p53, receptores de estrógeno e progesterona e sua relação com dados morfológicos no carcinoma endometrial
Palavras-chave:
Carcinoma endometrial, p53, Receptor de estrógeno, Receptor de progesteronaResumo
CONTEXTO: O estádio do diagnóstico é importante fator prognóstico no carcinoma do endométrio. Além do tipo histológico e do grau de diferenciação da neoplasia, alguns marcadores parecem estar associados ao estádio e comportamento biológico da doença, entre eles, o p53 e os receptores de estrógeno e de progesterona. OBJETIVO: O objetivo foi comparar a expressão do p53 e os receptores de estrógeno e progesterona no material de curetagem diagnóstica para carcinoma, relacionando-os com o tipo e grau de diferenciação histológicos e com o estádio final da doença avaliado após em histerectomias. TIPO DE ESTUDO: Retrospectivo. LOCAL: Departamento de Anatomia Patológica/Faculdade de Ciências Médicas/Universidade Estadual de Campinas. PARTICIPANTES (AMOSTRA): Levantamento de diagnósticos histológicos de 51 casos consectivos do arquivo. PROCEDIMENTOS: 51 curetagens de carcinoma foram estudadas através da reação imunoistoquímica para os marcadores p53, receptores de estrógeno e progesterona pelo método da avidina-biotina-peroxidase e os resultados foram comparados aos dados de histerectomia e estádio final da doença. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Relação da expressão dos marcadores com o tipo e grau histológicos e o estádio final da doença. RESULTADOS: Quanto ao tipo histológico: 44 casos (86%) eram do tipo endometrióide e 7 (14%), não-endometrióide. A expressão do p53 foi observada em 16% dos carcinomas endometrióides e em 71% dos não-endometrióides (p < 0,05). Embora a expressão do receptor de estrógeno fosse mais evidente nos endometrióides (54%) do que nos não-endometrióides (29%), isto não foi estatisticamente significativo. A expressão do receptor de progesterona foi significativamente maior no carcinoma endometrióide (70% X 14%, p < 0,05). Quanto ao grau histológico: o carcinoma endometrióide grau I expressou melhor os receptores de estrógeno e progesterona, enquanto p53 foi demonstrado principalmente nos tumores de graus II e III. Estádio da doença na peça de histerectomia: o p53 e o receptor de estrógeno na curetagem não foram relacionados com o estádio da doença. Já a expressão do receptor de progesterona foi significantemente menor nos estádios avançados. CONCLUSÃO: O p53 foi observado na maioria dos carcinomas não-endometrióides e nos endometrióides de alto grau, não estando relacionado com o estádio da doença. Os receptores de estrógeno e de progesterona são encontrados principalmente nos carcinomas endometrióides G I. Os marcadores estudados não superaram os critérios histológicos clássicos para predizer o estádio da doença.
Downloads
Referências
Ball HG, Blessing JA, Lentz SS, Mutch DG. A phase II trial of paclitaxel in patients with advanced or recurrent adenocarci- noma of the endometrium: a Gynecologic Oncology Group study. Gynecol Oncol 1996;62(2):278-81.
Parker SL, Tong T, Bolden S, Wingo PA. Cancer statistics, 1996. CA Cancer J Clin 1996;46(1):5-27.
Brasil. Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer/Inca, Coordenação de Programas de Controle do Câncer. [Coordi- nation Office for Cancer Control Programs]. Pró-câncer no Brasil: dados dos registros de base hospitalar. Rio de Janeiro: Pró-onco; 1993.
Pedro AO, Pinto-Neto AM, Costa-Paiva LHS, Borges MH, Lane E. A neoplasia maligna como causa de óbito feminino no Complexo Hospitalar da Unicamp: um aspecto de transição epidemiológica. Rev Bras Ginecol Obstet 1996;18(4):349-53.
Kurman RJ, Zaino RJ, Norris HJ. Endometrial carcinoma. In: Kurman RJ, editor. Blaustein’s pathology of the female genital tract. 4th ed. Berlin: Springer-Verlag; 1994. p.439-86.
Gompel C, Silverberg SG. The Corpus Uteri. In: Gompel C, Silverberg SG, editors. Pathology in Gynecology and Obstetrics. 4th ed. Philadelphia: JB Lippincott Company; 1994. p.163-283.
Hendrickson MR, Kempson RL. The Uterine Corpus. In: Stern- berg SS, Antonioli DA, Mills SE, Carter D, Oberman HA, edi- tors. Diagnostic Surgical Pathology. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers; 1994. p.2091-193.
Berchuck A, Kohler MF, Marks JR, Wiseman R, Boyd J, Bast RC. The p53 tumor suppressor gene frequently is altered in gynecologic cancers. Am J Obstet Gynecol 1994;170(1 Pt 1):246-52.
Geisler JP, Wiemann MC, Zhou Z, Miller GA, Geisler HE. p53 as a prognostic indicator in endometrial cancer. Gynecol Oncol 1996;61(2):245-8.
Burton JL, Stewart RL, Healtley MK, Royds JA, Wells M. p53 expression, p21 expression and the apoptotic index in endome- trial endometrial adenocarcinoma. Histopathology 1999;35(3):221-9.
Bokhman JV. Two pathogenetic types of endometrial carcinoma. Gynecol Oncol 1983;15(1):10-7.
- Honda T, Kato H, Imamura T, et al. Involvement of p53 gene mutations in human endometrial carcinomas. Int J Cancer 1993;53(6):963-7.
Scully RE, Bonfiglio TA, Kurman RJ, Silverberg SG, Wilkinson EJ. Histological Typing of Female Genital Tract Tumours: in collaboration with Pathologists in 10 Countries. 2nd ed. Heibelberg: Springer-Verlag; 1994.
Shepherd JH. Revised FIGO staging for gynaecological cancer. Br J Obstet Gynaecol 1989;96(8):889-92.
Burton JL, Wells M. Recent advances in the histopathology and molecular pathology of carcinoma of the endometrium. Histopathology 1998;33(4):297-303.
Ioffe OB, Papadimitriou JC, Drachenberg CB. Correlation of proliferation indices, apoptosis, and related oncogene expression (bcl-2 and c-erbB-2) and p53 in proliferative, hyperplastic, and malignant endometrium. Hum Pathol 1998;29(10):1150-9.
Noumoff JS, Menzin A, Mikuta J, et al. The ability to evaluate prognostic variables on frozen section in hysterectomies per- formed for endometrial carcinoma. Gynecol Oncol 1991;42(3):202-8.
Kounelis S, Kapranos N, Kouri E, Coppola D, Papadaki H, Jones MW. Immunohistochemical profile of endometrial ad- enocarcinoma: a study of 61 cases and review of the literature. Mod Pathol 2000;13(4):379-88.
Mutter GL. Endometrial intraepithelial neoplasia (EIN): will it bring order to chaos? The Endometrial Collaborative Group. Gynecol Oncol 2000;76(3):287-90.
Lax SF, Kendall B, Tashiro H, Slebos RJ, Hedrick L. The fre- quency of p53, K-ras mutations, and microsatellite instability differs in uterine endometrial and serous carcinoma evidence of distinct molecular genetic pathway. Cancer 2000;88(4):814-24.
Fernando SSE, Wu X, Perera LS. p53 Overexpression and Ster- oid Hormone Receptor Status in Endometrial Carcinoma. Int J Surg Pathol 2000;8(3):213-22.
Hamel NW, Sebo TJ, Wilson TO, et al. Prognostic value of p53 and proliferating cell nuclear antigen expression in endome- trial carcinoma. Gynecol Oncol 1996;62(2):192-8.
Ito K, Watanabe K, Nasim S, et al. Prognostic significance of p53 overexpression in endometrial cancer. Cancer Res 1994;54(17):4667-70.
Taskin M, Lallas TA, Barber HR, Shevchuk MM. bcl-2 and p53 in endometrial adenocarcinoma. Mod Pathol 1997;10(7):728-34.
Ozsaran AA Tüker S, Dikmen Y, et al. p53 staining as a prog- nostic indicator in endometrial carcinoma. Eur J Gynaecol Oncol 1999;20(2):156-9.
Elhafey AS, Papadimitriou JC, El-Hakim MS, et al. Compu- terized image analysis of p53 and proliferating cell nuclear an- tigen expression in benign, hyperplastic, and malignant en- dometrium. Arch Pathol Lab Med 2001;125(7):872-9.
Ambros RA, Vigna PA, Figge J, et al. Observations on tumor and metastatic suppressor gene status in endometrial carcinoma with particular emphasis on p53. Cancer 1994;73(6):1686-92.
Rose PG. Endometrial carcinoma. N Engl J Med 1996;335(9):640-9.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.