Ação dos sindicatos brasileiros na proteção da saúde do trabalhador

Autores

  • Rodolpho Repullo Junior Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
  • Jorge da Rocha Gomes Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Saúde ocupacional, Medicina social, Sindicatos de trabalhadores, Regulamentos

Resumo

CONTEXTO: Vários autores enfatizam a importância do fortalecimento do trabalhador através das orga- nizações sindicais, na melhoria dos processos de trabalho e relatam a ação decisiva do movimento sindical nas transformações no campo da saúde e trabalho. OBJETIVO: Descrever as formas que os sindicatos brasileiros utilizam para intervir no processo saúde-doença e trabalho, identificando a existência de uma modalidade comum de atuação sindical na área. TIPO DE ESTUDO: Estudo qualitativo. LOCAL: Programa de Pós-Graduação. Departamento de Saúde Ambiental. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – São Paulo – Brasil. MÉTODO: Foram realizadas entrevistas com técnicos de saúde dos sindicatos e diretores sindicais. Foram coletados documentos relacionados com a ação sindical na proteção da Saúde do Trabalhador e o material analisado. RESULTADOS: Na ação sindical em Saúde do Trabalhador existem ações articuladas de natureza técnica e política que envolvem muitos aspectos e um alto grau de complexidade. Para que a análise seja melhor, esses diferentes aspectos da ação sindical são divididos nas categorias temáticas utilizadas para classificar o material coletado. DISCUSSÃO: As ações sindicais voltadas para a Saúde do Trabalhador no Brasil estão restritas a alguns sindicatos, localizados principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País. Apesar disso, os sindicatos que desenvolvem essas ações, são os que representam categorias numerosas, de grande importância econômica e política. CONCLUSÕES: As recentes mudanças na legislação de Saúde e Segurança no Trabalho, o reconhecimento das doenças profissionais, a criação de programas e serviços de Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde e a melhoria da ação profissional nos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, basicamente resultam dessa atuação. Existe uma modalidade comum de ação sindical na área e esta possui um componente que é a busca do fortalecimento técnico e político dos trab- alhadores e da sua representação geral e local. Ela tem um objetivo que é beneficiar os acordos coletivos entre patrões e empregados e a ação interinstitucional em prol da garantia e ampliação dos direitos dos trabalhadores na melhoria das condições de saúde e trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodolpho Repullo Junior, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Adjunct Professor, Department of Collective Health, Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí, São Paulo, Brazil.

Jorge da Rocha Gomes, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Professor and Chair, Department of Environmental Health, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil.

Referências

Bedrikow B. Situação atual da medicina do trabalho no Brasil. Speech presented at the Seventh Congress of the National Association for Occupational Medicine and Second Latin American Congress of Occupational Health; Campos do Jordão. (May. 1991).

Assenato G, Navarro V. Workers’ participation and control in Italy: the case of occupational medicine. In: Navarro V, Bermann DM, editors. Health and work under capitalism: an international perspective. New York: Baywood Publishing Company; 1983. p. 152-67.

Derickson A. The United Mine Workers of American and the recognition of occupational respiratory diseases, 1902-1968. Am J Public Health. 1991;81(6):782-90.

Dwyer T, Raftery AE. Industrial accidents are produced by social relations of work: A sociological theory of industrial accidents. Appl Ergon. 1991;22(3):167-78.

Elling RH. The political economy of workers’ health and safety. Soc Sci Med. 1989;28(11):1171-82.

Elling RH. The struggle for workers’ health. New York: Baywood Publishing Company; 1986.

Gevers JK. Worker control over occupational health services: the development of legal rights in the EEC. Int J Health Serv. 1985;15(2):217-29.

Goldenberg ME. La médecine du travail aux Pays-Bas. Arch Prof Med Trav. 1991;52(5):361-5.

Greenlund KJ, Elling RH. Capital sectors and workers’ health and safety in the United States. Int J Health Serv. 1995;25(1):101-16.

Grunberg L. The effects of the social relations of production on productivity and workers’ safety: an ignored set of relationships. Int J Health Serv. 1983;13(4):621-34.

Laurell AC. The role of union democracy in the struggle for work- ers’ health in Mexico. Int J Health Serv. 1989;19(2):279-93.

Laurell AC. Processo de trabalho e saúde. Saúde em Debate. 1981;11:8-22.

Laurell AC. Trabajo y salud: estado del conocimiento. In: Organización Panamericana de la Salud - Alames Debates en Medicina Social (Serie Desarrollo de Recursos Humanos, 92). Quito: Imprint Non Plus Ultra; 1991. p. 249-339.

Sepúlveda SJ. La salud de los trabajadores en el Chile actual. [Workers health in the present Chile]. Cuad Méd Soc. 1989;30(3):62-70.

Nascimento AM. Direito sindical. São Paulo: Saraiva; 1989.

Mendes R. Doutrina e prática da integração da saúde ocupacio- nal no setor saúde: contribuição para a definição de uma política. [thesis] São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 1986.

Dias EC. Aspectos atuais da saúde do trabalhador no Brasil. In: Rocha LE, Rigotto RM, Buschinelli JTP, editors. Isto é trabalho de gente? Vida, doença e trabalho no Brasil. Petrópolis: Vozes; 1994. p. 138-56.

Dias EC. O manejo dos agravos à saúde relacionados com o trabalho. In: Mendes R, editor. Patologia do Trabalho. São Paulo: Atheneu; 1995. p. 59-85.

Ribeiro HP. Entrevista. Saúde em Debate. 1981;11:28-9.

Oddone I, Marri G, Gloria S. Ambiente de trabalho - a luta dos trabalhadores pela saúde. São Paulo: Hucitec; 1986.

Facchini LA, Weiderpass E, Tomasi E. Modelo operário e percepção de riscos ocupacionais e ambientais: o uso exemplar de estudo descritivo. [The “worker model” and perception of environmental and occupational risks: the optimal use of a descriptive study ]. Rev Saúde Pública. 1991;25(5):394-400.

Arellano OL, Alcantara SM, Alba CM. La relación salud-trabajo. El caso de la Cooperativa Pascual. Salud Problema. 1987;13:7-26.

Laurell AC, Noriega M. Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo: Hucitec; 1989.

Laurell AC, Noriega M, Oliva López A, Rios V. La experiencia obrera como fuente de conocimiento. [Workers experience as source of knowledge]. Cuad Méd Soc. 1990;51(5):5-26.

Departamento Intersindical de Estudos de Saúde e dos Am- bientes de Trabalho - DIESAT. Insalubridade morte lenta no trabalho. São Paulo: Oboré Editorial; 1989.

Rocha LE. Tenossinovite como doença do trabalho no Brasil: a atuação dos trabalhadores. [dissertation] São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 1989.

Clemente CA. Saúde sindical. Proteção. 1996;53:6-14.

Facchini LA, Weiderpass E, Dallagnoll MM, Cardoso AS, Ben- vegnú LA. Trabalho e saúde em uma indústria de refrigerantes. A força de trabalho e os riscos ocupacionais. Paper presented at the Second Brazilian Congress of Epidemiology, Belo Horizonte; September 1992.

Gava M. Desgaste, sofrimento e modo de vida: estudo qualitativo com telefonistas. Paper presented at the Sec- ond Brazilian Congress of Epidemiology, Belo Horizonte; September, 1992.

Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec-Abrasco; 1992.

Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. Cam- panha de saúde. Jornal da Saúde. 1991;1(0):3.

Saúde do trabalhador metalúrgico. Conquistando a CIPA. Jornal da Saúde. 1993;(5):3.

Sindiquímica. Mapeamento de risco. Grave Boletim Especial de Saúde. 27 de março de 1992.

Downloads

Publicado

2005-01-01

Como Citar

1.
Repullo Junior R, Gomes J da R. Ação dos sindicatos brasileiros na proteção da saúde do trabalhador. Sao Paulo Med J [Internet]. 1º de janeiro de 2005 [citado 16º de outubro de 2025];123(1):24-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2307

Edição

Seção

Artigo Original