Propagandas de medicamentos psicoativos

comparação de informações técnicas entre três países: Brasil, Estados Unidos e Reino Unido

Autores

  • Patricia de Carvalho Mastroianni Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • José Carlos Fernandes Galduróz Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Elisaldo Araujo Carlini Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Palavras-chave:

Preparações farmacêuticas, Propaganda, Publicidade, Psicotrópicos, Legislação

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Trabalhos realizados nos anos 70 e 80 demonstraram que havia diferenças de informações para um mesmo medicamento dependendo do país em que era comercializado. Regulamentos nacionais e internacionais foram publicados com o objetivo de extinguir tais diferenças e fomentar o uso racional de medicamentos. O objetivo deste trabalho é comparar as informações contidas nos anúncios de medicamentos psicoativos publicados em periódicos de psiquiatria brasileiros, norte-americano e in- gleses, antes e após a publicação do “Export Act”, publicado em 1986 nos Estados Unidos; dos “Critérios da WHO”, em 1988, e a Resolução da Diretoria Colegiada no 102, de 2000, da Agência Nacional Vigilância Sanitária do Brasil. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Análise de conteúdo realizado no Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). MÉTODOS: O conteúdo dos anúncios foi analisado de acordo com técnica de análise de conteúdo, segundo as exigências dos regulamentos. Ao todo, foram analisados 24 anúncios brasileiros de medicamentos psicoativos em comum com os anúncios americanos e/ou ingleses publicados no mesmo período. RESULTADOS: Observou-se que os anúncios brasileiros omitem informações que restringem o uso dos remédios como contra-indicações, reações adversas. interações, advertências e precauções sobre os medicamentos, e estas mesmas informações estão presentes em anúncios norte-americanos e ingleses. CONCLUSÕES: Os dados deste trabalho sugerem que persistem até hoje as diferenças de informações de um mesmo medicamento em anúncios, dependendo do país de comercialização e que as legislações não são suficientes para extingui-las.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Patricia de Carvalho Mastroianni, Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), Department of Psychobiology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp — EPM), São Paulo, Brazil.

José Carlos Fernandes Galduróz, Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

PhD. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), Department of Psychobiology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp — EPM), São Paulo, Brazil.

Elisaldo Araujo Carlini, Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

PhD. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), Department of Psychobiology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp — EPM), São Paulo, Brazil.

Referências

Kessler DA, Pines WL. The federal regulation of prescription drug advertising and promotion. JAMA. 1990;264(18):2409-15.

Hogerzeil HV. Promoting rational prescribing: an international perspective. Br J Clin Pharmacol. 1995;39(1):1–6.

Organización Mundial de la Salud (OMS). Criterios éticos para la promoción de medicamentos. Genebra: Organización Mundial de la Salud (OMS);1988. Available from URL: http://www.minsa.gob.pe/infodigemid/normatividad/criteri-oms.htm. Accessed in 2005 (Jun 7).

U. S. Congress, Office of Technology Assessment. Drug labeling in developing countries. Washington: Government Printing Office; 1993. Available from URL: http://www.wws.princeton.edu/cgi-bin/byteserv.prl/~ota/disk1/1993/9321/9321.PDF. Accessed in 2005 (Jun 7).

Herxheimer A, Lundborg CS, Westerholm B. Advertisements for medicines in leading medical journals in 18 countries: a 12-month survey of information content and standards. Int J Health Serv. 1993;23(1):161-72.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Lei no 6360, de 23 de setembro de 1976 (Versão Consolidade pela Procuradoria da ANVISA). Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as dro- gas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. D.O.U. – Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 24 de setembro de 1976. Available from URL: http://e-legis.bvs.br/leisref/public/search. php. Accessed in 2005 (Aug 2)

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância San- itária. Lei no 9294, de 15 de julho de 1996 (Versão Consolidada pela Procuradoria da ANVISA). Dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4° do art. 220 da Constituição Federal. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 16 de julho de 1996. Available from URL: http://e-legis.bvs.br/leisref/public/search.php. Accessed in 2005 (Aug 2).

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 102, de 30 de novembro de 2000. Aprova o Regulamento sobre propagandas, mensagens publicitarias e promocionais e outras práticas cujo objeto seja a divulgação, promoção ou comercialização de medicamentos de produção nacional ou importados, quaisquer que sejam as formas e meios de sua veiculação, incluindo as transmitidas no decorrer da programação normal das emissoras de rádio ë televisão.

D. O. U. Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 01 de dezembro de 2000. Available from URL: http://e-legis.bvs.br/leis-ref/public/showAct.php?id=11079. Accessed in 2005 (Jun 7).

Saporito R, Goldberg R. The changing image of prescription drug advertisements. J Drug Education. 1982;12(4):365-72.

Carlini EA. Utilização de medicamentos. Instituto de Quali- dade/Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde/Boletim de Informações. 1981;I(4):70-99.

Carlini EA. O uso e a propaganda de medicamentos. Exemplos com psicotrópicos. Rev Ass Bras Psiq. 1983;5:152-8.

Hemminki E. The quality of drug advertisements in two Finnish medical journals. A comparison between psychotropic and other drug advertisements. Soc Sci Med. 1973;7(1):51-9.

Alloza JL, Lasagna L. A comparison of drug product infor- mation in four national compendia. Clin Pharmacol Ther. 1983;33(3):269-77.

Barros JAC. A (des)informação sobre medicamentos: o duplo pa- drão de conduta das empresas farmacêuticas. [(Mis)information on drugs: the double standard practiced by pharmaceutical companies]. Cad Saúde Pública. 2000;16(2):421–7.

National Library of Medicine. Journals. Available from URL: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=journals. Accessed in 2005 (Aug 2).

Biblioteca Virtual em Saúde. Pesquisa em bases de dados. LILACS. Available from URL: http://bases.bireme.br/cgi-bin/xislind.exe/iah/online/. Accessed in 2005 (Aug 2).

Pan American Health Organization. Available from URL: http://www.paho.org/. Accessed in 2005 (Aug 2).

Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2a ed. São Paulo: Hucitec; 1998.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 1977.

Silverman M. The epidemiology of drug promotion. Int J Health Serv. 1977;7(2):157-66.

Silverman M, Lee PR, Lydecker M. The drugging of the Third World. Int J Health Serv. 1982;12(4):585-96.

Silverman M, Lee PR, Lydecker M. Drug promotion: the Third World revisited. Int J Health Serv. 1986;16(4):659-67.

Lee PR, Lurie P, Silverman MM, Lydecker M. Drug promo- tion and labeling in developing countries: an update. J Clin Epidemiol. 1991;44(Suppl 2):49S–55S.

Chetley A. 1A. Introduction. What is a problem drug? In: Chetley A, editor. Problem Drugs. Amsterdam: Health Action International; 1993. p. 1-8.

Cooper JW. Reducing psychotropic drugs reduces falls in elderly people. BMJ. 2001;323(7309):402.

Kleinman DL, Cohen LJ. The decontextualization of mental illness: the portrayal of work in psychiatric drug advertisements. Soc Sci Med. 1991;32(8):867-74.

Wilkes MS, Doblin BH, Shapiro MF. Pharmaceutical advertise- ments in leading medical journals: experts’ assessments. Ann Intern Med. 1992;116(11):912-9.

Carandang ED, Moulds RF. Pharmaceutical advertisements in Australian medical publications – have they improved? Med J Aust. 1994;161(11-12):671-2.

Jaillon P. The control of prescription drug advertising: a con- troversial issue. Clin Pharmacol Ther. 2000;68(6):583-5.

Chadduck HW. ‘In Brief Summary’: Prescription drug advertising, 1962-71. Washington: FDA Health Action International; 1972.

Smith MC. Drug product advertising and prescribing: a review of the evidence. Am J Hosp Pharm. 1977;34(11):1208-24.

Kessler DA. Addressing the problem of misleading advertising. Ann Intern Med. 1992;116(11):950-1.

Lexchin J. Pharmaceutical promotion in the third world. J Drug Issues. 1992;22(2):417-53.

Lexchin J, Holbrook A. Methodologic quality and relevance of references in pharmaceutical advertisements in a Canadian medical journal. CMAJ. 1994;151(1):47-54.

Lexchin J. How patient outcomes are reported in drug advertise- ments. Can Fam Physician. 1999;45:1213-6.

Hayes TA. The Food and Drug Administration’s regulation of drug labeling, advertising, and promotion: looking back and looking ahead. Clin Pharmacol Ther. 1998;63(6):607-16.

Bell RA, Wilkes MS, Kravitz RL. The educational value of consumer-targeted prescription drug print advertising. J Fam Pract. 2000;49(12):1092-8.

Gutknecht DR. Evidence-based advertising? A survey of four major journals. J Am Board Fam Pract. 2001;14(3):197–200.

Madridejos R, Cabezas C, Flor F. Publicidad de medicamentos en las revistas médicas. [Drug advertising in medical journals]. Aten Primaria. 1996;17(6):408-10

Downloads

Publicado

2005-09-09

Como Citar

1.
Mastroianni P de C, Galduróz JCF, Carlini EA. Propagandas de medicamentos psicoativos: comparação de informações técnicas entre três países: Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. Sao Paulo Med J [Internet]. 9º de setembro de 2005 [citado 16º de outubro de 2025];123(5):209-14. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2353

Edição

Seção

Artigo Original