O método imunoenzimático ELISA versus microscopia
vantagens e desvantagens no diagnóstico de giardíase
Palavras-chave:
Giardíase, Giardia lamblia, Enteropatias parasitárias, Técnicas de laboratório clínico, ELISAResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: A giardíase é comum no Brasil. Para o diagnóstico laboratorial, o método mais empregado é o exame microscópico de amostras fecais. O método imunoenzimático (ELISA) também é utilizado. O objetivo deste trabalho é verificar as vantagens e desvantagens do método microscópico quando comparado ao imunoenzimático para o diagnóstico de Giardia lamblia em uma única amostra fecal. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo, duplo cego, no Laboratório de Parasitologia, Faculdade de Medicina da Fundação ABC. MÉTODOS: As amostras foram preparadas para exame de acordo com os tradicionais métodos de sedi- mentação (Hoffman, Pons e Janer) e Faust. Um resultado positivo significa o encontro de Giardia lamblia por um dos métodos ou ambos. O kit Prospect ELISA foi utilizado para detecção do antígeno específico de Giardia lamblia, de acordo com as instruções do fabricante. Os resultados foram expressos em escala visual como negativos ou positivos (+, ++, +++ ou ++++). RESULTADOS: O teste ELISA é positivo mesmo quando uma significante proporção das correspondentes amostras examinadas por microscopia ainda é negativa, sendo esta tendência estatisticamente signifi- cante (p < 0,001). A concordância de resultados entre os dois métodos é apenas moderada (0,5 pelo teste kappa). CONCLUSÃO: O teste ELISA é recomendável quando se busca uma elevada sensibilidade para a detecção de antígenos específicos de Giardia lamblia, como em estudos de prevalência. Para a prática diária, recomendamos o método microscópico, que tem custo muito menor e pode detectar outros parasitas na mesma amostra. A baixa taxa de positividade do método no exame de uma única amostra pode ser contornada pelo exame de três amostras, como recomendado pela maioria dos autores.
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Referências
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