Comprometimento ósseo de pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento conservador

Autores

  • Carlos Perez Gomes Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Maria Inês Barreto Silva Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Maria Eugênia Leite Duarte Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • David Dorigo Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Carla Cavalheiro da Silva Lemos Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Rachel Bregman Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Osteodistrofia renal, Nefropatias, Insuficiência renal crônica, Hemodiálise, Reabsorção óssea

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A doença óssea em pacientes com doença renal crônica sob tratamento con- servador tem sido pouco estudada. O objetivo do estudo foi avaliar a doença óssea em pacientes com doença renal crônica. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de casos, na Disciplina de Nefrologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto. MÉTODOS: Foram avaliados por pelo menos um ano 131 pacientes com clearance de creatinina variando de 10 a 60 ml/min/1,73 m2. No plasma, foram medidos creatinina, albumina, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, CO2 total (tCO2), hormônio paratiroidiano intacto (iPTH) e fosfatase alcalina. Da urina de 24 horas, foram avaliadas o clearance de creatinina e a ingestão protéica. RESULTADOS: Pacientes com clearance de creatinina < 30 ml/min/1,73 m² apresentaram maior nível de iPTH, apesar de valores normais para.cálcio, fósforo, fosfatase alcalina e tCO2. Pacientes com valores de iPTH duas vezes acima do valor superior da normalidade (144 pg/ml) apresentaram menor valor de tCO2. Fosfatase alcalina óssea foi avaliada em 37 pacientes com clearance de creatinina < 30 ml/min/1,73m², mostrando correlação com a fosfatase alcalina, mas não com o iPTH. Biópsia óssea em nove pacientes com clearance de creatinina < 30 ml/min/1,73m² e iPTH > 144 pg/ml mostrou osteíte fibrosa (4), lesão mínima (4) e alto remodelamento (1). CONCLUSÃO: Os resultados apontam para a importância de um controle precoce do iPTH e da acidose metabólica em pacientes sob tratamento conservador para doença renal crônica, no intuito de prevenir as complicações relacionadas com a doença óssea.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Perez Gomes, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

MD. Nephrology Division, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Maria Inês Barreto Silva, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Nutritionist, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Maria Eugênia Leite Duarte, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

MD. Histology and Embryology Department, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

David Dorigo, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Statistician, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Carla Cavalheiro da Silva Lemos, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Biologist; Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Rachel Bregman, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

MD. Nephrology Division, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.

Referências

Hutchison AJ, Whitehouse RW, Boulton HF, et al. Correla- tion of bone histology with parathyroid hormone, vitamin D3, and radiology in end-stage renal disease. Kidney Int. 1993;44(5):1071-7.

Carvalho AB, Lobao RR, Cuppari L, Draibe SA, Ajzen H. Does hypophosphataemia induce hypoparathyroidism in pre-dialysis patients?. Nephrol Dial Transplant. 1998;(13 Suppl 3):12-4.

Torres A, Lorenzo V, Hernández D, et al. Bone disease in pre- dialysis, hemodialysis, and CAPD patients: evidence of a better bone response to PTH. Kidney Int. 1995;47(5):1434-42.

Coen G, Mazzaferro S, Ballanti P, et al. Renal bone disease in 76 patients with varying degrees of predialysis chronic renal failure: a cross sectional study. Nephrol Dial Transplant. 1996;11(5):813-9.

Hamdy NA, Kanis JA, Beneton MN, et al. Effect of alfacalcidol on natural course of renal bone disease in mild to moderate renal failure. BMJ. 1995;310(6976):358-63.

Baker LR, Abrams L, Roe CJ, et al. 1,25(OH)2D3 administra- tion in moderate renal failure: a prospective double-blind trial. Kidney Int. 1989;35(2):661-9.

Ho LT, Sprague SM. Percutaneous bone biopsy in the diagnosis of renal osteodystrophy. Semin Nephrol. 2002;22(3):268-75.

Eriksen EF, Brixen K, Charles P. New markers of bone metabo- lism: clinical use in metabolic bone disease. Eur J Endocrinol.

;132(3):251-63.

Rix M, Andreassen H, Eskildsen P, Langdahl B, Olgaard K. Bone mineral density and biochemical markers of bone turnover in patients with predialysis chronic renal failure. Kidney Int. 1999;56(3):1084-93.

Ureña P, Hruby M, Ferreira A, Ang KS, de Vernejoul MC. Plasma total versus bone alkaline phosphatase as markers of bone turnover in hemodialysis patients. J Am Soc Nephrol. 1996;7(3):506-12.

Duarte ME, Peixoto AL, Pacheco AS, et al. The spectrum of bone disease in 200 chronic hemodialysis patients: a correlation between clinical, biochemical and histological findings. Rev Paul Med.1998;116(5):1790-7.

Gupta A, Kallenbach LR, Zasuwa G, Divine GW. Race is a major determinant of secondary hyperparathyroidism in uremic patients. J Am Soc Nephrol. 2000;11(2):330-4.

Martínez R, Saracho R, Moina I, Montenegro J, Llach F. Is there a lesser hyperparathyroidism in diabetic patients with chronic renal failure? Nephrol Dial Transplant. 1998;13(Suppl 3):9-11.

Brown RC, Aston JP, Weeks I, Woodhead JS. Circulating intact parathyroid hormone measured by a two-site immunochemilumi- nometric assay. J Clin Endocrinol Metab. 1987;65(3):407-14.

Malluche HH, Monier-Faugere MC. Understanding and manag- ing hyperphosphatemia in patients with chronic renal disease.

Clin Nephrol. 1999;52(5):267-77.

Bushinsky DA. Hydrogen Ions. In: Bushinsky DA, editor. Renal Osteodystrophy. New York: Lippincott-Raven; 1998. p.103-27.

Solal ME, Sebert JL, Boudailliez B, et al. Comparison of intact, midregion, and carboxy terminal assays of parathyroid hormone for the diagnosis of bone disease in hemodialyzed patients. J Clin Endocrinol Metab. 1991;73(3):516-24.

Jarava C, Armas JR, Salgueira M, Palma A. Bone alkaline phosphatase isoenzyme in renal osteodystrophy. Nephrol Dial Transplant. 1996;11(Suppl 3):43-6.

Bervoets AR, Spasovski GB, Behets GJ, et al. Useful bio- chemical markers for diagnosing renal osteodystrophy in predialysis end-stage renal failure patients. Am J Kidney Dis. 2003;41(5):997-1007.

Lafage-Proust MH, Combe C, Barthe N, Aparicio M. Bone mass and dynamic parathyroid function according to bone histology in nondialyzed uremic patients after long-term protein and phosphorus restriction. J Clin Endocrinol Metab. 1999;84(2):512-9.

Downloads

Publicado

2005-03-03

Como Citar

1.
Gomes CP, Silva MIB, Duarte MEL, Dorigo D, Lemos CC da S, Bregman R. Comprometimento ósseo de pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento conservador. Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de março de 2005 [citado 16º de outubro de 2025];123(2):83-7. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2317

Edição

Seção

Artigo Original