A elevação do tronco e membros inferiores não influencia tempo de permanência na Unidade de Recuperação Pós-Anestésica
Palavras-chave:
Anestesia, Período de recuperação da anestesia, Modalidades de posição, Decúbito dorsal, Anestesia geralResumo
CONTEXTO: A recuperação após anestesia depende de monitorização padronizada e de avaliações individuais. OBJETIVO: Investigar a influência do posicionamento do paciente sobre o tempo de recuperação pós-anestesia geral e regional. TIPO DE ESTUDO: Retrospectivo. LOCAL: Unidade de Recuperação Pós-Anestésica, Hospital das Clínicas de São Paulo. MÉTODOS: Pacientes receberam cuidados de enfermagem sob supervisão de anestesiologista na Unidade de Recuperação Pós-Anestésica quando em posição supina ou com tronco e pernas elevadas em 30 graus a cada 30 minutos. O início da contagem de tempo foi na admissão à unidade e a última medida foi tomada quando paciente recebeu nota 10 na escala de Aldrete-Kroulik. O período de tempo até receber alta foi registrado. RESULTADOS: 442 pacientes recuperaram-se após anestesia geral (n = 274) ou regional (n = 168), posicionados em supino ou com tronco e pernas elevadas. A mediana para resultados não-paramétricos não mostrou diferença no tempo de permanência quando em supino (75 min, n = 229) ou com tronco e pernas elevados (70 min, n = 213, p = 0,729). Pacientes recuperaram mais rapidamente de anestesia regional quando com tronco e pernas elevadas (70 min) do que em supino (84.5 min) embora sem significância estatística (p = 0,097). Não houve diferença na recuperação da anestesia geral em qualquer posição investigada (70 min, p = 0,493). DISCUSSÃO: A elevação das pernas em posição supina pode aumentar o retorno venoso pois a anestesia do neuro-eixo bloqueia o sistema simpático e essa manobra mostrou-se capaz de promover melhor débito cardíaco durante hipovolemia. Os achados deste estudo não comprovam esta hipótese. No entanto, algumas limitações deste estudo se aplicam, como uma coleta retrospectiva, impedindo aleatorização dos grupos de recuperação, bem como a ausência de registro do tempo de exposição aos anestésicos. CONCLUSÕES: Não houve diferença para o tempo de recuperação pós anestesia considerando o posicionamento do paciente.
Downloads
Referências
Tessler MJ, Mitmaker L, Wahba RM, Covert CR. Patient flow in the Post Anesthesia Care Unit: an observational study. Can J Anaesth. 1999;46(4):348-51.
Aldrete JA, Kroulik D. A postanesthetic recovery score. Anesth Analg. 1970;49(6):924-34.
Ponhold H, Vicenzi MN. Incidence of bradycardia during recovery from spinal anaesthesia: influence of patient position. Br J Anaesth. 1998;81(5):723-6.
Ward RJ, Bonica JJ, Freund FG, Akamatsu T, Danziger F, Englesson S. Epidural and subarachnoid anesthesia: Cardiovascular and respiratory effects. JAMA. 1965;191(4):275-8.
Kehlet H. Influence of regional anaesthesia on postoperative morbidity. Ann Chir Gynaecol. 1984;73(3):171-6.
McHugh GJ, Robinson BJ, Galletly DC. Leg elevation compared with Trendelenburg position: effects on autonomic cardiac control. Br J Anaesth. 1994;73(6):836-7.
Kyriakides ZS, Koukoulas A, Paraskevaidis IA, et al. Does passive leg raising increase cardiac performance? A study using Doppler echocardiography. Int J Cardiol. 1994;44(3):288-93.
Wong DH, O’Connor D, Tremper KK, Zacari J, Thompson P, Hill D. Changes in cardiac output after acute blood loss and position change in man. Crit Care Med. 1989;17(10):979-83.
Kilgour RD, Mansi JA, Williams PA. Cardiodynamic re- sponses during seated and supine recovery from supramaximal exercise. Can J Appl Physiol. 1995;20(1):52-64.
Bernards CM. Epidural and Spinal Anesthesia. In: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, editors. Clinical Anesthesia, 4th Ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2001. Ch. 26, p: 1-43. Available at URL: http://pco.ovid.com/lrppco/index.html, accessed in 2003 (Aug 28).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.