Prevalência de diabetes mellitus e intolerância a glicose na população urbana de 30 a 69 anos em Ribeirão Preto (SP) – Brasil
Palavras-chave:
Diabetes mellitus, Intolerância a glicose, Prevalência, BrasilResumo
CONTEXTO: A prevalência de diabetes mellitus tem aumentado, em decorrência das mudanças no estilo de vida e do aumento da expectativa de vida da população. . No Brasil, o estudo que avaliou as prevalências de diabetes e intolerância a glicose foi o Estudo Multicêntrico Brasileiro, realizado de 1986 a 1988. OBJETIVO: Determinar a prevalência de diabetes e intolerância a glicose na população urbana, de 30 a 69 anos, do município de Ribeirão Preto (SP), Brasil. TIPO DE ESTUDO: Estudo transversal com inquérito domiciliar em duas etapas. LOCAL: Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. PARTICIPANTES: Amostra randomizada de 1.473 indivíduos. MÉTODOS: O planejamento amostral adotado foi de conglomerados em estágios considerando sexo, faixa etária e renda do chefe dos domicílios Os indivíduos eram rastreados com glicemia capilar de jejum (GCJ). Aqueles com resultado positivo (glicemia capilar em jejum ≥ 100 mg/dl) e a cada sétimo com resultado negativo (< 100 mg/dl) eram submetidos a sobrecarga oral com 75 g de glicose. Os diagnósticos de diabetes e intolerância a glicose foram baseados nos critérios da Organização Mundial da Saúde. RESULTADOS: As prevalências de diabetes e de intolerância a glicose foram de 12,1 e de 7,7%, respectivamente. Homens e mulheres apresentaram freqüências semelhantes de diabetes (12,0 versus 12,1%) e intolerância a glicose (7,9 versus 7,3%). Diferenças entre brancos (11,6%) e não-brancos (13,3%) para diabetes não foram significantes, enquanto a intolerância a glicose foi mais prevalente em brancos . As prevalências de diabetes e intolerância a glicose variaram de 3,3% e 2,6%, no grupo de 30-39 anos, a 21,7% e 11,3% no grupo de 60-69 anos, respectivamente. Indivíduos obesos (índice de massa corpórea ≥ 30 kg/m2 ) e aqueles com história familiar de diabetes (parentes de primeiro grau) apresentaram prevalência maior de diabetes: 22,6% e 19,7%, respectivamente. CONCLUSÕES: A prevalência de diabetes em Ribeirão Preto se mostrou comparável à observada em países desenvolvidos. Em relação ao Estudo Multicêntrico Brasileiro, verificamos maior prevalência de diabetes, mas prevalência semelhante de intolerância a glicose. Estes achados podem refletir o impacto dos fatores ambientais e de estilo de vida, que têm ocorrido em cidades brasileiras como Ribeirão Preto, principalmente nas taxas crescentes de sedentarismo e obesidade.
Downloads
Referências
Roman SH, Harris MI. Management of diabetes mellitus from a public health perspective. Endocrinol Metab Clin North Am 1997;26(3):443-74.
Gruber W, Lander T, Leese B, et al. The Economics of Diabetes and Diabetes Care. International Diabetes Federation. Brus- sels: Belgium; 1998.
Mokdad AH, Bouwman BA, Ford ES, et al. The continuing epidemics of obesity and diabetes in the United States. JAMA 2001;286(10):1195-2000.
Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. The Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care 1992;15(11):1509-16.
Diabetes Mellitus. Report of a World Health Organization Study Group. Geneva: World Health Organization; 1985. (WHO Technical Report Series, no. 727).
Zimmet PZ. Diabetes epidemiology as a tool to trigger diabe- tes research and care. Diabetologia 1999;42(5):499-518.
Foss MC, Paccola GMGF, Souza NV, Iazigi N. Estudo analítico de uma amostra populacional de diabéticos tipo II da região de Ribeirão Preto (SP). [Analytical study in a population sample of type II diabetic patients from the Ribeirão Preto area (São Paulo)]. AMB Rev Assoc Med Bras 1989;35(5):179-83.
Foss MC, Eizirik DL, Pimenta WP, et al. Estudo analítico de uma amostra populacional de diabéticos insulino-dependentes (tipo I). Arq Bras Endocrinol Metabol 1986;30(4):100-2.
Intensive blood-glucose control with sulphonylureas or insulin compared with conventional treatment and risk of complica- tions in patients with type 2 diabetes (UKPDS 33). UK Pro- spective Diabetes Study (UKPDS) Group. Lancet 1998;352(9131):837-53.
The effect of intensive treatment of diabetes on the develop- ment and progression of long-term complications in insulin- dependent diabetes mellitus. The Diabetes Control and Com- plications Trial Research Group. N Engl J Med 1993; 329(14):977-86.
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Anuário Estatístico do Brasil, 1991; Rio de Janeiro, Brazil.
Harris MI, Flegal KM, Cowie CC, et al. Prevalence of diabetes, impaired fasting glucose, and impaired glucose tolerance in U.S. adults. The Third National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1994. Diabetes Care 1998;21(4):518-24.
Everhart J, Knowler WC, Bennett PH. Incidence and risk factors for non-insulin-dependent diabetes. In: National Diabetes Data Group. Diabetes in America. Bethesda, MD, U.S. De- partment of Health and Human Services, National Institutes of Health, 1985, p.IV/1-35.
Lindahl B, Weinehall L, Asplund K, Hallmans G. Screening for impaired glucose tolerance. Results from a population- based study in 21,057 individuals. Diabetes Care 1999;22(12):1988-92.
Oliveira JE, Milech A, Franco LJ. The prevalence of diabetes in Rio de Janeiro, Brazil. The Cooperative Group for the Study of Diabetes Prevalence in Rio de Janeiro. Diabetes Care 1996;19(6):663-6.
Flegal KM, Ezzati TM, Harris MI, et al. Prevalence of diabetes in Mexican Americans, Cubans, and Puerto Ricans from the Hispanic Health and Nutrition Examination Survey, 1982-1984. Diabetes Care 1991;14(7):628-38.
Visscher TL, Seidell JC. The public health impact of obesity. Annu Rev Public Health 2001;22:355-75.
Tuomilehto J, Lindstrom J, Eriksson JG, et al. Prevention of type 2 diabetes mellitus by changes in lifestyle among subjects with impaired glucose tolerance. N Engl J Med 2001; 344(18):1343-50.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.