Tradução e validação do questionário Uterine Fibroid Symptom and Quality of Life (UFS-QOL) para a língua portuguesa brasileira

Autores

  • Luiz Gustavo Oliveira Brito Universidade de Ribeirão Preto
  • Daniela Alves Malzone-Lott Universidade de Ribeirão Preto
  • Mayra Fernanda Sandoval Fagundes Universidade de São Paulo
  • Pedro Sérgio Magnani Universidade de São Paulo
  • Mariana Alves Fernandes Arouca Universidade de São Paulo
  • Omero Benedicto Poli-Neto Universidade de São Paulo
  • Antônio Alberto Nogueira Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Leiomioma, Estudos de validação, Traduções, Qualidade de vida, Estudos transversais

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O leiomioma uterino (LU) é o tumor ginecológico mais comum. Existe apenas um questionário específico que avalia a intensidade de sintomas e qualidade de vida de mulheres com LU sintomático, o Uterine Fibroid Symptom and Quality of Life (UFS-QOL), porém somente na língua inglesa. Dessa forma, objetivamos traduzir e validar culturalmente o questionário UFS-QOL para a língua portuguesa brasileira. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP. MÉTODOS: 113 pacientes portadoras de LU (grupo caso) e 55 pacientes-controle foram entrevistadas com o questionário UFS-QOL após tradução e adaptação cultural. O questionário Short Form-36 foi utilizado para controle. Variáveis demográficas e psicométricas foram analisadas. RESULTADOS: As mulheres com LU apresentaram maior média de idade, índice de massa corporal, peso, paridade e comorbidades do que o grupo controle (P < 0,05). As queixas mais prevalentes foram sangramento uterino anormal (93,8%), dor pélvica (36,3%) e compressão extrínseca (10,6%) e estas apresentaram adequada validade de constructo com a gravidade indicada pelo UFS-QOL (P < 0,05). O questionário UFS-QOL apresentou boa consistência interna com a gravidade dos sintomas e com os domínios relacionados a qualidade de vida (coeficiente de correlação intraclasse, CCI = 0,82/0,88). A validade estrutural mostrou coeficientes de correlação variando de 0,59 até 0,91. A comparação teste-reteste não mostrou diferença entre as subscalas do UFS-QOL. Depois do tratamento, as mulheres com LU apresentaram melhora em todas as subscalas. CONCLUSÃO: O questionário UFS-QOL apresentou adequada tradução para a língua portuguesa brasileira, com boa consistência interna, validade de constructo/discriminatória, estrutural e responsividade, assim como adequados resultados teste-reteste.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Gustavo Oliveira Brito, Universidade de Ribeirão Preto

MD, PhD. Attending Physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), and School of Medicine, Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Daniela Alves Malzone-Lott, Universidade de Ribeirão Preto

MD, PhD. Attending Physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), and School of Medicine, Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Mayra Fernanda Sandoval Fagundes, Universidade de São Paulo

MD. Attending Physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Pedro Sérgio Magnani, Universidade de São Paulo

MD. Attending Physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Mariana Alves Fernandes Arouca, Universidade de São Paulo

MD, MSc. Attending Physician, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Omero Benedicto Poli-Neto, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Antônio Alberto Nogueira, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil.

Referências

Drayer SM, Catherino WH. Prevalence, morbidity, and current medical management of uterine leiomyomas. Int J Gynaecol Obstet. 2015; 131 (2): 117–22.

Moroni R, Vieira C, Ferriani R, Candido-Dos-Reis F, Brito L Pharmacological treatment of uterine fibroids. Ann Med Health Sci Res. 2014; 4 (Suppl 3): S185–92.

Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. Informações de Saúde. Morbidade Hospitalar do SUS por local de internação. Notas técnicas. Available from: http//tabnet.datasus.gov.br/cgi/sih/midescr.htm. Accessed in 2016 (Dec 15).

Stewart EA. Clinical practice. Uterine fibroids. N Engl J Med. 2015; 372 (17): 1646–55.

Brito LG, Panobianco MS, Sabino-de-Freitas MM, et al. Uterine leiomyoma: understanding the impact of symptoms on women’s lives. Reprod Health. 2014; 11 (1): 10.

Brito LG, Panobianco MS, de Azevedo GD, et al. Motivational factors for women undergoing hysterectomy for uterine leiomyoma. Acta Obstet Gynecol Scand. 2013; 92 (11): 1337–8.

Spies JB, Coyne K, Guaou Guaou N, et al. The UFS-QOL, a new disease-specific symptom and health-related quality of life questionnaire for leiomyomata. Obstet Gynecol. 2002; 99 (2): 290–300.

Harding G, Coyne KS, Thompson CL, Spies JB. The responsiveness of the uterine fibroid symptom and health-related quality of life questionnaire (UFS-QOL). Heath Qual Life Outcomes. 2008; 6: 99.

Coyne KS, Margolis MK, Bradley LD, et al. Further validation of the uterine fibroid symptom and quality-of-life questionnaire. Value Health. 2012 (1): 135–42.

Kottner J, Audigé L, Brorson S, et al. Guidelines for Reporting Reliability and Agreement Studies (GRRAS) were proposed. J Clin Epidemiol. 2011; 64 (1): 96–106.

Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000; 25 (24): 3186–91.

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinao I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) [Brazilian-Portuguese version of the SF-36. A reliable and valid quality of life outcome measure]. Rev Bras Reumatol. 1999; 39 (3): 143–50.

Ware JE Jr, Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I. Conceptual framework and item selection. Med Care. 1992; 30 (6): 473–83.

Cronbach LJ. Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika. 1951; 16 (3): 297–334. Available from: http://kttm.hoasen.edu.vn/sites/default/files/2011/12/22/cronbach_1951_coefficient_alpha.pdf Accessed in 2016 (Dec 15).

Spies JB, Myers ER, Worthington-Kirsch R, et al. The FIBROID Registry: symptom and quality-of-life status 1 year after therapy. Obstet Gynecol. 2005; 106 (6): 1309–18.

Coyne KS, Margolis MK, Murphy J, Spies J. Validation of the UFS-QOL-hysterectomy questionnaire: modifying an existing measure for comparative effectiveness research. Value Health. 2012; 15 (5):674–9.

Lee JS, Hong GY, Park BJ, Kim TE. Ultrasound-guided high-intensity focused ultrasound treatment for uterine fibroid & adenomyosis: A single center experience from the Republic of Korea. Ultrason Sonochem. 2015; 27: 682–7.

Downloads

Publicado

2017-05-02

Como Citar

1.
Brito LGO, Malzone-Lott DA, Fagundes MFS, Magnani PS, Arouca MAF, Poli-Neto OB, Nogueira AA. Tradução e validação do questionário Uterine Fibroid Symptom and Quality of Life (UFS-QOL) para a língua portuguesa brasileira. Sao Paulo Med J [Internet]. 2º de maio de 2017 [citado 14º de março de 2025];135(2):107-15. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/766

Edição

Seção

Artigo Original