Eficácia da aspirina na profilaxia da enxaqueca

uma revisão sistemática

Autores

  • Cristina Pellegrino Baena Pontifícia Universidade Católica do Paraná
  • Raíssa Campos D’Amico Pontifícia Universidade Católica do Paraná
  • Helena Slongo Pontifícia Universidade Católica do Paraná
  • André Russowsky Brunoni Universidade de São Paulo
  • Alessandra Carvalho Goulart Universidade de São Paulo
  • Isabela Benseñor Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Transtornos de enxaqueca, Cefaleia, Aspirina, Inibidores da agregação de plaquetas, Terapêutica, Revisão

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Muitos pesquisadores têm sugerido que a aspirina previne enxaquecas. No entanto, a evidência não é clara. O objetivo deste estudo foi analisar as evidências disponíveis para os efeitos da aspirina como um profilático da enxaqueca. DESENHO E LOCAL: Revisão sistemática, realizada na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil, bem como na Universidade de São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Foram realizadas buscas eletrônicas nas bases de dados MEDLINE/PubMed, Embase, WEB OF SCIENCE, Organização Mundial de Saúde, CENTRAL e OpenGrey. Nós buscamos manualmente estudos de intervenção publicados antes de abril de 2016, comparando efeitos da aspirina com um controle em adultos. Dois autores extraíram independentemente os dados de publicação, população recrutada, intervenção (dose de aspirina, acompanhamento e tratamento combinado) e os resultados principais (frequência, gravidade e duração da enxaqueca). Foi avaliada a qualidade dos estudos com a ferramenta da Cochrane para risco de viés. RESULTADOS: A nossa busca recuperou 1.098 referências, das quais 8 preencheram os critérios de seleção para esta revisão sistemática. A população total foi de 28,326 participantes (18-64 anos); a maioria (96%) de homens. A dosagem variou entre 50 a 650 mg/dia em todos os estudos. O risco de viés foi geralmente baixo ou pouco claro. O único desfecho para o qual a maioria dos estudos incluídos (6/8) relatou redução significativa foi a frequência de enxaqueca, que foi reduzida com uma dose de aspirina de pelo menos 325 mg/dia. CONCLUSÃO: A aspirina pode reduzir a frequência das enxaquecas; no entanto, a dosagem ideal não é clara.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristina Pellegrino Baena, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

MD, PhD. Professor, School of Medicine, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba (PR), Brazil.

Raíssa Campos D’Amico, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Medical Student, School of Medicine, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba (PR), Brazil.

Helena Slongo, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Medical Student, Faculdade Evangélica do Paraná (FEPAR), Curitiba (PR), Brazil.

André Russowsky Brunoni, Universidade de São Paulo

MD. Professor, Hospital Universitário (HU), Universidade de São Paulo (USP), and Coordinator, Service of Interdisciplinary Neuromodulation (SIN), Laboratory of Neurosciences (LIM-27), Department and Institute of Psychiatry, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo (SP), Brazil.

Alessandra Carvalho Goulart, Universidade de São Paulo

MD. Epidemiologist, Hospital Universitário (HU), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo (SP), Brazil.

Isabela Benseñor, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Professor, Hospital Universitário (HU), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo (SP), Brazil.

Referências

Global Burden of Disease Study 2013 Collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet. 2015;386(9995):743-800.

Diener HC, Solbach K, Holle D, Gaul C. Integrated care for chronic migraine patients: epidemiology, burden, diagnosis and treatment options. Clin Med (Lond). 2015;15(4):344-50.

Steiner TJ, Stovner LJ, Birbeck GL. Migraine: the seventh disabler. Headache. 2013;53(2):227-9.

Vos T, Flaxman AD, Naghavi M, et al. Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet. 2012;380(9859):2163-96.

Morillo LE, Alarcon F, Aranaga N, et al. Prevalence of migraine in Latin America. Headache. 2005;45(2):106-17.

Buse DC, Manack AN, Fanning KM, et al. Chronic migraine prevalence, disability, and sociodemographic factors: results from the American Migraine Prevalence and Prevention Study. Headache. 2012;52(10):1456-70.

Katsarava Z, Manack A, Yoon MS, et al. Chronic migraine: classification and comparisons. Cephalalgia. 2011;31(5):520-9.

Headache Classification Committee of the International Headache Society (IHS). The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition (beta version). Cephalalgia. 2013;33(9):629-808.

Loder E, Burch R, Rizzoli P. The 2012 AHS/AAN guidelines for prevention of episodic migraine: a summary and comparison with other recent clinical practice guidelines. Headache. 2012;52(6):930-45.

Lipton RB, Silberstein SD. Episodic and chronic migraine headache: breaking down barriers to optimal treatment and prevention. Headache. 2015;55 Suppl 2:103-22; quiz 123-6.

Members of the task force: Evers S, Afra J, Frese A, et al. EFNS guideline on the drug treatment of migraine - report of an EFNS task force. Eur J Neurol. 2006;13(6):560-72.

Silberstein SD, Neto W, Schmitt J, Jacobs D; MIGR-001 Study Group. Topiramate in migraine prevention: results of a large controlled trial. Arch Neurol. 2004;61(4):490-5.

Young WB, Siow HC, Silberstein SD. Anticonvulsants in migraine. Curr Pain Headache Rep. 2004;8(3):244-50.

Couch JR; Amitriptyline Versus Placebo Study Group. Amitriptyline in the prophylactic treatment of migraine and chronic daily headache. Headache. 2011;51(1):33-51.

Giacomozzi ARE, Vindas AP, Junior AAS, et al. Consenso latino-americano para as diretrizes de tratamento da migranea cronica [Latin American consensus on guidelines for chronic migraine treatment]. Arq Neuropsiquiatr. 2013;71(7):478-86.

Gales BJ, Bailey EK, Reed AN, Gales MA. Angiotensin-converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers for the prevention of migraines. Ann Pharmacother. 2010;44(2):360-6.

Peto R, Gray R, Collins R, et al. Randomised trial of prophylactic daily aspirin in British male doctors. Br Med J (Clin Res Ed). 1988;296(6618):313-6.

Harirforoosh S, Asghar W, Jamali F. Adverse effects of nonsteroidal antiinflammatory drugs: an update of gastrointestinal, cardiovascular and renal complications. J Pharm Pharm Sci. 2013;16(5):821-47.

Benseñor IM, Cook NR, Lee IM, et al. Low-dose aspirin for migraine prophylaxis in women. Cephalalgia. 2001;21(3):175-83.

Diener HC. Low-dose aspirin for migraine prophylaxis in women. Cephalalgia. 2001;21(3):167-8.

Buring JE, Peto R, Hennekens CH. Low-dose aspirin for migraine prophylaxis. JAMA. 1990;264(13):1711-3.

Kurth T, Gaziano JM, Cook NR, et al. Migraine and risk of cardiovascular disease in women. JAMA. 2006;296(3):283-91.

Diener HC. Low-dose aspirin for migraine prophylaxis in women. Cephalalgia. 2001;21(3):167-8.

Higgins JP, Altman DG, Gøtzsche PC, et al. The Cochrane Collaboration's tool for assessing risk of bias in randomised trials. BMJ. 2011;343:d5928.

Bousser MG, Chick J, Fuseau E, Soisson T, Thevenet R. Combined low-dose acetylsalicylic acid and dihydroergotamine in migraine prophylaxis. A double-blind, placebo-controlled crossover study. Cephalalgia. 1988;8(3):187-92.

Baldrati A, Cortelli P, Procaccianti G, et al. Propranolol and acetylsalicylic acid in migraine prophylaxis. Double-blind crossover study. Acta Neurol Scand. 1983;67(3):181-6.

Hosman-Benjaminse SL, Bolhuis PA. Migraine and platelet aggregation in patients treated with low dose acetylsalicylic acid. Headache. 1986;26(6):282-4.

Classification of headache: The ad hoc committee on classification of headache. Arch Neurol. 1962;6(3):173-6. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/article-abstract/563669 Accessed in 2016 (Nov 16).

Classification and diagnostic criteria for headache disorders, cranial neuralgias and facial pain. Headache Classification Committee of the International Headache Society. Cephalalgia. 1988;8 Suppl 7:1-96.

Masel BE, Chesson AL, Peters BH, Levin HS, Alperin JB. Platelet antagonists in migraine prophylaxis. A clinical trial using aspirin and dipyridamole. Headache. 1980;20(1):13-18.

O'Neill BP, Mann JD. Aspirin prophylaxis in migraine. Lancet. 1978;2(8101):1179-81.

Schramm SH, Moebus S, Özyurt Kugumcu M, et al. Use of aspirin combinations with caffeine and increasing headache frequency: a prospective population-based study. Pain. 2015;156(9):1747-54.

Downloads

Publicado

2017-02-02

Como Citar

1.
Baena CP, D’Amico RC, Slongo H, Brunoni AR, Goulart AC, Benseñor I. Eficácia da aspirina na profilaxia da enxaqueca: uma revisão sistemática. Sao Paulo Med J [Internet]. 2º de fevereiro de 2017 [citado 18º de março de 2025];135(1):42-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/731

Edição

Seção

Artigo Original