Impacto dos fatores psicossociais para risco de disfunção erétil e inibição do desejo sexual, numa amostra da população brasileira

Autores

  • Carmita Helena Najjar Abdo Universidade de São Paulo
  • Waldemar Mendes de Oliveira Júnior Universidade de São Paulo
  • Edson Moreira Júnior Universidade de São Paulo
  • João Afif Abdo Universidade de São Paulo
  • João Antônio Saraiva Fittipaldi Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Impotência, Depressão, Educação, Desemprego

Resumo

CONTEXTO: As disfunções sexuais originam-se de fatores físicos, psicológicos e psicossociais. OBJETIVO: Apresentar freqüências de disfunção erétil e inibição do desejo sexual feminino em amostra brasileira e estimar riscos destas disfunções. TIPO DO ESTUDO: Transversal. LOCAL: 10 cidades brasileiras. MÉTODOS: 2.835 indivíduos (53% mulheres), maiores de 18 anos, responderam a um questionário sobre saúde geral e vida sexual. Foram utilizados testes de qui-quadrado e regressão logística multivariada. São significantes valores de p  0.05. RESULTADOS: A idade média foi 36,6 anos (DP = 13,3) para mulheres e 39,5 anos (DP = 13,3) para homens. 14,7% dos homens apresentavam disfunção erétil moderada/completa (DE) e 34,6% das mulheres, inibição do desejo sexual (IDS). Depressão foi referida por 16,8% dos homens e 29,7% das mulheres. A chance para DE e IDS foi maior para indivíduos com menos anos de escolaridade. Falta de emprego e depressão aumentaram 1,5 vezes (95% CI; 1,0 – 2,3) e 1,9 vezes (95% CI; 1,2 – 3,0) as chances para DE, respectivamente. Comparados aos homens com até 25 anos de idade, aqueles com 41 a 60 anos tiveram risco 1,9 vezes maior para DE (95% CI; 1,0 – 3,4) e 5,4 vezes (95% CI; 2,3 – 12,6) para aqueles com 61 anos ou mais. Para mulheres, a falta de emprego aumentou 1,5 vezes a chance para IDS (95% CI; 1,1 – 1,9); a depressão não aumentou o risco. Comparadas às mulheres com até 25 anos, aquelas com 41 a 60 anos e com 61 anos ou mais têm risco 2,9 vezes maior para IDS (95% CI; 2,0 – 4,1) e 7,5 vezes maior (95% CI; 3,0 – 18,6), respectivamente. DISCUSSÃO: O desemprego, como tendência mundial crescente, tem afetado todos os níveis da população, especialmente os com baixo nível de escolaridade. Baixos níveis de escolaridade estão correlacionados positivamente à presença de disfunções sexuais. CONCLUSÕES: Ausência de emprego, idade e baixa escolaridade representam risco para as disfunções sexuais pesquisadas. Depressão aumentou o risco para disfunção erétil, mas não para inibição do desejo sexual feminino.

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Biografia do Autor

Carmita Helena Najjar Abdo, Universidade de São Paulo

PhD. Associate Professor, Department of Psychiatry, Medical School of the Universidade de São Paulo. Coordinator of Project Sexuality (ProSex), Institute of Psychiatry, Medical School of the Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil.

Waldemar Mendes de Oliveira Júnior, Universidade de São Paulo

MD. Assistant Physician, Institute of Psychiatry, Medical School of the Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil.

Edson Moreira Júnior, Universidade de São Paulo

MD. Associate Researcher, Oswaldo Cruz Foundation and Institute. Coordinator of Epidemiology and Statistics Nucleus, Gonçalo Muniz Research Center, Bahia, Brazil.

João Afif Abdo, Universidade de São Paulo

MD. Medical Doctor, Urologist, Hospital Santa Cruz, São Paulo, Brazil.

João Antônio Saraiva Fittipaldi, Universidade de São Paulo

MD. Medical Manager of Pfizer Laboratories, São Paulo, Brazil.

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Publicado

2005-01-01

Como Citar

1.
Abdo CHN, Oliveira Júnior WM de, Moreira Júnior E, Abdo JA, Fittipaldi JAS. Impacto dos fatores psicossociais para risco de disfunção erétil e inibição do desejo sexual, numa amostra da população brasileira. Sao Paulo Med J [Internet]. 1º de janeiro de 2005 [citado 16º de outubro de 2025];123(1):11-4. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2306

Edição

v. 123 n. 1 (2005)

Seção

Artigo Original

Licença

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