Determinação de um valor de ponto de corte para a extensibilidade do assoalho pélvico pelo balão Epi-no para predizer integridade perineal no parto vaginal

análise pela curva ROC. Estudo prospectivo observacional de coorte única

Autores

  • Miriam Raquel Diniz Zanetti Hospital e Maternidade Amador Aguiar
  • Carla Dellabarba Petricelli Hospital e Maternidade Amador Aguiar
  • Sandra Maria Alexandre Hospital e Maternidade Amador Aguiar
  • Aline Paschoal Hospital e Maternidade Amador Aguiar
  • Edward Araujo Júnior Hospital e Maternidade Amador Aguiar
  • Mary Uchiyama Nakamura Hospital e Maternidade Amador Aguiar

Palavras-chave:

Modalidades de fisioterapia, Diafragma da pelve, Períneo, Primeira fase do trabalho de parto, Parto

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Diversos fatores de risco estão envolvidos nas lacerações do períneo durante o parto vaginal, contudo, pouco se sabe sobre a influência da extensibilidade perineal como um fator protetor. O objetivo foi avaliar o ponto de corte da extensibilidade do assoalho pélvico medido pelo balão Epi-no, o qual poderia ser usado como fator preditor de integridade perineal no parto vaginal. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo observacional de coorte única conduzido em maternidade. MÉTODOS: Uma amostra de conveniência de 277 parturientes consecutivas no termo foi utilizada. Todas as mulheres tinham feto único com apresentação cefálica fletida, com até 9,0 cm de dilatação. A máxima dilatação do balão Epi-no foi medida com fita métrica após a sua insuflação dentro da vagina até a tolerância máxima da parturiente. Uma curva característica de operação do receptor (ROC) foi utilizada para obter a medida da circunferência com a melhor sensibilidade e especificidade. RESULTADOS: Dentre as 161 pacientes que foram incluídas no estudo, 50,9% sofreram episiotomia, 21,8% lacerações e 27,3% tiveram o períneo intacto. Idade > 25,9 anos; número de gestações > 3,4; número de partos > 2,2; e medida do perímetro do Epi-no > 21,4 cm foram todos diretamente correlacionados com períneo intacto. Os valores do perímetro com o balão Epi-no que estavam acima de 20,8 cm mostraram sensibilidade e especificidade de 70,5% e 66,7% (área sob a curva = 0,713), respectivamente, como fator preditor de períneo intacto no parto vaginal. CONCLUSÃO: Circunferência medida pelo balão Epi-no maior que 20,8 cm é fator preditor de integridade perineal em parturientes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Miriam Raquel Diniz Zanetti, Hospital e Maternidade Amador Aguiar

PhD. Voluntary Physiotherapist, Pelvic Floor Unit, Department of Obstetrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Carla Dellabarba Petricelli, Hospital e Maternidade Amador Aguiar

MSc. Voluntary Physiotherapist, Pelvic Floor Unit, Department of Obstetrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Sandra Maria Alexandre, Hospital e Maternidade Amador Aguiar

PhD. Adjunct Professor, Pelvic Floor Unit, Department of Obstetrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Aline Paschoal, Hospital e Maternidade Amador Aguiar

BSc. Postgraduate Student, Pelvic Floor Unit, Department of Obstetrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Edward Araujo Júnior, Hospital e Maternidade Amador Aguiar

PhD. Associate Professor, Pelvic Floor Unit, Department of Obstetrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Mary Uchiyama Nakamura, Hospital e Maternidade Amador Aguiar

PhD. Associate Professor, Pelvic Floor Unit, Department of Obstetrics, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Referências

Yiou R, Costa P, Haab F, Delmas V. Anatomie fonctionnelle du plancher pelvien [Functional anatomy of the pelvic floor]. Prog Urol. 2009;19(13):916-25.

Shek KL, Dietz HP. Intrapartum risk factors for levator trauma. BJOG. 2010;117(12):1485-92.

World Health Organization. Classification of practices in normal birth. Geneva: In: World Health Organization: Care in normal birth: a practical guide. Report a technical working group. Report No.: WHO Technical Report Series FRH/MSM/96.24; 1996. p. 34-7. Available from: http://whqlibdoc.who.int/hq/1996/WHO_FRH_MSM_96.24.pdf?ua=1. Accessed in 2014 (Aug 15).

Shek KL, Dietz HP. The effect of childbirth on hiatal dimensions. Obstet Gynecol. 2009;113(6):1272-8.

Dietz HP, Lanzarone V. Levator trauma after vaginal delivery. Obstet Gynecol. 2005;106(4):707-12.

Dietz HP, Shek C, De Leon J, Steensma AB. Ballooning of the levator hiatus. Ultrasound Obstet Gynecol. 2008;31(6):676-80.

Labrecque M, Eason E, Marcoux S. Women’s views on the practice of prenatal perineal massage. BJOG. 2001;108(5):499-504.

Howard D, Davies PS, DeLancey JO, Small Y. Differences in perineal lacerations in black and white primiparas. Obstet Gynecol. 2000;96(4):622-4.

Goldberg RP, Kwon C, Gandhi S, et al. Urinary incontinence among mothers of multiples: the protective effect of cesarean delivery. Am J Obstet Gynecol. 2003;188(6):1447-50; discussion 1450-3.

Burgio KL, Borello-France D, Richter HE, et al. Risk factors for fecal and urinary incontinence after childbirth: the childbirth and pelvic symptoms study. Am J Gastroenterol. 2007;102(9):1998-2004.

Ashton-Miller JA, Delancey JO. On the biomechanics of vaginal birth and common sequelae. Annu Rev Biomed Eng. 2009;13:163-76.

Kovacs GT, Heath P, Heather C. First Australian trial of the birth- training device Epi-No: a highly significantly increased chance of an intact perineum. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2004;44(4):347-8.

Kubotani JS, Moron AF, Araujo Júnior E, et al. Perineal Distensibility Using Epi-no in Twin Pregnancies: Comparative Study with Singleton Pregnancies. ISRN Obstet Gynecol. 2014;2014:124206.

Dupuis O, Silveira R, Zentner A, et al. Birth simulator: reliability of transvaginal assessment of fetal head station as defined by the American College of Obstetricians and Gynecologists classification. Am J Obstet Gynecol. 2005;192(3):868-74.

Ruckhäberle E, Jundt K, Bäuerle M, et al. Prospective randomized multicentre trial with the birth trainer EPI-NO for the prevention of perineal trauma. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2009;49(5):478-83.

Martins WP, Lima JC, Welsh AW, et al. Three-dimensional Doppler evaluation of single spherical samples from the placenta: intra- and interobserver reliability. Ultrasound Obstet Gynecol. 2012;40(2):200-6.

Rodriguez A, Arenas EA, Osorio AL, Mendez O, Zuleta JJ. Selective vs routine midline episiotomy for the prevention of third- or fourth- degree lacerations in nulliparous women. Am J Obstet Gynecol. 2008;198(3):285.e1-4.

Astrand PO, Rodahl K. Textbook of work physiology: physiological bases of exercise. New York: McGraw-Hill; 1977.

Shek KL, Dietz HP. Can levator avulsion be predicted antenatally? Am J Obstet Gynecol. 2010;202(6):586.e1-6.

Vershinin AE, Nazarenko GF. Uglomer dlia opredeleniia amplitudy dvizhenii v sheinom otdele pozvonochnika [Goniometer for determining the amplitude of motion in the cervical spine]. Ortop Travmatol Protez. 1986;(9):49-50.

Bracken JN, Dryfhout VL, Goldenhar LM, Pauls RN. Preferences and concerns for delivery: an antepartum survey. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2008;19(11):1527-31.

Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). O modelo de atenção obstétrica no setor de Saúde Suplementar no Brasil: cenários e perspectivas/Agência Nacional de Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: ANS; 2008. Available from: www.ans.gov.br/portal/upload/biblioteca/livro_parto_web.pdf. Accessed in 2014 (Aug 15).

Shek KL, Chantarasorn V, Langer S, Phipps H, Dietz HP. Does the Epi- No Birth Trainer reduce levator trauma? A randomised controlled trial. Int Urogynecol J. 2011;22(12):1521-8.

Dietz HP, Shek C. Levator avulsion and grading of pelvic floor muscle strength. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2008;19(5):633-6.

Nicoll LM, Skupski DW. Venous air embolism after using a birth- training device. Obstet Gynecol. 2008;111(2 Pt 2):489-91.

Lien KC, Mooney B, DeLancey JO, Ashton-Miller JA. Levator ani muscle stretch induced by simulated vaginal birth. Obstet Gynecol. 2004;103(1):31-40.

Hoyte L, Damaser MS, Warfield SK, et al. Quantity and distribution of levator ani stretch during simulated vaginal childbirth. Am J Obstet Gynecol. 2008;199(2):198.e1-5.

Downloads

Publicado

2016-04-07

Como Citar

1.
Zanetti MRD, Petricelli CD, Alexandre SM, Paschoal A, Araujo Júnior E, Nakamura MU. Determinação de um valor de ponto de corte para a extensibilidade do assoalho pélvico pelo balão Epi-no para predizer integridade perineal no parto vaginal: análise pela curva ROC. Estudo prospectivo observacional de coorte única. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de abril de 2016 [citado 15º de outubro de 2025];134(2):97-102. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1008

Edição

Seção

Artigo Original