Primeiro levantamento domiciliar sobre o abuso de drogas no Estado de São Paulo – Brasil, 1999
principais resultados
Palavras-chave:
Drogas ilícitas, Alcoolismo, Abuso de maconha, Projetos de pesquisa epidemiológicaResumo
CONTEXTO: Para se estabelecerem programas preventivos sobre o abuso de drogas numa determinada população é necessário antes fazer um diagnóstico da situação por meio de estudos epidemiológicos. OBJETIVO: Este estudo buscou detectar, na população geral, a prevalência do uso de drogas ilegais, de álcool e tabaco e de medicamentos de psicotrópicos, podendo-se estimar o número de pessoas dependentes em álcool e nicotina e avaliar a percepção delas em relação à facilidade de obter drogas psicotrópicas. TIPO DE ESTUDO: Pesquisa epidemiológica LOCAL: Todas as 24 cidades do Estado de São Paulo com mais de 200 mil habitantes. MÉTODO: A amostra foi estratificada em conglomerados, probabilística, obtida por duas fases de seleção. Em cada município pesquisado, foram sorteados setores censitários (geralmente consistindo em 200 a 300 residências) na primeira fase, em seguida as casas e os respondentes. O questionário usado foi o SAMHSA (Abuso de Substância e Administração de Serviços de Saúde Mental) do Departamento Norte-americano de Serviço de Saúde Pública, que foi traduzido e adaptado para as condições brasileiras. RESULTADOS: Um total de 2.411 pessoas foi entrevistado, das quais 39,9% eram homens e todos os participantes estavam na faixa de idade de 12 a 65 anos. Uso na vida de qualquer droga, além de álcool e tabaco, foi de 11,6%, muito menos que nos Estados Unidos (34,8%). Em relação às estimativas de dependentes de álcool, a porcentagem foi de aproximadamente 6%, uma porcentagem semelhante ao observado em estudos de outros países. O uso na vida de maconha foi de 6,6%, muito abaixo que nos Estados Unidos (32%). O uso na vida de inalantes, de 2,7%, foi cerca de 10 vezes menor que no Reino Unido (20%). O uso na vida de cocaína (2,1%) foi aproximadamente cinco vezes menor que nos Estados Unidos (10,6%). Não houve nenhum relato de uso de heroína, embora a percepção da população em relação à facilidade de obter a heroína foi surpreendentemente alta: 38,3%. CONCLUSÃO: Este estudo apresenta subsídios para a implementação de programas de prevenção adequados à situação de abuso de droga no estado de São Paulo.
Downloads
Referências
Cotrim BC. O consumo de substâncias psicotrópicas por estudantes secundários: o Brasil frente à situação internacional. [Psychotropic substance consumption by secondary students: Brazil in comparison with the international situation]. Rev ABP- APAL 1991;13(3):112-6.
Galduróz JCF, Noto AR, Carlini EA. IV Levantamento sobre o uso de drogas entre estudantes de 1o e 2o graus em 10 capitais brasileiras ¾ 1997. São Paulo; Universidade Federal de São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre drogas psicotrópicas ¾ CEBRID; 1997. p.130.
Nappo SA, Galduróz JCF, Noto AR. O uso do “crack” em São Paulo: fenômeno emergente? [Crack use in Sao Paulo city: an emergent phenomenon?] Rev ABP-APAL 1994;16(2):75-83.
IBGE PNAD - Década de 70. Série Relatórios Metodológicos Rio de Janeiro, 1971. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Anuário Estatístico do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro: Impresso nos Serviços Gráficos do IBGE; 1993. p.238.
Kish L. Survey Sampling. New York: Wiley; 1967.
SAMHSA – Substance Abuse and Mental Health Services Ad- ministration. Substance Abuse in States and Metropolitan Ar- eas: Model Based Estimates from the 1991 – 1993, National Household Survey on Drug Abuse: Summary Report. U.S. Department of Health and Human Services; Rockville: DHHS Publication; 1996.
ABIPEME – Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado. Proposição para um novo critério de classificação socioeconômica, 1978. São Paulo: Mímeo; 1978.
Kramer MS, Feinstein AR. Clinical biostatistics. LIV. The bi- ostatistics of concordance. Clin Pharmacol Ther 1981; 29(1):111-23.
Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics 1977;33(1):159-74.
APA – American Psychiatric Association ¾ Diagnostic and Sta- tistical Manual of Disorders, Third Edition Revised (DSM – III – R). Washington, DC: American Psychiatric Association; 1987.
Epstein, J, Gfroerer J. A method for estimating substance abuse treatment need from a National Household Survey. 37th Inter- national Congress on Alcohol and Drug Dependence; 1995, Aug 20-25; Washington , USA.
Sokal RR, Rohlf FJ. Biometry: the principles and practice of statistics in biological research. 3rd ed. New York: Freeman and Company; 2000. p.887.
CONACE – Consejo Nacional para el Control de Estupe- facientes, Ministerio del Interior. Segundo Informe Anual sobre la Situación de Drogas en Chile. Sistema Nacional de Información sobre Drogas, Chile. Santiago: Impresa en Printer S.A ; 1997. p.213. .
Ospina ER. Estudio Nacional sobre Consumo de Sustancias Psicoactivas Colombia, 1996. Fundación Santa Fe de Bogotá. Santa Fe de Bogotá: Editorial Carrera; 1997. p.129.
SAMHSA – Substance Abuse and Mental Health Services Ad- ministration. - Office of Applied Studies: 1998 National House- hold Survey on Drug Abuse. U.S. Department of Health and Human Services, 1999. Available from: URL http://www.samhsa.gov/centers/clearinghouse/clearinghouses.html. Accessed on Sep. 8, 2003.
CONACE - Consejo Nacional para el Control de Estupefacientes, Ministerio del Interior. Cuarto estudio nacional de consumo droga en Chile 2000. Sistema Nacional de Información sobre Drogas, Chile. Santiago: Impresa en Printer S.A; 2001. p.125
SAMHSA - Substance Abuse and Mental Health Services Ad- ministration. 2001 National Household Survey on Drug Abuse (NHSDA). Volume I: Summary of National Findings – Preva- lence & Correlates of Alcohol, Tobacco, and Illegal Drug Use. Available from: URL http://www.samhsa.gov/oas/nhsda/2k1nhsda/vol1/toc.htm#v1. Accessed on Sep. 8, 2003.
E.M.C.D.D.A. - European Monitoring Center for Drugs and Drug Addiction. – Extended annual report on the state of drugs problems in the European Union. European Monitoring Center for Drugs and Drug Addiction, Belgium. Lisbon: Imprensa Nacional-Casa da Moeda; 1999.
Pennafort R. Brasileiros estão consumindo mais drogas. O Estado de S. Paulo. Available from: URL http://www.estadao.com/br/agestado/noticias/2003/jun/26/272.htm.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.