Silicone líquido utilizado com finalidade estética como potencializador da ocorrência de linfedema genital pós-radioterapia
relato de caso
Palavras-chave:
Linfedema, Elastômeros de silicone, Radioterapia, Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos, Doenças dos genitais masculinosResumo
CONTEXTO: O linfedema consiste de retenção de fluido extracelular causada por obstrução linfática. Nas formas crônicas, observa-se acúmulo de tecido adiposo e fibrose. O linfedema genital é uma doença rara em países desenvolvidos e pode ter etiologia primária ou adquirida, em geral cursando com disfunções urinária e sexual, bem como com prejuízo do convívio social. O tratamento clínico é, em geral, pouco efetivo, indicando-se com frequência a abordagem cirúrgica, com excisão da área afetada. RELATO DE CASO: Relata-se o caso de paciente feminina transgênero, encaminhada para tratamento de linfedema genital crônico. Havia antecedente pessoal de tratamento de câncer de canal anal com radioterapia pélvica e de injeções de silicone líquido em glúteos e coxas com finalidade estética. Exames radiológicos mostraram tanto sinais de infiltração tecidual por silicone líquido como granulomas e linfadenopatia como de linfedema. Foi realizado o tratamento cirúrgico da área afetada, com excisão do tecido linfadenomatoso do escroto, preservando o pênis e testículos, com resultado satisfatório. A análise histopatológica mostrou achados compatíveis com infiltração tecidual por material exógeno, bem como com linfedema crônico. CONCLUSÃO: O linfedema genital pode ser causado pela associação de lesão por injeção de silicone líquido e radioterapia na região pélvica. As decisões no tratamento de neoplasias em pacientes previamente submetidos a injeção de silicone líquido devem levar em conta esse fato, já que pode representar fator de risco para complicações de tratamento radioterápico.
Downloads
Referências
Halperin TJ, Slavin SA, Olumi AF, Borud LJ. Surgical management of scrotal lymphedema using local flaps. Ann Plast Surg. 2007;59(1):67-72; discussion 72.
Torio-Padron N, Stark GB, Földi E, Simunovic F. Treatment of male genital lymphedema: an integrated concept. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2015;68(2):262-8.
U.S. National Library of Medicine. Meige Disease. Genetics Home Reference. 2016. Available from: https://ghr.nlm.nih.gov/condition/meige-disease Accessed in 2016 (Nov 30).
U.S. National Library of Medicine. Milroy Disease. Genetics Home Reference. 2016. Available from: https://ghr.nlm.nih.gov/condition/milroy-disease Accessed in 2016 (Nov 30).
Vaught SK, Litvak AS, McRoberts JW. The surgical management of scrotal and penile lymphedema. J Urol. 1975;113(2):204-6.
Mukenge S, Pulitanò C, Colombo R, Negrini D, Ferla G. Secondary scrotal lymphedema: a novel microsurgical approach. Microsurgery. 2007;27(8):655-6.
Rahman GA, Adigun IA, Yusuf IF, Aderibigbe AB, Etonyeaku AC. Giant scrotal lymphedema of unclear etiology: a case report. J Med Case Rep. 2009;3:7295.
Machol já 4th, Langenstroer P, Sanger JR. Surgical reduction of scrotal massive localized lymphedema (MLL) in obesity. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2014;67(12):1719-25.
Gaber Y. Secondary lymphoedema of the lower leg as an unusual side-effect of a liquid silicone injection in the hips and buttocks. Dermatology. 2004;208(4):342-4.
Paul S, Goyal A, Duncan LM, Smith GP. Granulomatous reaction to liquid injectable silicone for gluteal enhancement: review of management options and success of doxycycline. Dermatol Ther. 2015;28(2):98-101.
Kumar P, Navaneethan GP. Resection of scrotal lymphedema. Plast Reconstr Surg. 2005;116(2):24e-27e.
Leonardi NR, Compoginis JM, Luce EA. Illicit Cosmetic Silicone Injection: A Recent Reiteration of History. Ann Plast Surg. 2016;77(4):485-90.
Altmeyer MD, Anderson LL, Wang AR. Silicone migration and granuloma formation. J Cosmet Dermatol. 2009;8(2):92-7.
Mustacchio V, Cabibi D, Minervini MI, Barresi E, Amato S. A diagnostic trap for the dermatopathologist: granulomatous reactions from cutaneous microimplants for cosmetic purposes. J Cutan Pathol. 2007;34(3):281-3.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.