Reconstrução em cabeça e pescoço com retalho miocutâneo infrahióideo

Autores

  • Alfio José Tincani Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
  • André Del Negro Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
  • Priscila Pereira Costa Araújo Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
  • Hugo Kenzo Akashi Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
  • Flavia Silva Pinto Neves Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
  • Antônio Santos Martins Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

Palavras-chave:

Câncer de cabeça e pescoço, Retalhos cirúrgicos, Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos, Músculos do pescoço, Reabilitação

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O uso de retalhos miocutâneos pediculados para reconstrução cirúrgica na região de cabeça e pescoço (RCP) é consagrado. Apresentaremos a experiência com o uso do retalho infrahiódeo (RIH) em reconstrução de defeitos cirúrgicos na cavidade oral e orofaringe em portadores de tumores benignos e malignos. O objetivo foi avaliar o índice de sucesso do RIH em defeitos da cavidade oral em uma única instituição. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo, no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). MÉTODOS: Foram utilizados 14 RIH para reconstrução em RCP em 11 homens (78,5%) e 3 mulheres (21,5%). Em nove (64,2%) pacientes, a reconstrução foi de assoalho oral anterior, três (21,4%) de base de língua, um (7,1%) de assoalho lateral e um de trígono retromolar (7,1%). O carcinoma espinocelular (CEC) foi neoplasia presente em 13 deles (92,8%) e um (7,2%) ameloblastoma de mandíbula. O estádio era T3 em oito (61,5%) e T4 em cinco (38,5%) dos casos de CEC. RESULTADOS: Não houve caso de perda total do retalho ou fístula. A complicação mais comum foi epider- mólise, retardando o início da ingestão oral. Pacientes com CEC receberam radioterapia pós-operatória sem conseqüências para o retalho. CONCLUSÃO: O RIH é um retalho seguro e confiável para o cirurgião de cabeça e pescoço na reconstrução na RCP. Devido à espessura e maleabilidade, sua utilização para reconstrução de defeitos da cavidade oral e orofaringe proporciona bom aspecto cosmético e funcional. Complicações são de fácil manuseio.

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Biografia do Autor

Alfio José Tincani, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

MD, PhD. Assistant professor, Head and Neck Service, Department of Surgery, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

André Del Negro, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

MD. Attending surgeon, Head and Neck Service, Department of Surgery, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Priscila Pereira Costa Araújo, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

MD. Former resident, Head and Neck Service, Department of Surgery, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Hugo Kenzo Akashi, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

MD. Resident, Head and Neck Service, Department of Surgery, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Flavia Silva Pinto Neves, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

MD. Resident, Head and Neck Service, Department of Surgery, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Antônio Santos Martins, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

MD, PhD. Chief, Head and Neck Service, Department of Surgery, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Referências

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Publicado

2006-09-09

Como Citar

1.
Tincani AJ, Negro AD, Araújo PPC, Akashi HK, Neves FSP, Martins AS. Reconstrução em cabeça e pescoço com retalho miocutâneo infrahióideo. Sao Paulo Med J [Internet]. 9º de setembro de 2006 [citado 16º de outubro de 2025];124(5):271-4. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2251

Edição

Seção

Artigo Original