HPV 16 detection in cervical lesions, physical state of viral DNA and changes in p53 gene
Palavras-chave:
HPV, Integração, DNA Viral, Gene, Lesões CervicaisResumo
CONTEXTO: A infecção persistente por papilomavírus humano (HPV) de alto risco tem sido associada ao carcinoma cervical. Uma fase obrigatória no desenvolvimento deste câncer é a integração do DNA viral ao DNA das células hospedeiras. A integração viral promove a degradação do gene E2 do papilomavírus humano e leva a um aumento descontrolado das proteínas E6 e E7. Estas proteínas virais de HPVs oncogênicos inativam os produtos dos genes supressores de tumor p53 e Rb. Inativação da proteína p53 é o resultado de vários fatores incluindo mutação no gene para p53. OBJETIVO: Investigar lesões cervicais associadas à infecção por papilomavírus humano, o estado físico do DNA viral e alterações no gene para p53 em um grupo de mulheres atendidas em um serviço público de saúde. TIPO DE ESTUDO: prospectivo, não-controlado. LOCAL: Serviço de Patologia Cervical, Ambulatório de Ginecologia da Faculdade de Medicina, Universidade Federal Fluminense. PARTICIPANTES: 43 mulheres atendidas em consulta ambulatorial de rotina para prevenção às lesões cervicais. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Pela citologia/histologia os casos foram classificados como normal, infecção por papilomavírus humano, condiloma, lesão cervical de baixo graus, lesão cervical de alto grau e carcinoma. A presença de papilomavírus humano foi detectada por reação de polimerase em cadeia (PCR) utilizando-se dois pares de oligonucleotídeos. Para determinar a integração do DNA viral, usaram-se oligonucleotídeos específicos para o gene E2 do tipo HPV 16 que amplificam um fragmento de 1.026 pares de base. Alterações no gene para p53 foram investigadas por polimorfismo conformacional da fita simples. RESULTADOS: Foi detectado um caso de cérvice normal, sete infecções por papilomavírus humano, seis condilomas, sete lesões cervicais de baixo graus, 14 de alto grau e oito carcinomas. O estudo revelou que 14 mulheres sem queixas de doença genital eram portadoras de lesões de vários tipos incluindo três lesões cervicais de alto grau e um caso de carcinoma in situ. 95% das pacientes foram positivas para a presença do genoma de HPV quando testadas para os genes L1 e E6, com prevalência do HPV tipo 16 (73.1%). Detectamos DNA do HPV 16 integrado ao genoma hospedeiro em três dos sete casos de lesões cervicais de baixo grau. Entretanto, um destes pacientes progrediu a lesão cervical de alto grau 13 meses após o primeiro diagnóstico. Entre os casos de lesão cervical de alto grau positivos para HPV 16, 50% continham o DNA viral no estado integrado foi encontrado. A falta do gene E2 do HPV 16 foi observada em sete dos carcinomas (87.5%) e somente no carcinoma de células pequenas foi detectado o gene E2. Bandas anormais do gene p53 detectadas por PCR/ SSCP foram observadas em quatro casos: dois carcinomas escamosos com envolvimento do paramétrio (exon 8) e dois casos de NIC III (exons 5 e 7, respectivamente). Todos os casos apresentaram perda do gene E2 do HPV 16. CONCLUSÕES: A amostra analisada tinha alta taxa de HPV de alto risco detectada tanto em lesões benignas como em lesões malignas; alto índice de câncer cervical; integração do DNA do HPV 16 em quase todos os casos de câncer com uma exceção; alterações no gene para p53 em NIC III e em câncer invasivo associadas à integração do DNA.
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