiological Surveillance Center, State of São Paulo Department of Health

MD, PhD. Epidemiological Surveillance Center, State of São Paulo Department of Health, São Paulo, Brazil.

Eugênia Maria Silveira Rodrigues, Epidemiological Surveillance Center, State of São Paulo Department of Health

MD, PhD. Health Surveillance Department, Ministry of Health, São Paulo, Brazil.

Referências

Krug EG, Sharma GK, Lozano R. The global burden of injuries. Am J Public Health. 2000;90(4):523-6.

Hofman K, Primack A, Keusch G, Hrynkow S. Addressing the growing burden of trauma and injury in low- and middle-income countries. Am J Public Health. 2005;95(1):13-7.

Krug EG, World Health Organization. Statistical Annex. In: Krug EG, Dahlberg LL, Mercy JA, Zwi AB, Lozano R, editors. World report on violence and health. Geneva: World Health Organization; 2002. p. 300-28.

Peden MM, World Health Organization. Statistical Annex. In: Peden MM, Scurfield R, Sleet D, editors. World report on road traffic injury prevention. Geneva: World Health Organization; 2004. p. 188-94.

Brasil. Ministério da Saúde. Datasus. Informações de Saúde. Available from URL: http://tabnet.datasus.gov.br/tabnet/tabnet.htm. Accessed in 2006 (May 15).

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileira de Geografia e Estatística. Tábuas Completas de Mortalidade - 2003. Available from URL: www.ibge.gov.br. Accessed in 2006 (May 15).

World Health Organization. International statistical classifica- tion of diseases and related health problems. 10th rev. Geneva: World Health Organization; 1992. Available from URL: http:// www3.who.int/icd/currentversion/fr-icd.htm. Accessed in 2006 (Jul 10).

Vyrostek SB, Annest JL, Ryan GW. Surveillance for fatal and nonfatal injuries-United States, 2001. MMWR Surveill Summ. 2004;53(7)1-57.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Homicide trends and characteristics-Brazil, 1980-2002. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2004;53(8):169-71.

Fingerhut LA, Chirstoffel KK. Firearm-related death and injury among children and adolescents. Future Child. 2002;12(2):24-37.

Peres MFT, Santos PC. Mortalidade por homicídios no Brasil na década de 90: o papel das armas de fogo. [Trends of homicide death in Brazil in the 90s: the role of firearms]. Rev Saúde Pública. 2005;39(1):58-66.

Falbo GH, Buzzetti R, Cattaneo A. Homicide in children and adolescents: a case-control study in Recife, Brazil. Bull World Health Organ. 2001;79(1):2-7.

Brasil. Estatuto do desarmamento. Lei n. 10.826, de 22/12/03. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004. Available at: http://www.camara.gov.br/internet/infdoc/Publicacoes/html/pdf/Desarmamento.pdf. Accessed in 2006 (May 15).

Lotufo PA. Brazil is getting older: some lessons from the Bambui Health and Aging Study. Sao Paulo Med J. 2004;122(3):79-80.

Gawryszewski VP, Koizumi MS, Mello-Jorge MH. As causas externas no Brasil no ano 2000: comparando a mortalidade e a morbidade. [Morbidity and mortality from external causes in Brazil, 2000]. Cad Saude Publica. 2004;20(4):995-1003.

Robertson MC, Campbell AJ, Gardner MM, Devlin N. Prevent- ing injuries in older people by preventing falls: a meta-analysis of individual-level data. J Am Geriatr Soc. 2002;50(5):905-11.

Binder S. Injuries among older adults: the challenge of optimiz- ing safety and minimizing unintended consequences. Inj Prev. 2002;8(Suppl 4):IV2-4.

Anderson RN, Minino AM, Fingerhut LA, Warner M, Hainen MA. Deaths: injuries, 2001. Natl Vital Stat Rep. 2004;52(21):1-86.

Gibb SJ, Beautrais AL, Fergusson DM. Mortality and further suicidal behavior after an index suicide attempt: a 10-year study. Aust N Z J Psychiatry. 2005;39(1-2):95-100.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pes- quisa Nacional por Amostra de Domicílios 2003. Tabela 32. População residente, por cobertura de plano de saúde, tipo do plano de saúde principal e situação de titular ou dependente, segundo as Unidades da Federação – Brasil – 2003. Available from URL: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2003/saude/tab32.pdf. Accessed in 2006 (Aug 15).

Downloads

Publicado

2006-07-07

Como Citar

1.
Gawryszewski VP, Rodrigues EMS. O impacto das causas externas de morbidades no Brasil, 2003. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2006 [citado 10º de março de 2025];124(4):208-13. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2243

Edição

Seção

Artigo Original