Existem diferenças no peso ao nascer de acordo com sexo e associações com exposição materna a poluentes do ar? Estudo de coorte

Autores

  • Luiz Fernando Costa Nascimento Department of Energy, Universidade Estadual Paulista
  • Adrian Blanco Machin Department of Energy, Universidade Estadual Paulista
  • Djalma Antonio Almeida dos Santos Department of Energy, Universidade Estadual Paulista

Palavras-chave:

Poluentes do ar, Ozônio, Recém-nascido de baixo peso, Material particulado, Poluição do ar

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: São vários os efeitos da exposição a poluentes do ar na saúde humana. O objetivo deste estudo foi identificar se a exposição da gestante contribui para o baixo peso ao nascer e qual o sexo mais acometido. TIPO DE ESTUDO: Estudo longitudinal com dados de recém-nascidos de mães residentes em São José do Rio Preto (SP) com exposição a poluentes do ar em 2012 e 2013. MÉTODOS: Foi construído modelo hierarquizado em três níveis com variáveis maternas, do recém-nascido e concentrações de material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio, em quartis. Foram excluídos recém-nascidos prematuros, gemelares ou com malformações e consideradas janelas de exposição de 30, 60 e 90 dias anteriores ao parto. RESULTADOS: Foram incluídos 8.948 recém-nascidos, 4.491 do sexo masculino (50,2%) e 4.457 do feminino (49,8%), e identificados 301 recém-nascidos com baixo peso (3,4%). Os pesos médios foram diferentes entre o sexo masculino (3.281,0 g) e o feminino (3.146,4 g) (P < 0,001). Exposição ao ozônio esteve associada significativamente ao baixo peso ao nascer em ambos os sexos nas janelas de 30 dias (odds ratio, OR = 1,38) e 90 dias (OR = 1,48) e, no sexo feminino, nas janelas de 30 dias (OR = 1,58) e 90 dias (OR =1,59). Exposição ao material particulado teve efeito protetor paradoxal. Não houve associação no sexo masculino. CONCLUSÕES: Houve maior susceptibilidade do sexo feminino aos poluentes a partir da exposição materna. Estudos sobre baixo peso ao nascer segundo exposição materna a poluentes do ar devem separar sexo masculino e feminino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Fernando Costa Nascimento, Department of Energy, Universidade Estadual Paulista

PhD. Researcher, Department of Energy, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Guaratinguetá (SP), and Assistant Professor, Department of Medicine, Universidade de Taubaté (UNITAU), Taubaté (SP), Brazil.

Adrian Blanco Machin, Department of Energy, Universidade Estadual Paulista

BSc. Postgraduate Student, Department of Energy, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Guaratinguetá (SP), Brazil.

Djalma Antonio Almeida dos Santos, Department of Energy, Universidade Estadual Paulista

MD. Postgraduate Student, Department of Energy, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Guaratinguetá (SP), Brazil.

Referências

Malmqvist E, Rignell-Hydbom A, Tinnerberg H, et al. Maternal exposure to air pollution and birth outcomes. Environ Health Perspect. 2011;119(4):553-8.

Romão R, Pereira LAA, Saldiva PHN, et al. Relação entre baixo peso ao nascer e exposição ao material particulado inalável [The relationship between low birth weight and exposure to inhalable particulate matter]. Cad Saúde Pública. 2013;29(6):1101-8.

Medeiros A, Gouveia N. Relação entre baixo peso ao nascer e a poluição do ar no município de São Paulo [Relationship between low birthweight and air pollution in the city of Sao Paulo, Brazil]. Rev Saúde Pública. 2005;39(6):965-72.

Salam MT, Millstein J, Li YF, et al. Birth outcomes and prenatal exposure to ozone, carbon monoxide, and particulate matter: results from the Children’s Health Study. Environ Health Perspect. 2005;113(11):1638-44.

Maisonet M, Bush TJ, Correa A, Jaakkola JJ. Relation between ambient air pollution and low birth weight in the Northeastern United States. Environ Health Perspect. 2001;109 Suppl 3:351-6.

Nascimento LFC, Moreira DA. Os poluentes ambientais são fatores de risco para o baixo peso ao nascer? [Are environmental pollutants risk factors for low birth weight?] Cad Saúde Pública. 2009;25(8):1791-6.

Bobak M. Outdoor air pollution, low birth weight, and prematurity. Environ Health Prospect. 2000;108(2):173-6.

Ritz B, Yu F. The effect of ambient carbon monoxide on low birth weight among children born in southern California between 1989 and 1993. Environ Health Perspect. 1999;107(1):17-25.

Srám RJ, Binková B, Dejmek J, Bobak M. Ambient air pollution and pregnancy outcomes: a review of the literature. Environ Health Perspect. 2005;113(4):375-82.

Linton EA, Perkins AV, Woods RJ, et al. Corticotropin releasing hormonebinding protein (CRH-BP): plasma levels decrease during the third trimester of normal human pregnancy. J Clin Endocrinol Metab. 1993;76(1):260-2.

Perkins AV, Linton EA, Eben F, et al. Corticotrophin-releasing hormone and corticotrophin-releasing hormone binding protein in normal and pre-eclamptic human pregnancies. Br J Obstet Gynaecol. 1995;102(2):118-22.

Ghosh R, Rankin J, Pless-Mulloli T, Glinianaia S. Does the effect of air pollution on pregnancy outcomes differ by gender? A systematic review. Environ Res. 2007;105(3):400-8.

Jedrychowski W, Perera F, Mrozek-Budzyn D, et al. Gender differences in fetal growth of newborns exposed prenatally to airborne fine particulate matter. Environ Res. 2009;109(4):447-56.

Bell ML, Ebisu K, Belanger K. Ambient air pollution and low birth weight in Connecticut and Massachusetts. Environ Health Perspect. 2007;115(7):1118-25.

Bell ML, Ebisu K, Belanger K. The relationship between air pollution and low birth weight: effects by mother’s age, infant sex, co-pollutants, and pre-term births. Environ Res Lett. 2008;3(4):44003.

Brasil. Ministério da Saúde. Datasus Tecnologia da Informação a Serviço do SUS. Nascidos Vivos. Available from: http://tabnet.datasus.gov.br/ cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvsp.def Accessed in 2017 (Apr 28).

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Available from: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=354980&search=sao-paulo|sao-jose-do-rio-preto Accessed in 2017 (Apr 28).

São Paulo. Decreto no 59.113, de 23 de abril de 2013 Estabelece novos padrões de qualidade do ar e dá providências correlatas. Available from: http://www.lemaambiental.com.br/lema/01%20Estadual/decretos/59113-13.pdf Accessed in 2017 (Apr 28).

Haidar FH, Oliveira UF, Nascimento LFC. Escolaridade materna: correlação com os indicadores obstétricos [Maternal educational level: correlation with obstetric indicators]. Cad Saúde Pública. 2001;17(4):1025-9.

Junger WL, Ponce de Leon A. Poluição do ar e baixo peso ao nascer no Município do Rio de Janeiro, Brasil, 2002 [Air pollution and low birth weight in the city of Rio de Janeiro, Brazil, 2002]. Cad Saúde Pública. 2007;23(supl. 4):S588-98.

Maisonet M, Correa A, Misra D, Jaakkola JJ. A review of the literature on the effects of ambient air pollution on fetal growth. Environ Res. 2004;95(1):106-15.

Liu S, Krewski D, Shi Y, Chen Y, Burnett RT. Association between gaseous ambient air pollutants and adverse pregnancy outcomes in Vancouver, Canada. Environ Health Perspect. 2003;111(14):1773-8.

Dugandzic R, Dodds L, Stieb D, Smith-Doiron M. The association between low level exposures to ambient air pollution and term low birth weight: a retrospective cohort study. Environ Health. 2006;5:3.

Habermann M, Gouveia N. Socioeconomic position and low birth weight among mothers exposed to traffic-related air pollution. PLoS ONE. 2014;9(11):e113900.

Basu R, Harris M, Sie L, et al. Effects of fine particulate matter and its constituents on low birth weight among full-term infants in California. Environ Res. 2014;128:42-51.

Wilhelm M, Ritz B. Residential proximity to traffic and adverse birth outcomes in Los Angeles county, California, 1994-1996. Environ Health Perspect. 2003;111(2):207-16.

Ha EH, Hong YC, Lee BE, et al. Is air pollution a risk factor for low birth weight in Seoul? Epidemiology. 2001;12(6):643-8.

Downloads

Publicado

2017-08-03

Como Citar

1.
Nascimento LFC, Machin AB, Santos DAA dos. Existem diferenças no peso ao nascer de acordo com sexo e associações com exposição materna a poluentes do ar? Estudo de coorte. Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de agosto de 2017 [citado 14º de março de 2025];135(4):347-54. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/796

Edição

Seção

Artigo Original